segunda-feira, 31 de março de 2008

Com licença...

Hoje é dia de postar. Não, não existem dias específicos para que eu poste no meu blog, eu simplesmente estou com muita vontade de escrever apesar de não ter um assunto específico em mente também. Mas não duvide da minha capacidade de criar assuntos. Tem tempo para mim? Então me acompanhe.
Quando perguntei agora: "tem tempo para mim?" me lembrei de que as pessoas tem gostado muito de mim ultimamente, e também tem gostado muito de gastar seu tempo comigo. Todos querem me contar suas vidas, querem a minha companhia, mas eu não sei porquê, afinal de contas eu não sou uma pessoa legal. Tipo, eu sou assim: muito enjoativa. Já experimentaram um tempero muito forte? Ou um doce bem doce? No começo ninguém quer provar por medo, mas quando se decidem é uma delícia (?), não tô dizendo que eu sou uma delícia, até porque nunca experimentei. Mas o caso é que no começo as pessoas têm um pouco de medo de mim, depois que experimentam, geralmente gostam ( e que fique claro, não disse "experimentar" no sentido carnal da coisa, vocês me entendem não é?) mas depois de mais um tempo, enjoam. Sabe, é que sou sempre muito intensa e isso às vezes cansa.
Vou parar, hoje não era dia de falar sobre mim, aliás, eu não tenho querido falar muito sobre mim em dia nenhum porque não tenho uma opinião formada sobre o assunto mas é muito difícil um assunto sobre o qual eu não tenha opinião formada. Também... eu sou tanta coisa dentro de pouco tempo, fica difícil.
Sabe aquela coisa de gostar de flores? Pois é, eu não gosto. Mas saiba que as rosas brancas me são fúnebres e então eu me simpatizo. É muito mais minha cara gostar das vermelhas, escarlates, mas eu não gosto. Digo isso sobre flores porque percebi que não gostava de nada florido, e o fato de ser minha cara gostar de rosas vermelhas é correspondente á opinião dos outros, porque na minha opinião eu nem tenho cara de gostar de flores.
Um rapaz me telefonou aqui no consultório perguntando se eu havia ligado para ele. O Márcio. Não eu não liguei, nem conheço o Márcio. Não ligo para ninguém, aliás também não gosto muito que as pessoas me liguem. Meu telefone celular está desligado há semanas e eu não tenho nenhuma vontade de ligá-lo e nem de saber quem me telefonou, quem quis falar comigo. Se as pessoas querem mesmo falar comigo que me procurem pessoalmente. Obrigada.
Ontem á noite percebi que tenho narrado a vida. Sim, meu pensamento é narrado e eu penso como se estivesse escrevendo. Ou será que escrevo como se estivesse pensando? Isso é igual ou diferente? Acho que é porque li demais e marquei essa característica de narrador.
Sabe, estou com muita dificuldade de obedecer. É que eu não consigo. Não quero fazer os trabalhos da faculdade, nem ler os livros indicados, não quero comer o que me oferecem, não quero assistir o canal em que a TV está ligada. Estou muito rebelde. Essa rebeldia vem do fato que a rotina me revolta. É um absurdo uma pessoa ter todos os seus dias programados. Ninguém sabe se eu tenho vontade de fazer a mesma coisa de segunda até sexta. E se eu não tiver vontade de vir trabalhar? Esse mundo é mesmo injusto, eu nem posso escolher o que eu quero fazer da minha vida... Do que adianta ser adulto se não tenho liberdade de escolha sobre o que quero fazer ou não? Tudo programado. Odeio.

Mamãe também não me entende:

14h:
-Mãe, faz creme de palmito, eu estou com vontade.
-Depois eu vejo.
-Tá bom.
20h:
-Ana Laura, fiz o creme de palmito que você pediu, vêm jantar.
-Ah, mãe, desculpa aí, não tô a fim.
-Ué, mas você pediu...
-É, eu quero, mas não agora.
-Mas então você não vai comer?
-Vou sim, só não sei quando.
- (?)

Então, acontece que eu não sei quando vou querer as coisas... Hoje por exemplo eu não queria ir á academia, mas fui. Depois que eu fui eu quis estar lá, quis muito. O CD de hoje era super legal!

Cansei, com licença, depois eu volto.

sábado, 29 de março de 2008

É, matei.

Não acredito no que estou sentindo. Sempre quis saber como alguém pode matar sem piedade. E matei!
Quando fui tomar banho, agora mesmo, achei lá, do lado de dentro do box, uma barata. Já lenta por causa do veneno espalhado pela casa, mas estava lá. E me horroriza baratas. Eu as odeio. Me paralisam. Pensei em pegá-la com a pá de lixo e jogá-la no vaso sanitário, mas ela se mexia, e poderia sair correndo, o que me deixaria em pânico. Como é que um inseto tão pequeno e inexpressivo pode paralisar uma pessoa? Mas eu estava com raiva.
Foi então que tive uma idéia. Iria matá-la.
Mas não de qualquer forma, eu iria matá-la de uma forma cruel. Ela morreria de qualquer forma, era o seu destino, e por que eu não poderia testar em um animal asqueroso a minha vontade de ser cruel? Sim me encanta a crueldade dos assassinos. Não que eu tenha coragem de matar uma pessoa, temo até pela minha felicidade em matar um inseto, mas eu sempre penso nisso.

E então eu procurei o veneno, não achei. Pensei em afogá-la numa dose muito grande de veneno, mas não encontrei.
Saí pensando em como me vingaria e na minha revolta involuntária.
Achei um desodorizador ambiental, daqueles em spray. E espirrei na barata, que só mexia as pernas. E ela não morreu. Espirrei outra vez, e outra... A culpa dela é que não morreu, eu teria que ser mais cruel ainda.

Saí, muito entusiasmada, pensando em como fazer do melhor, ou seja, do pior jeito possível. Achei uma garrafa, embrulhada em uma sacola plástica com um líquido incolor. Pensei que era querosene, mas não, era tíner.
Não pensei, joguei duas doses, medidas na tampa, em cima da barata. Ela ainda se mexia, e minha raiva cresceu. Por que ela era tão burra, por que queria sofrer mais ainda? Daí não era mais culpa minha, ela escolheu assim; pensei: vou incendiá-la!
Me assusto muito com o prazer que essa idéia me causou.

Procurei fósforos e não os encontrei. O fogão é elétrico e aqui não usamos fósforos para nada. Mas eu tinha que matar depressa aquela barata, se alguém chegasse eu não iria poder incendiá-la, não queria que o assassinato fosse convencional. Veja, eu nunca mato baratas, me dá nojo. Não tenho coragem de matá-las á sapatadas, odeio os fluidos internos de uma barata, também não consigo matar com nenhum outro objeto, tenho nojo do mesmo depois. Eu poderia, agora que ela quase já não se movimentava de tão entorpecida, apenas pegá-la com a pá e atirá-la ao lixo, mas eu já estava muito envolvida com a idéia de matar.
Foi então que eu tive uma idéia. Quando se quer alguma coisa as idéias fluem.
Peguei um palito de madeira e acendi no fogo do fogão. Fui andando lentamente até o banheiro para que ele não se apagasse. Olhei a barata se movimentando lentamente e sorri. De escárnio mesmo. Não pensei, atirei o palito e o fogo se espalhou de súbito. Me assustei, as chamas pareciam maiores do que supus. Pensei em apagar, mas não, eu precisava vê-la queimar, e se jogasse água, seria como um refrigério.
O fogo diminuiu e se resumiu apenas ao redor do inseto asqueroso e nojento. Eu ri, várias vezes...
O cheiro de queimado me irritou, eu não queria sentir o cheiro do inseto se queimar. Me arrepiei. O que eu senti foi tão intenso que voltei para o computador para contar. Se deixasse passar não saberia como descrever, tenho certeza.
Detalhe, teve um fundo musical: "Same mistake" - James Blunt. Coloquei para repetir.

Agora ela está lá, morta. Isso mesmo, ela está morta. E fui eu quem a matou. Eu sou responsável pela morte dela, estaria viva se não fosse a minha vontade de matar.

Agora entendo "GH", entendo perfeitamente. A diferença é que lá o assassinato ocorreu por susto, e aqui foi totalmente voluntário. Não, não pensem bobagem, não vou devorá-la.
Mas premeditei tudo, eu quis matá-la. Quis muito.
Vou parar, tem um cadáver no banheiro, esperando para que eu me desfaça dele. E todo cadáver merece as honras de "boa hora". Será digno.

hahahahahaha!

"Que eu não queime nas chamas do inferno. Amém."

* GH: "A paixão segundo GH", de Clarice Lispector, no qual a personagem principal entra em profunda epifania por matar uma barata e pasmem: ela come o cadáver do inseto. Isso aqui não é uma parodia, nem uma paráfrase da obra clariceana, eu matei a barata porque era ela quem estava no banheiro. Eu precisava matar alguém mas se ao abrir o box eu visse você, ahhhh... acha mesmo que eu te mataria? hahahaha

E Clarice hoje me disse:




Vagamente observou que isso contrariava sua tese individualista:


“Cada pessoa é um mundo, cada pessoa tem sua própria chave e a dos outros nada resolve; só se olha para o mundo alheio por distração, por interesse, por qualquer outro sentimento que sobrenada e que não é o vital; o 'mau de muitos' é consolo, mas não é solução.”
Clarice Lispector

sexta-feira, 28 de março de 2008

Maria Eduarda em: "Momento Felícia"


Não sei quantos de vocês tiveram a sorte de ganhar uma irmãozinhoª no final da adolescência. Eu tive.

Essa belezura aí ao lado é a minha irmã mais nova, que tem dois anos e dez meses.

Tinha dezoito anos quando ela nasceu, e esperei impacientemente por ela, mais do que meus próprios pais. Eu tinha tudo para não querer uma irmã naquela época, além de eu não gostar muito de criança, o nascimento da Duda atrasou por dois anos o meu sonho de fazer faculdade, já que minha mãe teve problemas de saúde e eu tive que "assumir" a casa.
Quando nasceu, eu fui a primeira pessoa da família que a viu. Com aquela carinha de joelho, sim, crianças nascem todas com cara de joelho. Quem imaginaria que a menina iria ficar linda e deslumbrar a todos com seus cachinhos loiros e um lindo par de olhos azuis, é, isso mesmo que vocês leram AZUIS. Não, não a odiei, pelo contrário, a amei muito e não sei que graça teria minha vida longe dessa pequerrucha. Não é á toa que ela costuma me chamar de mãe.

Alegre, muito expontânea, EXAGERADAMENTE falante, e muito persuasiva, geniosa como a mim.

Apesar de quebrar todas as minhas maquiagens, derrubar refrigerante no meu edredom, viver arrastando os meus sapatos pela casa, rabiscar os meus livros e acabar com meus perfumes, eu amo tê-la por perto. (não por longos períodos, claro, rs). O fato é que ela também é muito engraçada, e é isso que vim contar a vocês.


Terça-feira na casa da vovó:

Duda:
- Mamãe, posso brincar com a cachorrinha?
Mãe:
-Pode.
Duda:
- Vamos, eu quero brincar de casinha.

Ouvía-se ao longe: "Vêm cá, vêm"... "Au au au"... "Ahhh vêm aqui, por favor... "au, au".... "Vêm A-GO-RAAAA, eu quero que você VENHAAA"... "Au au au"... "olha que eu tô mandando, se você não vier vai se ver comigo"...."rrrrrrAu, au, au"... "Buáááááá... Buááááá..."

Todos correm.
Mãe:
-Duda, por que você está chorando? O que aconteceu?
Duda:
-Buáááá... buáááá (o búa não tinha fim)
Mãe:
-Fala Duda, o que foi?
Duda:
-.... a minha filha mordeu a minha mão....
Mãe: -
Filha? Que filha?
Duda:
-... A cachorrinha é minha filha,(indignada) eu nunca mordi minha mãe e ela me mordeu (voltando a berrar) sóóó porqueee euuuu nãoooo queriaaa que ela fosseeee dormir agoraaaaa... Buáááá... Buáááá
Todos: hahahahaha...



Pensando bem, adoro crianças. hahahaha....

quinta-feira, 27 de março de 2008

Sim, foi consciente.

Quero deixar muito claro uma coisa aqui:
EU NÃO ME ARREPENDO DE NADA!
Tudo o que fiz foi em sã consciência e de caso pensado. E se eu pudesse faria tudo outra vez, do mesmo jeitinho.
Minhas palavras são eternas, serão sempre as mesmas, ontem, hoje e eternamente.
As considerações deixo por conta de quem me lê.

Gosto de gostar do que gosto. E daí?

Eu sempre fico pensando... Por que será que tenho que ser tão "às avessas"?

Quando eu era criança, me deitava para dormir e ficava imaginando que o mundo inteiro era um complô, que todos eram monstros, inclusive meus pais, e que ficavam atuando para mim, me enganando. Além de isso confirmar que sempre fui muito desconfiada de tudo, também sempre me achei diferente de todo o resto. Sempre que escuto aquela música: "os vizinhos devem rir em frente ao jornal, eu desconfio de um complô, o maior que já se armou, uma conspiração internacional", me lembro disso.
Cresci em uma atmosfera interiorana que ouve música sertaneja e que só tem por cultura o que a TV expõe. Os únicos livros que já vi meus pais lerem foram os de cunho religioso ou best sellers.
Fui criada cercada de primos quase da minha idade. Todos os finais de semana estávamos juntos, e isso sempre fez com que eu estivesse suscetível a comparações todo o tempo. Eu sempre fui uma criança muito sedentária, tranqüila, que adorava ficar horas na frente da tv assistindo seriados, meus preferidos eram os japoneses e os mexicanos. Eu brincava com as outras crianças mas gostava de brincar sozinha, adorava conversar com as bonecas. Tinha só um irmão, cinco anos mais novo, então me acostumei com brincadeiras isoladas e não me importava com isso. Dizem até que antes de ele nascer eu já era muito egoísta e não dividia meus brinquedos com as outras crianças. Claro; de gênio difícil, nunca dava o braço á torcer, não expunha meus sentimentos e sempre muito antipática. Bela novidade...
O que eu gostava mesmo era de escutar conversas de gente grande. Sempre gostei de tudo que não era para mim, que eu não pudesse saber. (uma vez, aos cinco anos, descobri que uma de minhas primas era adotiva, nunca contei para ela, mas me sentia importante sabendo de algo que os meus outros primos não sabiam)
Até pra comer meus gostos eram diferentes das outras crianças. Nunca gostei muito de doces (com excessão de chocolate e sorvete) e adorava leguminosas. (minha mãe diz que eu era o menino do comercial: mãe, compra brócolis?)
Quando entrei na adolescência, isso ficou mais atenuado. Minha cabeça não acompanhava as mesmas idéias que dos outros jovens da minha idade. Nunca gostei de passear no shopping, de balada posto-combustível (o que é muito comum aqui na minha cidade), de shows, e nem de nenhum outro tipo de passeio que eles faziam. Não gostava da moda do "ficar", não criticava, mas nem me sentia preparada para isso naquela época. Brinquei de boneca até os treze anos.
Enquanto todas as minhas primas e amigas estavam descobrindo o paquerar, "ficar" ou até mesmo namorar, eu vivia trancada em casa, com meu platonismo exacerbado devorando livros e sendo devorada pela ilusão.
Na escola, eu amava fazer redações, fazia até as dos meus amigos, todos achavam o cúmulo, mas eu sempre adorei escrever. Sempre tive muito gosto por diários íntimos, agendas, bloquinhos de anotações e cartas.
Meu universo sempre foi paralelo e minha mãe se preocupava muito comigo, dizia que eu não vivia a realidade, estava sempre ensimesmada e escondida atrás do meu "mundinho particular". Mas eu sempre me achei feliz, só que às vezes duvidava disso por tanto ouvir que era estranha, mas eu era feliz do meu modo.
Enquanto todos se apaixonavam e se desapaixonavam eu passei sete anos gostando da mesma pessoa, achando que iria morrer amando para sempre, e quase o tempo todo isso foi platônico.
Se fiquei com outras pessoas e fui a outros lugares, foi por puro mérito da obrigação, pra fazer social, eu odiava sair de casa, e não assimilava (não assimilo ainda) a idéia de ficar com alguém no mesmo dia que conheço.
Enquanto todos gostavam de ver novelas nacionais, eu sempre fui apaixonada por dramalhões mexicanos. Eu sei que é excêntrico, e até para muitos de mau gosto, mas eu não tenho vergonha de dizer que gosto e que me fascina.
Enquanto todos ouviam música sertaneja ou qualquer outro tipo de aberração, eu ouvia MPB.
Enquanto todos liam livros de auto-ajuda ou best sellers eu adorava literatura clássica.

Hoje eu freqüento bares, saio, não tenho problemas com isso. Mas ainda detesto show e shopping. Talvez seja preconceito meu, mas prefiro mil vezes o cinema ou o teatro.

Até mesmo no meio de gente que estuda literatura é difícil me localizar. Minhas professoras dizem que é raro pessoas fascinadas por Clarice Lispector como eu, e é verdade, só encontro pessoas que realmente se interessam por ela pela internet. O povo sempre diz que ela é hermética, então deve ser esse o motivo da minha devoção. Na faculdade encontrei pessoas que se parecem também comigo mas existe algumas particularidades que nunca vi em ninguém:

- Ainda não encontrei ninguém que tenha gosto por hospitais, pessoas pálidas e por cerimônias fúnebres (sem ser gótico e nem emo)
- Ainda não encontrei ninguém ache bonito morrer de tuberculose (só em comunidade no orkut)
- Ainda não encontrei ninguém que tome sopa com vinagre mas que não aceite vinagre na salada. (essa nem eu entendo)
- Ainda não encontrei ninguém que coma pipoca com limão.

Enfim, me rendo! Agora ficou mesmo muito difícil discordar de quem me achar estranha.

Claro, Clarice para finalizar:
"E se me achar esquisita, respeite também. Até eu fui obrigada a me respeitar"

p.s.: Pessoas, me escrevam, gostem de mim, sejam meus amigos. Eu sou uma pessoa legal, podem acreditar. hahaha

quarta-feira, 26 de março de 2008

Intolerância cretina

Não sei se já receberam um e-mail desse tipo, falando das respostas imediatas para perguntas idiotas. Faz um tempo que fizeram o favor de me apresentar essas pérolas e eu, atentada por forças malígnas totalmente intolerantes, acabei me dedicando a decorá-las e aplicá-las em situações quotidianas (uso sim o Português de Portugal... na hora que eu bem entender, ok?! hahaha). Ah, é a única forma de me divertir com os aborrecimentos causados por gente que só são humanos por ter o polegar opositor, pois não tem nada de telencéfalo altamente desenvolvido.
Vejam só que coisa mais usual:


Você está se produzindo super para sair, quando alguém da sua casa pergunta:
-Vai sair?
-Não, vou dormir, mas vai que eu sonho com o Gianecchini né?

Você acaba de tomar banho e alguém pergunta:
- Você tomou banho?
- Não! Dei um mergulho no vaso sanitário!

Você está pescando quando alguém passa e pergunta:
- Você pescou todos esses peixes?
- Não! Esses são peixes suicidas que se atiraram no balde!

Você está em um ponto de parada de ônibus quando um amigo pergunta:
- O que você está fazendo aqui?
- Estou esperando o próximo metrô passar.

Você está no caixa, tira um talão de cheques e o caixa olha e pergunta:
- Vai pagar em cheque?
- Não! Vou escrever poesia.

O elevador esta no subsolo e alguém que vai entrar pergunta:

-Vai subir?
-Não, esse vai na transversal!

Você liga para o disk pizza e o vendedor pergunta:
- É para entregar na sua casa?
- Não, vai nos EUA e entrega na Casa Branca!

Você chega no restaurante com seu namorado e o garçon pergunta:
- Mesa pra dois?
- Não, para três, você não quer jantar com a gente?

Você atende o telefone de sua casa e a pessoa do outro lado da linha diz:

- Já chegou em casa?
- Não, tô no pólo norte. Um furacão trouxe minha casa para cá.

Estão todos almoçando quando chega alguém e pergunta:

- Estão almoçando?
- Não, estamos realizando um ritual satânico canibalista.

Você chega em um posto e pára em frente de uma bomba somente de gasolina e o frentista pergunta:
- Gasolina?
-Não, enche com tinta de caneta!!

Você vai no banco pra trocar um cheque. O caixa pergunta:
- Vai levar tudo em dinheiro?
- NÃÃÃOOO!!! Me vê tudo em clipes!!!


Ah gente, falemos sério?! Não tem nada mais desagradável do que perguntas tolas. O pior é que isso sempre acontece quando estou de tpm, de mau humor ou com a bipolaridade atacada. É incrível! Minhas amigas já até sabem. Quando vêem que vou perder a paciência nem me deixam falar. Tadinha da Bê (Macabéa para os íntimos, rs), responde "obrigada" para as pessoas em meu nome, pega os panfletos que as pessoas oferecem para mim... Tudo por medo das minhas crises por falta de paciência!

Eu ás vezes tento ser uma pessoa melhor, mas sempre aparece uma situação "cúmulo do absurdo" que estraga meus planos...

... Lero lero, eu não tolero!

PS: Dedico essa postagem á Nathália do Cólica mental, melhor "blog template stylist" rs. Que me ajudou com meu layout novo e que também sofre por falta de paciência. Obrigada!

terça-feira, 25 de março de 2008

Saudades...

Tenho sentido saudades. Qual o significado dessa palavra que existe apenas no português mas que é compreendida por todos os povos e nações independentemente do sinal lingüístico ser concreto ou não? Saudades de coisas, de pessoas, de situações.
E como... Saudades de quem está longe, de quem não vejo há tempos, de quem não volta mais.
Queria dizer da saudade que tenho de alguém e que eu sei, nunca vai acabar. Não sei qual motivo tem me feito sentir tanta falta, falta de quem está sempre presente, presente na minha mente e nos meus sonhos. Ele eu sei que não volta mais. Nesse próximo mês se completam 5 anos de ausência e de muita saudade.
Ai ai vozinho, quanta saudade....
Saudade do beijo na testa, de "tomar a sua bênção", de assistir programas de auditório deitada no seu colo, de vê-lo jogar baralho, de ir buscá-lo para o almoço no bar da esquina (não, meu avô não bebia, apenas visitava os amigos), de vê-lo, ás vezes, me esperando na porta da escola, de ouvir o barulho da água na caneca de alumínio ás 8h aos sábados quando se levantava para fazer o café, de ouvi-lo dizer que se eu colocasse muita maquiagem ficaria parecendo boneca de louça, de esperar que me buscasse para passar o fim de semana na sua casa, de sairmos para visitar os parentes, de irmos tomar sorvete fora porque o de casa não tinha a mesma graça, de irmos cedinho comer pastel na feira...
Essa é uma saudade que me faz chorar, mas não de tristeza, de saudade mesmo. Saudade que dói lá no fundo mas que me trás um gostinho de coisa boa, de lembranças agradáveis.
Eu sempre vou te amar, vô.

segunda-feira, 24 de março de 2008

"Amanheci em cólera. Não, o mundo não me agrada"

Depois de um final de semana perfeito, depois de uma viagem linda, depois de tanto sol, depois de relembrar a infância jogando Super Mário, depois de atravessar o rio nadando, depois de uma sauna relaxante, depois de um lual maravilhoso fumando narguilé e tomando martini, depois de ganhar uma partida de banco imobiliário, depois de ter resistido ao maldito chocolate da páscoa, depois de ter feito três caminhadas mesmo estando de "férias" da academia, depois de arrumar o template que tanto queria para o seu blog, qual motivo fez com que ela acordasse com medo. Medo?! Sim, ela sentia medo.

Medo de quê Ana Laura???

Eu sei, você não está com vontade de falar... Aliás todas as palavras que você pronunciou desde que se levantou foi por puro mérito da obrigação. Aquele sonho? O que tinha demais naquilo? Você... sempre encanada com seus sonhos confusos. Tudo bem que você se sentiu angustiada e que queria ter sua mãe ao seu lado quando acordou, mas você não é mais nenhuma criança, e nem faz seu tipo depender de afeto maternal. Será que não faz mesmo seu tipo ou você é que tem sido esteriotipada pelo seu ar de autonomia?
Aliás as pessoas adoram te colocar rótulos: impiedosa, antipática, intolerante, autoritária, irônica, insensível, anti-social, platônica, psicótica. Ahhhhh que coisa incrível! Todos os rótulos são defeitos?!?! Será que isso significa o quê? Que você precisa mudar? Ou que você passa sua imagem completamente deturpada para as pessoas? E até para você mesma não é verdade? Meu Deus, você não é perfeita? E agora?

Vocês não acham que ela precisa mesmo mudar? Que ela tem que parar de temer pelas previsões que faz? Que ela precisa se concentrar mais no que está acontecendo do que no que poderá acontecer?

Você tem medo pelo que pode acontecer? Me poupe. Podem acontecer tantas coisas Ana Laura... O teto de onde você está pode muito bem se desmoronar sobre a sua cabeça daqui cinco minutos. E você está preocupada com isso? Não. Sabe por quê? Porque você não está prevendo esse acontecimento. Pára de tentar prever as coisas ruins que podem acontecer porque nem sempre você vai poder fazer alguma coisa para evitá-las, então aproveite o tempo que você gasta se preocupando com elas para viver bem o presente e se sentir feliz o bastante para que se eventualmente elas vierem a acontecer, você tenha almenos outras razões para continuar vivendo.

Você se doa por inteiro ás causas impossíveis e depois não quer se decepcionar. Se fosse fácil, ira se sentir subestimada, então por que reclama? Você está cansada de saber que se fosse fácil não seria bom para você, é, não seria o suficiente. Você nunca quer o que é fácil mesmo. Quer alguns simples exemplos? Você vive reclamando da carga 4 de peso na bicicleta, mas quando te deixam fazer a 3 você não aceita. Você vive se queixando por ter que tirar média 6 na faculdade mas nunca se contenta com notas abaixo de 8. Você vive achando ruim fazer dieta mas quando foge dela se culpa pra sempre.
Se você sabe que o fácil não te satisfaz, por que é que reclama por ter que lutar pelo difícil que você tanto quer? Deixe de ser contraditória. Não! Eu não estou falando das causas passadas e impossíveis. Por favor, não confunda as coisas...

Sua auto-exigência te leva a acreditar que todos também vão querer alcançar a perfeição, mas você sabe que isso não é verdade. Não é todo mundo que tem a perfeição como um ideal. E também sabe que não deve acreditar no potencial alheio, até porque você não o conhece. Goste das pessoas pelo que você conhece nelas, se o que conhece te agradar, mas não crie expectativas pelo que você espera que elas sejam. E se não gostar do que são, procure outras com quem se identifique, mas não cobre os outros por não sererem aquilo que você esperava que eles fossem. Pensa só em você, pensa no que você pode melhorar, o que as pessoas fazem não é um problema seu. Eu sei, você se apega ás pessoas e quer fazer de tudo para vê-las bem? Quer evitar que elas sofram?
...

Ah tá, entendi! E você também pode resolver o problema da miséria dos povos africanos? Você pode fazer alguma coisa pela seca do Nordeste? Pode tapar o buraco na camada de ozônio? Pode evitar que as geleiras se derretam? Pode deter o aquecimento global? Acorda e pára de tentar consertar o mundo!

Olhe bem ao seu redor e pense que não dá para ser e ter tudo que você acha que tem que ser e ter de uma só vez. Veja, você já conquistou tantas coisas... e sabe que está no caminho certo, disso você tem certeza. Não deixe que os acontecimentos não previstos ou aqueles que você preveu e não pode evitar te tirem do foco. Esse seu medo todo é de não conseguir ser perfeita? Pasme: você não é perfeita. E nunca será! Veja, o importante é continuar, um dia você acerta. Mas enquanto não acertar, não fique pondo a culpa nos ombros, se não foi, não era para ser... É isso: se não foi, não era para ser.

O que não foi, não era para ser mesmo!

quinta-feira, 20 de março de 2008

Socorroooo!!!

Gente, baixei um modelo de layout novo e apaguei tudo! ARGH
Não que eu não tenha gostado, apesar da minha antipatia por amarelo eu gostei. Mas cadê meus textos??? Minhas figuras??? Aff..


Agora é sério, tenho que ir, mas segunda feira eu prometo, reconfiguro tudo e deixo com a minha carinha outra vez!!!



Que ódiooooo!!

E é isso.


"Anoiteceu, peguei a viola, botei na sacola e fui viajar..." eu também sei Vê!





... (Pausa para regozijo pessoal)





Calma, calma, eu volto.

E espero voltar bronzeada, espairecida, mais magra e inspirada... e não acho que é pedir demais.

Feliz páscoa internautas. E lembrem-se: Ovos de chocolate hoje, pesadêlos amanhã! medo.

quarta-feira, 19 de março de 2008

Coisinhas...

Obrigada a vocês que têm visitado meu blog, comentando ou não. Sei que há aqueles que preferem só olhar, e aqueles que não sabem que para comentar é só digitar a ID e a senha do orkut. Hahahaha....

- Vê, adoro suas postagens aleatórias e descompromissadas quanto ao assunto principal. Falemos tudo que quisermos quando tivermos vontade! É assim mesmo Triny, por isso é que somos amigas gêmeas: somos power, e cuidado, podemos morfar! (momento Lindsay)
- Dan, um pouco ausente nas postagens pois exagerou um pouco na biografia da família Diniz e se sentiu intimidada pela chamada do Edson. Amiga, a-do-ro seus comentários ecléticos. Não se reprima!
- Eddie, uma criatura iluminada que faz a linha "mestre dos magos". Aparece de vez em quando, dá a dica e some (inclusive ele faz o mesmo no próprio blog). Não é reclamação, contanto que reapareça com estilo, ah deixa pra lá, você pode tudo.
- Jana, desculpa, pseudônimo "M", de Mimi né?! Gracinha, volte sempre! (com perdão do trocadilho)
- David Júnior, leitor e agente de marketing, você sabe que agora não somos mais simplesmente uma atendente de "cusurtório" e um funcionário da "magazina", faz um blog pra você bein. Estamos podendo!
-Faltou alguém? Não, acho que não...

Humm... Pois é, deixa eu contar: 1,2,3,4,5! Foi só pra esses mesmo que divulguei meu blog. Os demais vieram não sei de onde e se interessaram não sei por quê. (ainda bem que Camões não me lê, se é que vocês me entendem, e não era minha intenção que rimasse)

Estou rindo,
então aproveitando: sorrisos a todos!

Sim, Machadiana também!

Por motivos obrigatórios, mas nem por isso sem satisfação, voltei a ler Machado. Memórias Póstumas de Brás Cubas é leitura obrigatória para esse bimestre e resolvi discursar um pouco sobre minhas influências literárias. (risos)
Me lembro muito bem que meu primeiro contato com a literatura machadiana não foi lá dos melhores. Estava no 2º colegial e me encontrava naquela fase de ler só os "romances românticos" (se é que alguém passou por essa fase, parece que essa, entre tantas, foi uma particularidade minha) pertencentes á segunda geração romântica, ou ultra-romantismo, bem "byronianos" (joga no google) nos quais todas as mocinhas são pálidas, virgens e intocáveis, anjos de cera reclinados sobre lindos leitos floridos. Os mocinhos são heróis, valentes, leais e honestos. Sempre possuem um velho e bom cavalo (não necessariamente branco) e no final, todos morrem; ou por tuberculose ou por suicídio, ou por algum outro motivo trágico e melancólico que os liberte de suas vidas de amores impossíveis na esperança que os mesmos se consumem na eternidade. Quanta subjetividade meu Deus! Bem, dê um desconto, eu só tinha 16 anos e ainda acreditava que o primeiro amor era eterno. Ainda hoje acho que é, mas apenas nas idéias. Como boa discípula de Platão que sou sempre tive tenho fortes tendências a idealizar coisas e situações (platônica demais), delirava naquela onda de amar "até as cinzas das horas". Confesso que mudei nem tanto, mas continuo achando bonito morrer pela tísica, e pasmem, quero!
Meu universo desabou numa bela manhã de quarta-feira (quarta era dia de ir á biblioteca), quando a professora de português, que na época eu tinha como mentora intelectual (ainda hoje ela é minha professora, só que na faculdade, tenho grande admiração e gratidão por ela, pois se faço Letras e gosto de literatura lhe devo 50% do incentivo, apesar de ela ser lingüista), virou para mim e disse com veemência: "Ana Laura, você já leu todos os romances água-com-açúcar existentes no acervo da escola, e assim como na literatura o Romantismo evolui para o Realismo, você também tem que evoluir, leia Machado de Assis, você vai gostar, tenho certeza." (ela não estava fazendo nada, falou né) Bem, eu confiava na opinião dela. Não estava contente com a proposta mas como não tinha recursos previstos e nenhuma outra idéia melhor, aceitei. Meu desgosto era proviniente da minha terrível mania de rotular. Machado de Assis era, no meu santo conceito, um cara chato que escreveu livros obrigatórios para vestibulares, outra coisa que me fazia ter aversão, pois odeio que me imponham qualquer coisa de qualquer ordem e tudo que eu sabia sobre ele, é que foi um mulato que aprendeu a ler assistindo aulas pela janela de um colégio (pausa; me recordo que uma vez uma professora, não lembro qual, disse isso e eu nunca mais esqueci mas nunca procurei saber se era verdade, ah mas deve ser, pra quê também ela inventaria uma coisa dessas?) e fundou a A.B.L, na qual ainda terei uma cadeira (Rá). Devaneios á parte, meio totalmente à contragosto, escolhi o menor entre todos os livros de Machado que estavam na prateleira. Era um conto, o que explica o fato de ser de tamanho menor: O alienista.
Acho que se li dez páginas foi muita coisa. Destestei! Era chato, linguagem complicada, ninguém amava ninguém, ninguém morria de tuberculose e pior, todos eram loucos e eu nunca entendia o motivo. Só me lembro que o hospício era numa imensa casa verde, e só me recordo disso porque nessa época, a cor verde me remetia a outras coisas de meu interesse. valha-me Deus!
Tomei um trauma agudo pela leitura machadiana. Troquei esse "conto dos insanos" pelas 20 peças mais famosas de Shakespeare (pelo menos haveria amor e tragédia), mas aquilo tudo era muito igual: ou você ri, ou você chora, ou ri e chora (comédia, tragédia e tragi-comédia), ninguém ali foge ás regras, ninguém se rebela em pensamentos, e eu já sentia necessidade de algo mais provocante, que me instigasse mais. Sempre me atrairam aqueles narradores que se aprofundam no próprio raciocínio, que filosofam sobre os acontecimentos, meus preferidos são os narradores onisciente-intrusos heterodiegéticos (na época eu não sabia o que era isso, mas identificava pelo estilo), e como isso não acontece no gênero dramático, o jeito era partir pro épico. Então, um ano depois, resolvi dar créditos ao Memórias Póstumas de Brás Cubas, que vinha em uma linda edição juntamente com Dom Casmurro.
A minha querida professora-mentora tinha parado de dar aulas lá na escola, eu estava revoltada pois o substituto era péssimo (era péssimo de fato, mas eu era revoltada sempre). E como uma saudosa homenagem a ela, resolvi ler as obras do Realismo que ela tanto me recomendara. Já na introdução do livro, senti um fascínio absurdo pelo autor quando li: "Ao verme que primeiro roeu as frias carnes de meu cadáver, dedico como saudosa lembrança essas memórias póstumas", ovulei! Me lembrei de tudo que a professora tinha dito, da ironia, que em Machado chega a ser mefistofélica, do defunto autor que poderia falar mal de todos e de si mesmo sem se preocupar com o que pensariam (é bom ou não é?) então, sempre ficava na expectativa de ver quem seria a próxima vítima do despudorado Brás Cubas. Também adoro aquelas partes em que ele pára e conversa com o leitor, quase sempre se refere ás leitoras: "Perdoe-me leitora. Mal ou muito me engano, mas acabo de escrever um capítulo inútil"; hahaha... Acho ímpar!
Enfim, foi amor á segunda vista. Logo que terminei um livro, emendei outro, e me encantei por Dom Casmurro também, com seu neurótico Bentinho e, principalmente pela enigmática Capitú, cuja aparência física nunca consegui desassociar daquela prostituta que a Giovana Antonelli interpretou numa famosa novela Laços de família da Rede Globo que tinha esse nome. Odeio as adaptações da TV porque limitam a imaginação da gente, nesse caso não era adaptação, só usaram o nome da personagem, mas mesmo assim eu me prendi áquela versão de Capitú. (pronto, já parei, tô discusando demais, eu sei.)

Adoro as frases célebres dele como:
"Marcela amou-me durante quinze meses e onze conto de réis, nada menos."
"Minha mãe era uma mulher de muito coração e pouco cérebro."
"A idéia fixa matou o homem."


A que mais me toca, mesmo sem ironia, é a que abre o livro Iaiá Garcia:
"Alguma coisa escapa ao naufrágio das ilusões."

Leia quem quiser, mas quero postar aqui o capítulo que na minha opinião, é o mais irônico e engraçado do Memórias Póstumas de Brás Cubas, e se por acaso se interessarem e não tiverem lido o restante, não se preocupem, apesar de isolado, o capítulo têm por si sentido próprio:


A Borboleta Preta:
No dia seguinte, como eu estivesse a preparar-me para descer, entrou no meu quarto uma borboleta, tão negra como a outra, e muito maior do que ela. Lembrou-me o caso da véspera, e ri-me; entrei logo a pensar na filha de Dona Eusébia, no susto que tivera e na dignidade que, apesar dele, soube conservar. A borboleta, depois de esvoaçar muito em torno de mim, pousou-me na testa. Sacudi-a, ela foi pousar na vidraça; e, porque eu sacudisse de novo, saiu dali e veio parar em cima de um velho retrato de meu pai. Era negra como a noite; e o gesto brando com que, uma vez posta, começou a mover as asas, tinha um certo ar escarninho, uma espécie de ironia mefistofélica, que me aborreceu muito. Dei de ombros, saí do quarto; mas tornando lá, minutos depois, e achando-a ainda no mesmo lugar, senti um repelão dos nervos, lancei mão de uma toalha, bati-lhe e ela caiu.
Não caiu morta; ainda torcia o corpo e movia as farpinhas da cabeça. Apiedei-me; tomei-a na palma da mão e fui depô-la no peitoril da janela. Era tarde; a infeliz expirou dentro de alguns segundos. Fiquei um pouco aborrecido, incomodado.
- Também por que diabo não era ela azul? disse eu comigo.
E esta reflexão, - uma das mais profundas que se tem feito desde a invenção das borboletas, - me consolou do malefício, e me reconciliou comigo mesmo. Deixei-me estar a contemplar o cadáver, com alguma simpatia, confesso. Imaginei que ela saíra do mato, almoçada e feliz. A manhã era linda. Veio por ali fora, modesta e negra, espairecendo as suas borboletices, sob a vasta cúpula de um céu azul, que é sempre azul, para todas as asas. Passa pela minha janela, entra e dá comigo. Suponho que nunca teria visto um homem; não sabia, portanto, o que era o homem; descreveu infinitas voltas em torno do meu corpo, e viu que me movia, que tinha olhos, braços, pernas, um ar divino, uma estatura colossal. Então disse consigo: "Este é provavelmente o inventor das borboletas." A idéia subjugou-a, aterrou-a; mas o medo, que é também sugestivo, insinuou-lhe que o melhor modo de agradar ao seu criador era beijá-lo na testa, e ela beijou-me na testa. Quando enxotada por mim, foi pousar na vidraça, viu dali o retrato de meu pai, e não é impossível que descobrisse meia verdade, a saber, que estava ali o pai do inventor das borboletas, e voou a pedir-lhe misericórdia.
Pois um golpe de toalha rematou a aventura. Não lhe valeu a imensidade azul, nem a alegria das flores, nem a pompa das folhas verdes, contra uma toalha de rosto, dois palmos de linho cru. Vejam como é bom ser superior às borboletas! Porque, é justo dizê-lo, se ela fosse azul, ou cor de laranja, não teria mais segura a vida; não era impossível que eu a atravessasse com um alfinete, para recreio dos olhos. Não era. Esta última idéia restituiu-me a consolação; uni o dedo grande ao polegar, despedi um piparote e o cadáver caiu no jardim. Era tempo; aí vinham já as próvidas formigas... Não, volto à primeira idéia; creio que para ela era melhor ter nascido azul.

(Capítulo 31)

p.s: Nunca mais tive ânimo de retomar a leitura de "O alienista". Quando desanimo de alguma coisa, ninguém cura meu tédio. Oh!

terça-feira, 18 de março de 2008

Momento "amor ao blog":

Reformei o meu blog! Quis mudar o layout, sei lá, deixar ele mais parecido comigo. Foi engraçado que quando terminei, olhei e pensei: putz, acho que fui gótica em outra encarnação! (não acredito em reencarnação, minha mente usou isso só para se expressar). Tudo aí tem significações implícitas, é preciso que se saiba ler as entrelinhas... Figuras significativas, fragmentos clariceanos e até a cor da fonte diz alguma coisa sobre algo. Decífra-me, ou devoro-te! (adoro dizer isso) Muahuahua (?)



Tá, não é nenhuma obra de arte, mas também não é apenas um quadrado preto.

segunda-feira, 17 de março de 2008

É meu e eu posto o que eu quiser...

-Ah não... Você já postou duas vezes hoje Ana Laura!
-E daí? Uma postagem foi a Clarice que escreveu e a outra escrevi sobre a Clarice.
-Tá, mas dê tempo aos seus leitores, eles nem vão te acompanhar...
-Se interessar, que leiam, se não, pra quê vieram aqui? Já tenho mais de 100 visitas esse mês. A maioria não comenta, mas pouco me importa...
-Além do mais você nem tem assunto nenhum pra falar...
-Ahhhh cala essa boca, o blog é meu, eu falo o que eu quiser...


É isso mesmo, nos dias de chuva eu tenho vontade de falar... Tudo bem que eu poderia conversar com a minha consciência, tipo um monólogo interior, mas não quero... Poderia estar conversando com os objetos como eu fazia quando era criança, tipo, promovia diálogos entre as escovas de dente e os vidros de shampoo enquanto assitia minha mãe lavar o banheiro. Mas depois aprendi a escrever e eu mesma tinha que lavar o banheiro então não tinha mais tempo de dialogar com os produtos de higiene pessoal, mas também não faz mal, eu prefiro escrever mesmo. Afinal, pra que serve um blog senão pra falar qualquer asneira que me der vontade?! Deveria estar escrevendo é um fichamento de lingüística que tenho que entregar amanhã, mas não tô afim... E hoje eu tô afim de fazer só o que me der na telha...
Ficam (não conto quem né Dan) me dizendo pra eu criar tipo... que blog não dá futuro, a não ser que ele "bombe" como o da Bruna Surfistinha ou o do Marcelo Tass (que nem sei quem é).
Que se danem os outros blogs e o futuro dos famosos cibernéticos... Quero mais é falar de mim!
E aí Ana Laura, o que você faz de interessante?
Tá, eu sou uma pessoa legal: leio, ouço mpb, gosto de cultura e quero morrer de tuberculose. Sei escrever? Sim, sei. B+A = BA... É o que basta, o resto é puramente inspiração.
Tragam café por favor , já tomei três vezes nas últimas duas horas mas a cafeína é o melhor vício que adquiri durante a vida.
Sabe aqueles dias em que você liga a tv e ao invés de prestar atenção na novela fica vendo a cor da capa do sofá da sala que tem no cenário e pensando em quem foi que a colocou ali? Ou pensando se no dia em que eles gravaram aquela cena fazia calor ou frio, e se fizesse frio, pensando no quanto os atores sofreriam para se conter com aquelas roupas de calor? Ou o mais comum, pensando no que você estava fazendo da sua vidinha pacata, enquanto eles gravavam aquela cena? Ahhhhh, vai me dizer que nunca pensou nisso?? Hoje eu tô assim, pensando nas coisas que aparecem no cenário e tô bem, eu consigo me apegar perfeitamente a uma gota da chuva parada na janela e achar que ela é melhor que as outras mil.
Acho que isso é pela fase se mudanças... Tô começando a me sentir mal por sair daqui da clínica, mas ainda assim o telefone me incomoda, o paciente querer me devolver a caneta e aproximá-la da minha cara ao invés de colocá-la simplesmente do balcão me tira do sério, as pessoas surdas também me causam pânico e quando me ditam o telefone pausadamente como se eu fosse uma criança de 6 anos sendo alfabetizada me irrita super. Intolerância cretina!
Não, não me sinto mal por sair daqui, é a chuva e os velhos que dão esse ar de "saudosismo".
Hoje eu não trouxe meu óculos, está me dando muita raiva ver as coisas piscando. Astigmatismo é a pior das pragas visuais, atrapalha enxergar de perto e de longe, e ainda faz um efeito de luz prata de boate!

É, preciso parar, tem uma enorme pilha de fichas esperando para eu tirar as guias... (e sem óculos)

Se alguém chegar a ler essa baboseira, beijinho na testa!

Encontro marcado




Fazia um tempo que idealizava uma postagem sobre meu fascínio e paixão por Clarice Lispector. Desde que me decidi a criar um blog, sabia que essa história seria impossível de se omitir, é parte de mim. Meus amigos, minha família, todos que me conhecem sabem da minha sincera admiração e quando ouvem ou vêem algo sobre ela, imediatamente associam a mim. Deus, como queria ter podido estar de frente a essa mulher que exprime tudo o que eu quero dizer e não consigo, nem que fosse por um minuto! Mas eu sei que de alguma forma, me encontrei com Clarice.


Desde que voltei daquela exposição no Museu da Língua Portuguesa, há quase um ano, o meu universo foi tomado por uma visão clariceana. Quando as portas daquele elevador se abriram e eu me deparei com aquele painel que retratava um dos olhos de Clarice, velado por um tule negro que já dizia dos mistérios da autora, percebi que aquele era um encontro marcado. Aquelas telas gigantescas, lindas, cravadas de frases que me deixaram maravilhada, tudo colaborava para que eu me despertasse. O modo com que Clarice usava as palavras me deixa pasma. Como pode abarcar todos os sentimentos da alma em uma só frase?


Haia Lispector, como se chamava ao chegar da Ucrânia com pouco mais de um ano de idade, não era apenas uma mulher com o dom da escrita. Ela conhecia os mistérios do subconsciente, por isso escrevia em forma de pensamentos, solilóquios, fluxos de consciência ininterruptos.


Parecia inevitável o nosso encontro. Desde então me dediquei a conhecê-la, leio incansavelmente tudo que Clarice escreveu, e cada vez me toca de forma diferente. As coincidências entre nós são inúmeras. Vão da paixão pela literatura, língua portuguesa e fotografia, até o ódio pelo domingo.


Hermética? Só para quem não tem coragem de se aprofundar. Só para aqueles que não querem saber aquilo que se esconde "por detrás do pensamento", para aqueles que tem medo do "it", ou do "é" da coisa. Se você tem alma e sentimentos, pode muito bem não só entender como sentir Clarice. Como ela mesma categoricamente disse naquela célebre entrevista á TV Cultura: "Suponho que me entender não é questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato. Ou toca, ou não toca."


Pois é, a mim tocou, e toca, todas as vezes que me defronto com essa leitura tão enigmática e instigante. Por vezes me sinto necessitada da literatura clariceana pois quando nem eu mesma sei distinguir meus sentimentos ela vem e fala... Pois venha e fale sempre "fada-bruxa", ouviremos contritos!
"Clarice,
Veio de um mistério,
Partiu para outro.
Ficamos sem saber a essência do mistério,
Ou o mistério não era essencial.
Esencial era Clarice,
Vagando nele..."
Carlos Drummond de Andrade

Encante-me Clarice...

Pois banho-me todo nessa escuridão devorante, quero conhecer a profundeza de meu ódio. Quero co­nhecer todos os sentimentos. Uma pessoa tem que ter experimentado em si mesma essa força maldita para ser uma pessoa completa? Não sei, mas é demoníaco. Estou fazendo uma envergonhada confissão: é bom odiá-la.
Minha alma, assassina em potencial, conhece então as escuridões ricas de sangue, e isso que conheço me faz sentir o pior de mim mesmo. E, sim, é rica a alma assassina. Pergunto-me às vezes se ela quer que eu a mate para me levar ao cúmulo do ódio.
É melhor esquecê-la porque senão meu próprio sangue me dói e me encherei de uma revolta negra sem ao menos saber contra o quê, mentira minha eu bem sei contra que me revolto. Só que não se pode dizer.

Clarice Lispector in "Um Sopro de Vida"

domingo, 16 de março de 2008

That's over!

Essa semana em especial me irritou bastante. Eis alguns dos principais colaboradores:

Domingo, chorei um mar de lágrimas para fazer um maldito fichamento de 3 folhas de almaço, quando estava de pijama esperando só a hora de dormir recebi um irrecusável convite e tive que ir a um velório de uma pessoa que eu nem conhecia (achou que eu não iria contar né David), o querido referido entre parênteses fechou o vidro do carro no meu dedo, mas depois me pagou um suco né?! Pudera...
Segunda, eu descobri que errei o dia da minha prova de monitoria, achava que seria na quinta e na verdade seria na terça, e eu só tinha 24 horas para estudar toda a matéria de Teoria da Literatura que foi dada ano passado.
Terça, eu estudei como louca para dar conta da prova, e dei, graças á Deus. Também graças a Ele, fiquei sabendo que passei no concurso, mas daí gerou mais stress.. E o que fazer agora?
Quarta o carrasco fitness acabou com o meu dia com exercícios de braço que eu DE-TES-TO e nem se eu tivesse sido atropelada por uma frota de tratores teria doído tanto. Estava com o humor péssimo por saber que estaria acontecendo uma palestra em Ribeirão sobre Clarice Lispector com ninguém menos que Nádia Battella Gotlib, além disso, os livros da minha "ídala" estariam disponíveis por um preço ímpar, e eu saba que não poderia ir.
Quinta foi o record da desgraça! Todos os preparativos para a nossa simulação de aula deram errado. O CD do vídeo preparado que a Dan gravou não pegou, tivemos que sair como loucas para gravar outra vez, ainda bem que o querido irmão da Dri nos salvou. Os slides que fiz abriram na versão errada com um lindo "q" internetês visivelmente exposto na página de atividades, a gente naquela correria danada, eu já nem lembrava o que iria dizer, a Beth engasgou também, a Dan falou pra sempre, enfim, deu certo e passou.
Sexta parecia que meu corpo estava moído e eu só queria ver minha cama... A tensão pré menstrual juntamente com os efeitos do femproporex me deixaram com um depressivo mal humor. A rede de telefonia que utilizo saiu do ar e eu estava com verdadeiro problema de comunicação. Aquela gincana infernal... Só mesmo o teatro me fez rir um pouco, exceto pela versão de vovó Mafalda misturada com Bozo que se sentou ao meu lado e me encomodou o tempo todo. Mas no fim da noite me diverti muito.
Hoje, além da maldita tpm, briguei com minha mãe, falei tudo que queria falar há meses e não me arrependo... Nada que uma adorável festa de família na casa da vovó não amenize.

Enfim, perfeita semana para deletar o orkut! Outra coisa de que não me arrependo. Existiam épocas que precisavam ser deixadas para trás, juntamente com tudo que fez parte delas. Sinto como de tivesse dado descarga em milhares de coisas... Se era o certo eu não sei, só sei que quando algo me dá tédio eu preciso me libertar, e o orkut também estava me entediando...
É isso... Quando chega a hora, também temos que aprender a dizer adeus, e eu não vou pular essa parte da lição.

sábado, 15 de março de 2008

A Ana

A ana disse ontem
A ana ficou triste
A ana também leu
A ana não existe

É a ana insiste
A ana não consegue
A ana inventou
Ela também merece

A ana é azeda
Mas é doce quando é doce
A ana é azeda
Mas muito doce quando é doce

A ana nada sabe
A ana sempre canta
A ana me enrola
A ana me engana

A ana se pintou
A ana não limpou
A ana que escreveu
A ana se esqueceu
Foi a ana que fez

Foi a ana que foi
Foi a ana em fá
Foi a ana, foi

A ana ama
A ana odeia
A ana sonha
A ana canta...

E hoje...


sexta-feira, 14 de março de 2008

DE-LE-TEI !!!!


Não!
Eu não tenho mais nenhum vínculo com o tal famoso "sitezinho" de relacionamentos.
Obrigada por perguntar.


Como diria meu amigo *Vini: "Nunca adie para amanhã aquilo que você pode evitar completamente".
* Vinícus de Moraes

quarta-feira, 12 de março de 2008

Mais uma da série: "Histórias de consultório"

A secretária marcando retorno para o paciente que tinha acabado de sair da sala do doutor, quando chega uma moça, de aparentemente uns 25 anos e diz:
- Por favor, estou com um encaminhamento para fazer fisioterapia, é aqui que eu marco?
A secretária, atenciosamente responde:
- É sim, mas siga esse corredor ao lado até o final, as fisioterapeutas é que vão agendar para você.
A moça agradece e segue pelo corredor.
Após uns 5 minutos, volta a moça conversando com a fisioterapeuta que agendava sua primeira sessão para ás 17h enquanto lhe dava algumas orientações sobre o tratamento. Antes de sair a moça pede á secretária:
- Você poderia anotar por favor o endereço daqui para mim?
E a fisioterapeuta que estava ao lado pergunta:
- A fisioterapia não era para você? Porque se for para um homem, por exemplo, teria que ser em outro horário...
A moça imediatamente interrompe e replica:
- Ahhh não, é para mim mesmo! É que agora eu vim a pé, entende? E vai que á tarde, na hora da fisioterapia, eu resolvo vir de carro, você sabe, é diferente, posso me perder e não encontrar o endereço...
Sem mais perguntas a secretária entrega depressa um cartão do consultório e a moça se retira.
A fisioterapeuta fica segurando o riso como quem se lembra de piada em velório. Os demais pacientes idem. A secretária fica parada, olhando para o cosmo e se recordando de casos como o da paciente boliviana, da mulher que xingava a secretária eletrônica por achar que se tratava de uma pessoa desocupada que atendia o telefone dela, do senhor que pediu licença para ir perguntar o nome da própria esposa porque havia esquecido, de tantas pessoas que ligam para marcar "cusurta com o dr Mirochiski" (Mrozinski), das pessoas com "pobrema de figo" (problemas no fígado), "urça no estambo" (úlcera no estômago), "com dores na cacunda" (dores na coluna), "hérnia de risco" (hérnia de disco) ... Por fim, pensa:

"será que lá no cargo público de agente organizador escolar eu vou me divertir tanto?"

Você não nasceu rico??? Presta concurso bein! rs


Fiquei muito contente ao saber que fui aprovada na minha primeira participação num concurso público! Tá certo que achei a prova muito fácil, de 50 acertei 40, mas gente, perguntaram até se a dengue se proliferava através do desemprego dos países subdesenvolvidos né? Me senti subestimada, rs. Fui a 178ª colocada entre 325 mil inscritos. Eram 16/2 por vaga. E olha que não sei nada de matemática einh...

Quando sair a convocação, se me chamarem, vou ter que analisar tudo direitinho pois podem me mandar para trabalhar na região e acho que não vou querer... (sou difícil, rs)


Bem, quem sabe agora eu saio do aluguel?


Sempre quis pagar minha faculdade e me manter sem depender dos meus pais para isso, e se eu conseguir mesmo o cargo em Franca, vou poder fazer isso tranqüilamente. O problema-mor é que esse concurso é de contratação temporária, 12 meses e pelo que me informei, improrrogável. O salário não é assim "o que eu sonhei", mas consideremos: 12 meses ganhando 200 reais a mais, adquirindo experiência curricular e estando em contato com meu futuro local de trabalho (escola), acho que vale á pena.


É esperar para ver... "E que venham outros concursos..."


Gente... adorei!

terça-feira, 11 de março de 2008

Vitimada pelos ponteiros...


Desculpe leitor, não tenho podido postar. Com essa ânsia de "abraçar o mundo", querendo fazer tudo ao mesmo tempo, tenho ficado bastante frustrada por não conseguir! Para isso, meu dia teria que ter no mínimo 30 horas!


Preciso dormir mais, preciso ler mais, preciso assistir mais filmes, preciso ouvir mais música, preciso falar com Deus, preciso saber o que acontece com a minha família, preciso andar descalça, preciso visitar meus parentes, preciso estudar mais, preciso conversar com meus amigos, preciso reparar a lua, preciso dar mais atenção ás pessoas, preciso de um tempo para pensar em nada, preciso notar se faz calor ou frio...



"Meu Deus, dai-nos tempo para percebermos que estamos vivos."

sexta-feira, 7 de março de 2008


quinta-feira, 6 de março de 2008

"Ceder a alma?"

(...) "Afinal, quem quer ceder a alma?"



Se há omissão, custará a mentira?
Se há desafetos, custará o ódio?
Se há coragem para se enganar, custará enganar aos outros?
Se há a venda do corpo, custará ceder a alma?

(Coisas minhas)


"Quem souber da verdade, que venha então. E fale! Ouviremos contritos."
"A verdade última a gente nunca diz..."
(coisas de Clarice in "Água Viva")

Hablas Portunõl?

....Toca o telefone pela nonagésima quinta vez no dia...

Secretária: Consultório médico!
Paciente: holácomestay?
Secretária: Hãm?... Ah, eu? Bem, e você?
Paciente: Ah estoybeingracias!
Secretária: humm... Que bom, mas... Quem está falando?
Paciente: Soyyohelle!
Secretária: Quem????
Paciente: Hellen!
Secretária: Ahhh!! (lembra-se da paciente boliviana)
Paciente:yoquierohablarconeldoutorperoyotiengomuchasdolores... estoyensandecidaeelremedioqueelmepassou NOECXISTE! (só entende bem o não existe ao sotaque do padre Quevedo)
Secretária: e como se chama esse remédio?
Paciente: Setchamaoscabro!
Secretária: Como?
Paciente: Oscabro!
Secretária: A sra poderia soletrar por gentileza? (infeliz idéia)
Paciente: *?_*?_*?_*?_*? compreendes?
Secretária: Hmmm... hammm... ah si, compreendo, quer dizer, ah sim, entendo... (ainda bem que existe registro dela no medsystem, o remédio se chama: OSCARB)
Paciente: perdonamepormolestarte... yononestoymassuportandoeldolor!
Secretária: Oh não, que isso! Vou falar coneldotor, ops, com o doutor, e depois a senhora me retorna ás 17, ok?
Paciente: Oh non!!!! solamenteamanhãdia 7?
Secretária: Não!!!! ÁS DE-ZES-SE-TE compreende? Ou melhor, ENTENDEU?!
Paciente: Si si, estabeinmuchasgraciasequeDioslhepagueesseapreço...
Secretária: Amém, tchau!
Paciente: Passar bein, hasta...


Pelo menos agora já sei em qual curso de idiomas vou me inscrever amanhã!

Hasta personas... Besos!

quarta-feira, 5 de março de 2008

Agende seu horário!


Gente, vcs que leram minha rotina dos últimos 2 dias, considerando que eu postei só o que fiz até as 8h00 da manhã, devem ter visto a correria em que minha vida se transformou após essa mudança de hábitos. Além de dormir só 6 horas por noite, quando o recomendável seria 8 horas e meia, eu estou me afogando em tarefas extra-curriculares, ou seja, além de malhar, trabalhar e estudar eu ainda tenho uma listinha considerável de afazeres para essa semana:

Tarefas da semana:

- Efetuar inscrição no programa "Adote um universitário" e juntar uma lista de documentação;
- Efetuar inscrição no programa de monitoria da faculdade e estudar as matérias de Teoria da Literatura referente ao 1º semestre do ano passado para a prova que será na próxima 3ª feira.
- Efetuar matrícula em um dos cursos de idiomas da faculdade. (detalhe: não sei se faço inglês, francês ou espanhol)
- Terminar de ler pela 3ª vez "memórias póstumas de Brás Cubas", livro obrigatório para a prova de Relações Intertextuais que tenho que entregar na segunda-feira;
- Reunir-me com minha profª e orientadora para decidir meu tema de Iniciação Científica e montar logo meu projeto com urgência e emergência! (e ela resolveu ficar enferma e não comparecer na faculdade)
- Escolher um tema para o próximo artigo, que farei finalmente com minhas amigas queridas;
- Fazer um enorme trabalho sobre o livro "Amor de perdição" com as mesmas amigas queridas;
- Montar um esquema de aula para apresentar para a sala em uma simulação didática para alunos de 5ª série (responderei á pergunta do Sílvio Santos: vc é mais esperto que um aluno da 5ª série?)
- Fazer fichamento de um lindo texto de gramática descritiva, que por obséquio compreendo menos que a normativa, e entregar hoje (aliás não sei o que estou fazendo postando no blog).
- Ler um interessantíssimo texto de lingüística para ser discutido na aula de hoje sobre Morfossintaxe, para não boiar na aula como ontem.
- Fazer requerimento de autorização para umas 200 sessões de fisioterapia para convênios externos;

Bem que me disseram: "Não se pode abraçar o mundo"... é muita informação!

Momento paródia:
"Eu faço dieta, academia, tenho leituras de amargar.... Me inscrevo em concursos, faço o meu trabalho, e ainda tenho tempo pra postar..."
(Cássia Eller deve estar se remexendo no túmulo)


Depois me perguntam: "Para quê vc toma femproporex?" Pois saibam que além do poderoso veneninho, ainda estou tomando vitamina c e pó de guaraná, sem contar as 30 xícaras de café diárias.


Boa tarde leitores!

terça-feira, 4 de março de 2008

Mais uma da Fada-Bruxa:


"Sou forte mas também destrutiva. O Deus tem que vir a mim já que não tenho ido a Ele. Que o Deus venha: por favor. Mesmo que eu não mereça. Venha. Ou talvez os que menos merecem mais precisem. Sou inquieta e áspera e desesperançada. Embora amor dentro de mim eu tenha. Só que não sei usar amor. Às vezes me arranha como se fossem farpas. Se tanto amor dentro de mim recebi e no entanto continuo inquieta é porque preciso que o Deus venha. Venha antes que seja tarde demais. Corro perigo como toda pessoa que vive. E a única coisa que me espera é exatamente o inesperado."



Clarice Lispector.

Vida madrasta - 2º capítulo:

Bem, devido ao sucesso do post de ontem, contando sobre as desventuras de uma vida fitness, fiquei na obrigação de contar a continuação, mesmo porquê foi cogitada a publicação de meu sofrimento em um livro que, com certeza, será bem melhor que o da Bruna Surfistinha... É verdade gente; ontem, quando fui á biblioteca no intervalo da faculdade, vieram me falar sobre o blog e cogitaram a publicação! (Né David?! né Gaby?! rs)
Bom, brincadeiras á parte, o fato é que hoje, como o esperado, ás 5h30, impiedosamente o rádio-relógio da minha vó despertou, mas com uma diferença... Eu já havia me levantado antes, estava acordada, mas ele despertou dizendo: "Sessão do descarrego, não perca! Próxima sexta na Igreja Universal do Reino de Deus mais próxima de sua casa."
Pensei: "Hoje o dia promete"
Minha tia me abandonou na nossa "saga ao corpo perfeito", visto que ela está fortemente gripada e com falta de ar, então só me restava seguir sozinha o meu destino.
Cheguei, e logo o carrasco filet começou a me medir. Confesso que adorei, apesar de ser desagradável um cara sarado ficar observando o quanto vc está fora de forma, ganhei vários semi-abraços do tal rapaz!
Após a "sessão fita-métrica", veio a "sessão do descarrego"; eu explico: sessão para descarregar calorias. Só não esperava que ele me mandaria visitar outra vez a minha amiga ergométrica! Ela já estava me esperando bonitinha e adivinhem?? No nível 4! Isso não era nada, o pior mesmo foi me sentar no banco outra vez. Não havia nenhuma parte doendo no meu corpo, só minha bunda que tenho certeza, ficará roxa após aqueles 50 minutos moldada á "poltrona do demônio", como diz minha amiga Dan. Doeu muito, mas abaixei o banco no último, de modo que o peso se concentrasse mais nas pernas. Resultado? Mais esforço do que antes!
Bem, os 30 minutos posteriores foram de muito sofrimento, que hoje, não descreverei detalhadamente. O fato é que, quando saí do purgatório ele me mandou direto pro inferno, ou seja, para treinar braço. Eu tive a impressão de que nunca mais esticaria meus membros superiores pelos séculos dos séculos amém! Foi duro mas teve fim!
Quando terminei, ele não hesitou e disse: Abdominais!... Pensei: "Ah, básico né, dentro do padrão". Mas foi aí que me enganei caro leitor, ele colocou 15 quilos á mais no aparelho de abdominal, como se meu peso já não fosse suficiente!
Pronto, já passou! Saí, sem mesmo dizer tchau. Na hora fico magoada, depois passa... rs

Hoje minha vó fez tudo direitinho: pão francês sem miolo com creme philadélphia. (super ligth)

E caprichou no cardápio...
Almoço: Salada de legumes: cenoura, abobrinha, vagem, palmito, gergelim (minha vó tem mania de gergelim), batata (que não comi devido ao alto teor de carboidrato), tomate, e grãos que não sei se eram de soja ou de trigo... O duro é que ela exagera no azeite extra-virgem e ninguém avisou a ela que além de ser caro aquilo engorda! Bom, mas o tempero tava ótimo.
Bebida: Uma latinha de néctar de banana com baixo teor calórico. (que por obséquio continua na geladeira, achei muito estranha essa bebida e fiquei com um pouco de medo pois banana não é minha fruta predileta e lá na casa da minha avó eles sempre compram bebidas estranhas)
Sobremesa: Salada de frutas - abacaxi, uva, melão, mamão, maçã e carambola (que cortada, fica em formato de estrelinhas que acho fofa)

Enfim, continuo firme. E femproporex porque senão o diabo atenta!


Mas não fiquem preocupados, não vou falar sobre isso todos os dias. Eu sempre odiei falar de alimentação e exercícios físicos, não é agora que adotei uma dieta saudável que vou ficar moralista e dar uma de nutricionista ou personal trainner.

Não! Esse não é o blog da Lucilia Diniz, nem do dr Dráuzio Varella e não faço propagandas de dietas de emagrecimento como a Luciana Gimenez. Aliás não acredito no "Dream Week".


Até a próxima leitores, e se for pra perder, que seja peso!

segunda-feira, 3 de março de 2008

Ô vida madrasta!

Por que é que todo mundo já não nasce nos moldes adequados, ou seja, manequim Gisele Bündchen???
Bem, fazer o quê? Se a genética não foi generosa com a minha pessoa, o negócio é me mover (literalmente) e fazer alguma coisa pra modificar esse quadro, ou círculo, não sei..


5h30 (não é da tarde não gente, é da madrugada mesmo): o rádio-relógio agradabilíssimo da minha vó desperta cruelmente naquela rádio AM super trash anunciando aquele monte de tragédias, mas não! Para mim não significava apenas que a cidade está violenta, mas que era hora de me levantar e dar o primeiro, dos muitos passos que viriam, para me tornar uma pessoa fitness... Não estava mais suportando ver minha tia de 45 anos se levantar e ir para a academia, enquanto eu, com os meus 21 aninhos, ficava dormindo uma hora e trinta á mais, o que não resolvia meu sono e não me fazia perder um grama, era inaceitável! então resolvi acompanhá-la.


6h00: O personal (nada mal, diga-se de passagem), perguntou meus dados, preencheu a ficha, e logo disse: hoje, teremos o habitual teste da bicicleta!

Pensei: "Ah, que ótimo, odeio pedalar, nada mais chato e monótono"...


6h05: Start... nível 1: Comento com a minha tia "nossa, que chato isso aqui, 10 minutos olhando pro mesmo lugar e fazendo a mesma coisa..."
6h15: Quando os 10 minutos acabam vejo o saudável moço se aproximar: avance para o nível 2, e mantenha a velocidade mínima de 20km/h!
Bem, até aí eu estava mantendo facilmente entre 30 e 32km. Ai que tédio... As pernas começam a "formigar" pois exercícios não me são habituais desde que comecei a trabalhar, ou seja, fazem 2 anos que me dedico totalmente ao sedentarismo.
Legal, não vejo a hora de acabar esse maldito teste pra eu fazer outro tipo de exercício, odeio a monotonia... Como é que não fazem bancos mais confortáveis pra essas malditas bicicletas?
6h23: Antes mesmo que eu acabe os intermináveis 10 minutos do nível 2, o bendito professor roda aquela droga de regulador e coloca no nível 3. Ahhhhhhh, isso é ótimo, adoro rampas mesmo!
Pedala, pedala, pedala... Lindo! minhas pernas começam a tremer e doer mais do que se me tivessem amputado as duas. God, nunca vi minutos tão longos em toda a minha existência... "Será que eu posso parar e tomar água?", melhor acabar com isso logo!
Ah que emoção, faltam apenas 2 minutos pra acabar... Se bem que serão dois longos e intermináveis minutos!
6h34: "Deus prosperou na minha vida" (não é plágio, repare nas aspas referenciais)! Lá vem o personal, ele vai me tirar daqui e me colocar em outro aparelho...
"Nossa menina, seu acondicionamento é ótimo, melhor que o meu! Vc não baixou dos 20 nenhuma vez, acho mesmo que sua carga será a nível 4!"
O quê????? Como assim? ainda havia mais um nível????????????? Quando vi aquele regulador girar e senti o peso do pedal refletir nas minhas pernas quase implorei misericórdia!
Pensamento positivo: "toda mudança pra melhor, requer desconforto" (olha como é o ser humano. Mesmo eu, a condenadora número 1 da auto-ajuda, lembrei-me de uma de suas pseudo-lições). Suor, suor, suor, quase me afoguei!


1 minuto... "Pai, por que me desamparastes?" (alusão á cena de Cristo sofrendo a paixão)
2 minutos... "Droga de vida injusta, por que não nasci magra, loira e com olhos azuis?"
3 minutos... "tá, nem precisava ser loira e ter olhos azuis, só magra já tava ótimo"
4 minutos... "se bem que, não precisava ser magra estilo anorexa, queria só estar na média"
5 minutos... "falta só mais metade desse nível, será que eu agüento?"
6 minutos... "Já vai acabar, quando faltar 1 minuto eu já desço, ele nem vai perceber..."
7 minutos... "eu nem sinto mais minhas pernas, muito menos a minha bunda... parece que já nasci sentada nesse maldito banco triangular..."
8 minutos... "o torturador filet se aproxima e encosta ao lado da minha bicicleta e diz todo empolgado: Tá vendo só, é essa a carga que vc vai puxar, vc se deu super bem com esse nível"
9 minutos... "ele não sai de lá e não posso descer... deixo a velocidade cair pra ele ver que não tô mais aguentando e quem sabe, me atribui ao nível 3?"
6h44: 10 minutos... Eu, louca pra descer, vejo ele regular outra vez.. MEU DEUS, SERÁ QUE EXISTE NÍVEL 5?? ele diz: agora vamos descendo os níveis pra vc relaxar a musculatura e ir parando gradativamente.... "Não sei se rio ou se choro!"
Jeová! foram mais 10 minutos de tortura, quando finalmente pude descer, 50 minutos após começar, minhas pernas estavam bambas e nem obedeciam minha vontade de sair correndo dali pra sempre.


6h55: O carrasco fitness, que á essa altura eu já nem achava mais bonito, ousa dizer: agora, 3 séries de 20 abdominais para terminar!
Pelo menos eu poderia deitar né?! Nunca fiz 3 séries tão rápidamente, em toda a minha vida!

- Ahhhhhhhhh agora acabou néééé?!
- Sim, mas amanhã é que vamos pegar pesado, pois quero testar a sua resistência... Vamos treinar braço!
-Ahhhhh.... Sim, claro! Pode deixar... (braço é a parte do corpo que mais odeio treinar, tenho
acondicionamento péssimo, quando criança destroncava o braço de 15 em 15 dias.)
7h00: Será que eu volto??? Não se preocupe caro leitor, já me decidi. Voltarei sim, mas só porque sou brasileira e não vou desistir tão facilmente! Se minha tia conseguiu, eu também consigo oras... E também, claro, não vou perder meus 50 reais por uma única sessão de tortura!

7h05: O banho que tomei ao chegar foi o melhor da minha vida, e claro, depois rolou um tandrilax pra garantir que não vou morrer de dor muscular...

7h25: Chego na mesa do café: Vóóóóó!!! como assim eu me mato pra perder umas míseras calorias e a senhora tem o displante de passar geléia de morango no meu pão?!?! (minha vó sempre deixa os pratos prontinhos, um amor)...
- Eu não como mais açúcar ouviu!?!
Logo, cheia de romorços ela preparou meu almoço light: Salada de trigo e tomate, uma porção de melão e abacaxi em cubos, uma água de côco e um club social integral.

Agradecida!

Aff... ainda bem que eu tenho um blog; que graça teria penar dessa forma se ninguém pudesse rir da minha desgraça? Riam á vontade, ok? Só espero atingir minha meta e também achar graça de tudo isso algum dia!



Não, eu não vou desistir! São femproporex que me auxilie, amém!

domingo, 2 de março de 2008

"Domingo é dia de ecos..."

O dia começa na noite... A meia-noite se apresenta um novo dia, que ainda é escuro e parecido com a noite anterior.
Ela conversa, comenta, discute... Há tempos não fala tanto com essas pessoas que fizeram parte da sua infância, da sua vida...
Sim. Existe vida além de.... Mas ela não se esquece, dorme, sonha, acorda...
O dia que se apresenta é bonito, mas é domingo... "De onde vêm os ecos de domingo? Eu que odeio domingo por ser oco..."
Porém o sol é convidativo... Sol, livro, piscina... Acaba-se o livro; "Amor de perdição". Acho que não... isso não tem nada a ver com ela!
Desce ao rio. Apesar de sua descrença em superstições acredita que aquilo lhe dá sorte...
Pronto. Pelo menos agora não terá mais que se lastimar por o que não tenha feito.

As horas se passam... Eis que é hora de voltar do refúgio secreto. Torna á cidade, á vida. Nada mudou... Bom? Ruim?



Espero que o dia termine logo... "Maldito domingo que me liquidifica!"

sábado, 1 de março de 2008