quarta-feira, 30 de abril de 2008

Várias coisinhas:

- Bom dia! (isso dá uma impressão terrível de telejornal!)

- Olá pessoal, bom dia! (parece apresentador de programa infantil agora)

- Bom dia caros leitores. (muito machadiana)

Ahhhhh!! Vai se f...errar, o blog é meu, eu cumprimento como eu quiser.
(senso crítico se cala momentâneamente)

Agradeço profundamente aquelas pessoas que me desejaram sucesso nas provas e que rogaram pela minha alma (ou seria pelo cérebro?). Tá bom que esse foi o meu pior bimestre desde os primordes da minha carreira universitária, nada de 10, mas minha pior nota foi 7.5 "grazadeus". Claaaaaro que eu não acho que tirar 7.5 seja coisa de Deus, realmente não é, mas já está acima da média, que é 6. Aliás essa coisa de ficar na média nunca foi bem a minha carinha. Eu prefiro ficar abaixo do que na média. É uma coisa tão insossa, mediana, não gosto, não gosto (extremismo cretino). Percebo que as coisas andam muito estranhas mesmo porque aconteceu que nas matérias em que tenho mais dificuldade acabei me saindo melhor do que em outras em que sempre tiro notas boas, mas enfim, já diz vovó: "não adianta chorar sob o leite derramado".
Conclusões? Nunca mais (enquanto estudar) volto para a academia, aprendi que não sou parente do Superman (jura?), não tenho vocação para levantar às 5h30 da manhã, malhar, trabalhar e estudar; in-fe-liz-men-te. Mas fico chateada porque odeio abandonar as coisas pelas metades e sobretudo porque eu soube que meu ex-personal anda questionando muito as pessoas sobre minha ausência. Uma infelicidade eu não poder voltar.
Essa coisa de ter prioridades na vida tem me perseguido bastante. Há coisas que são válidas, mas sempre há também aquelas demasiadamente importantes, então tenho que optar pela última. Estou muito adepta de Cecília Meireles ultimamente: "Ou isto, ou aquilo", tenho mesmo que escolher.
Mudando de assunto e voltando relativamente ao mesmo, ontem me surpreendi mais uma vez com a vida. É tão irônica, quase mais do que eu. (?)
Por que será que tudo que é importante hoje um dia não o será mais? Engraçado pensar nisso, é tão curioso, a gente passa anos e anos lutando por algumas coisas que depois de um tempo perdem completamente o valor. Meu Deus, queria muito ser explícita, mas como ontem me falaram que também sou lida por mais gente do que eu imaginava, não posso então.

- Então, encontrei Fulano e tipo, me perguntou de você!
- Quem??? O Fulano??? (em que cemitério você se encontrou com esse defunto?)
- Sim, ele mesmo.
- Ah, não brinca?! E falou bem ou mal?
- Ah, disse que você é super legal, a Lalinha.
- Peraí, o fulano me chamou de "Lalinha"? E de onde surgiu essa intimidade?.. Pior, de onde ele tirou que sou legal?
- Ah, não sei, disse que vai ler seu blog.

(???)
É nessas horas que eu me indago: Por que Senhor? Tem coisas que deveriam ficar escondidas no passado, sei lá, ou dentro do maleiro do guarda-roupas, escritos em agendas antigas, etc, odeio esses Jasons que aparecem do nada para aterrorizar a vida da gente! Se bem que já não aterroriza mais, e é exatamente isso o que me surpreendeu.
Inclusive, ontem, outra coisa que me surpreendeu foi o fato de que tenho um ilustríssimo leitor anônimo. Sim, morram de inveja, ele se coloca a criticar as postagens do meu blog e também meus comentários nos blogs alheios. Não é demais? Como diria o Biel: "adorando". É muito ibope! Deixo claro: Não me incomodo com críticas, muito pelo contrário, acho de suma importância, mas poxa, a pessoa criticar anônimamente é covardia, então proibi comentários incógnitos e agora quem quiser criticar será super bem-vindo, só que para isso vai ter que expor a "cutis". hahahahaha. (que gíria mais biba)
Concordando com a maré "falta de sorte", meu patrão querido resolveu que iremos trabalhar sexta-feira. BELEZA, ele quer que eu venha? Eu até venho, mas trabalhar já não garanto, visto que não marcarei nenhuma viva alma (só alma penada?) na agenda. hahahahaha (risada malígna). Tive uma explendorosa idéia (?): Vou copiar na agenda nomes qualquer, ele vai achar que todos faltaram e aprenderá que "desemendar" o feriado dos funcionários não é coisa que se faça.
Ah, "pelamor" né?! Afinal de contas eu iria viajar e nem vou mais porque me dá um grande desânimo essas viagens de dois dias. Queria ir hoje a noite e voltar só no domingo, mas o chefinho resolveu atrapalhar, agora ele vai ver só o que lhe espera. (gente, por favor, se algum dia eu ficar desempregada, não espalhem esse episódio por favor, tá?!)



Bem, já que não vou me ausentar por tempo algum, estarei por aqui postando freneticamente no feriado visto que não terei nada para fazer. (ou não)


Sorrisos meus a todos vocês! =D

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UPDATE: Gente, eu tenho ganhado selos de algumas bloggers muito queridas por mim, mas ainda não os ofereci a ninguém e acho isso tão complicado...
Eu vou pensar em "o que fazer" com eles, ou "a quem oferecer" e depois dou satisfações quanto a isso. Sou nova na blogosfera e ainda não estudei as normas de etiqueta usadas por aqui.
Mas assim, agradeço imensamente á Nathália, a Janete, a Mariana e a Rafaella que me ofereceram os cinco selos que tenho até agora.
Em breve faço uma postagem única e distribuo todos, ok? =)

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Confissões noturnas e outras coisas sem a mínima noção.

Pois é, são 0h22 segundo o relógio que eu mesma coloquei no meu blog. Hoje tenho que levantar 5h30 (é AM gente, CORAGI) e não tenho sono algum. Fico em dúvida se isso é por conta de eu ter tomado muito capuccino, se é porque acordei 13h ou se é porque resolvi remexer uns papéis velhos (nem tão velhos assim), e eles me perturbaram um pouco (completamente). Acho que é o conjunto de todos esses fatos. É, por que não?
Hoje já não é mais domingo e eu começo a me sentir aliviada, não entendo essa minha aflição dominical, eu nasci em um lindo domingo às 8h30 da manhã. Talvez isso venha do fato de que no fundo eu me arrependa de ter nascido (?). hahahahaha
Acho que mesmo não querendo eu preciso me forçar a dormir, porque estou com um pouco de aflição por saber que daqui 5 horas terei que jogar bastante água fria na minha linda (?) carinha.

Surgiram dúvidas então eu explico: A trilha sonora do meu blog não é do RBD, apesar de não ter nada contra (y soy rebelde?) - vocês não me odeiam agora, odeiam? Que posso fazer? Adoro música latina gente! Tá bom, já que é pra confessar, gosto também das novelas, e dos cílios postiços, aquelas unhas "á francesa", a maquilagem perfeita, os cabelos com baby liss, Fernando Joaquim, Gustavo Henrique, enfim, eu gosto, e daí!? Já me disseram que confessar as coisas de madrugada pode ser viciante e perigoso. Pronto, parei.

Mas tá aí a relação da minha playlist:

-> Enamorada - Miranda
-> Tears dry on their own - Amy Winehouse
-> Xylophones - Mallu Magalhães



Desabafei, posso dormir agora?!
Boa noite pra vocês. =)


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Update:
Já se passou a noite de três horas e meia mal dormidas e agora preciso de um pouco de Clarice para achar a vida mais bonitinha...

"O dia tinha sido igual aos outros e talvez daí viesse o acúmulo de vida. Acordara cheia da luz do dia, invadida. Ainda na cama, pensara em areia, mar, beber água do mar na casa da tia morta, em sentir, sobretudo sentir. Esperou alguns segundos sobre a cama e como nada acontecesse viveu um dia comum. Ainda não se libertara do desejo-poder-milagre, desde pequena. A fórmula se realizava tantas vezes: sentir a coisa sem possuí-la. Apenas era pre­ciso que tudo a ajudasse, a deixasse leve e pura, em jejum para receber a imaginação. Difícil como voar e sem apoio para os pés receber nos braços algo ex­tremamente precioso, uma criança por exemplo. Mes­mo só em certo ponto do jogo perdia a sensação de que estava mentindo — e tinha medo de não estar presente em todos os seus pensamentos. Quis o mar e sentiu os lençóis da cama. O dia prosseguiu e dei­xou-a atrás, sozinha."

Clarice Lispector in Perto do coração selvagem.


*Agora que tive tempo pensei num título adequado. (será?)

sábado, 26 de abril de 2008

Lig-lig Fish!

Sexta-feira divertidíssima e me recuso a omitir.
Festa no próprio trabalho. Patrão viajando, mamãe, Duda, Eddie, Bê, Jana, todo mundo me visitou durante a tarde. Risadas é o que não faltaram.
Bora pra casa, produção básica, tons "terrosos" (porque é tendência bein), make up poderoso e só. Fui para a faculdade esperando do fundo do coração descobrir minha nota que mais me preocupa, o que foi inútil. De súbito, fui surpreendida por uma aula de Relações Intertextuais da qual era impossível escapar. Tudo bem, adorei "A cartomante"- Uma fraude que vende ilusões.
Fim de aula, super bolo do Matheus, presidenta e eu no "Teresa móvel", ligo pro Eddie:

- Onde cê tá?
-Já tô aqui no Fish.
-Tá sozinho?
-Sim.
-Então fico aí enquanto a Dan busca o David.
-Ok.

Ao chegar, me lembro de ouvir "enquanto isso a gente pode conversar", mas antes que eu respondesse fui interrompida por pessoas que chegaram, sentaram e se espalharam. Gente legal, extrovertida, irônica, sarcástica, fashion (?), cult (?), sobretudo di-ver-ti-dís-si-ma.
Histórias de cabarés, de vendagens de produtos eróticos, um gim-com-tônica que nunca terminava, pessoas indecisas entre batata-frita-com-queijo e cheese burguer duplo, "oi, prazer, tudo bem?", "tchau, foi um prazer, até logo", pessoas que iam, pessoas que vinham, uma loucura. E enquanto isso eu bebia meus 5 martinis habituais, fumava um cigarro (eventualidade, não sou fumante) e era alfinetada sem almenos entender o por quê, enquanto alguém cutucava minha perna no sentido de que eu calasse a boca. Tá, eu já sei, causo "frisson".

A verdade é que estava ótimo. Só sugiro que na próxima Gabriel chegue mais cedo, Rafael fique até mais tarde, que ninguém vomite no bar, que nossa mesa fique mais centralizada, que todos os cigarros sejam mentolados e que compremos a garrafa de martini. Obrigada.


"Eu fui ao Fish, saber o que era Fish, mas todos eram Fish, lig-lig Fish."

sexta-feira, 25 de abril de 2008

"Aleluias e agonias de ser" (esse é bem característico, hahaha)

Hoje eu acordei feliz! Sim, depois da tempestade realmente veio a bonança. Não que eu tenha um grande motivo para estar feliz, a felicidade que sinto é a coisa mais gratuita que existe.
Ontem, até ás 9pm eu sentia que poderia degolar qualquer indivíduo que se aproximasse. Sim, eu estava irada. Mas depois de dizer tudo que eu queria, quer saber? Dane-se!

Não vou deixar de ser eu mesma.
Não vou deixar de falar o que eu penso.
Não vou deixar de acreditar nas pessoas e também não vou usá-las para tapar eventuais buracos na minha vida.

Ainda acredito que o diálogo é a melhor forma de se fazer entender, não sou mulher de mandar recado e muito menos de me omitir. Quem me conhece sabe que se perguntar vai ter a resposta na lata, que não levo desaforo pra casa, que falo o que penso sem medo se ser feliz (ou infeliz), não faço a mínima questão de forçar simpatia e nem de fazer social.

Sim, vou arcar com as conseqüências! E quer saber mais??? Estou muito orgulhosa disso.

Da mesma forma que as pessoas tem seus conceitos, eu também tenho os meus, e não é porque os meus são divergentes que eu vou mudar. Quem está certo? Difícil responder... Só sei que se não tivesse existido um indivíduo que discordou de todo mundo, até hoje estaríamos queimando na fogueira da inquisição (eu seria a primeira) ou ainda pensaríamos que a terra é quadrada e que no fim do horizonte existe um abismo. Abismo é se afundar em idéias que não são suas. E isso não é bem a minha carinha.

Vaias, aplausos, créditos ou críticas. Preparada!
Consolo?

-Alô.
-Lalinha, sou eu.
- (pausa) Putz, que bom que você ligou!
(...)
- Mas você acha que eu tô errada?
- Claro que não.

E ele nem imagina o quanto essas três palavrinhas me fizeram bem.

Tô cansada de ouvir que sou imparcial, intolerante, grossa, antipática, anti-social, desumana, enfim, um monstro apocalíptico. Não são os primeiros e nem serão os últimos a achar tudo isso sobre mim, mas eu tô convicta que quem me conhece de verdade não pensa assim e que de "achismos" o mundo está cheio. Será que também querem saber se eu estou bem, se me sinto feliz, se tenho problemas? É muito fácil conceituar olhando por cima, se coloquem no meu lugar e vejam se a opinião permanecerá a mesma.
-Mas tu é a rainha do julgamento prévio!
Eu exponho a minha opinião sim, mas não crucifico as pessoas pelas costas sem dar a elas direito de resposta, e se eu falo algo sobre alguém é porque minha vontade é ajudar, da mesma forma que eu aponto defeitos eu me preocupo com os problemas, aliás muito mais do que deveria. Duvido que alguém conteste.

Dói muito receber isso de pessoas que você ama; uma, duas, três, dez, mas a verdade é que só Deus e eu sabemos o que se passa na minha cabeça.
Sinto que tô virando um mito e cada um pinta a lenda como bem entender, é isso? Acho que não é bem por aí, mas se for também eu não me importo. Deixem eu ser como sou e se não agradar, saibam que aqui o "seja feita a vossa vontade" funciona muito bem.

"Escuta: eu te deixo ser. Deixa-me ser então." - É, Clarice sabe o que diz!

Não é um recado, é um desabafo, afinal tudo o que eu tinha a dizer já disse a quem(s) deveria ouvir.
Esse é o meu espaço, e me sinto bem á vontade pra falar nele o que quiser.

Ilustração: Claudia Degliuomini
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Bem, hoje é sexta-feira e o "lig-lig fish" nos aguarda.
Ilustração com música brega: "vamos embora pr'um bar, beber, cair e levantar" hahahaha
Só não garanto a parte do levantar!


Beijo estalado na bochecha esquerda de todos que lerem essa ladainha. =)

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Blá-blá-blá e só.

Cá estou mais uma vez com um blog de cara novinha. Tudo bem que a cara anterior também era nova, aliás eu nunca espero ficar velha pra trocar mesmo.
De repente essa seja só uma fase de mudanças e isso está se refletindo em meus atos. (momento auto-psicologia barata)
Tá gente, eu sei que meu blog deveria se chamar "camaleão", mas é que eu não tô satisfeita poxa, deixa eu me acertar (o ideal seria ME ACEITAR né?!). Eu até tava felizinha com o layout cinza mas daí que o Eddie decidiu não gostar e eu fiquei imaginando aquela carinha de reprovação tão peculiar dele, rejeitando meu layout mezzo-depressivo e mudei. Lilás pode? (nota-se por aqui a necessidade de aprovação alheia que a pessoa tá) hahahahaha...


Bem, devaneios á parte, minha vontade não é agradar a todos, absolutamente!


Meu muito obrigada a vocês pelas palavras de consolo em relação ao post anterior; não vou me suicidar gente, era só uma ilustração (rá).
O fato é que tive uma semana difícil, com provas todos os dias, eu disse: TODOS OS DIAS, e isso me tirou um pouco do eixo retilínio da minha linha de equilíbrio (?). Nem Freud explica isso, e com certeza também não explicaria as respostas geniais que dei nas provas.
Fiquei super-hiper-ultra-mega-master-baster-advanced chateada porque sei que não vou fechar com uma nota digna das matérias de que mais gosto. Ontem até perguntei pra minha professora-mentora se ela iria me odiar pra sempre depois que lesse a minha "prova Einsten", e ela disse: não imagina, só que isso não me tranquiliza visto que ela costuma confiar mais em mim do que deveria, deve ter achado que eu tava fazendo uma média. Só Deus sabe... quisera eu fazer a média, ou seja, nota 6! hahaha. Diga-se de passagem ela veio brigar comigo quando tirei 8 na prova da monitoria (a nota máxima era 10). Imaginem o tamanho da decepção que vou causar. Oh Deus!
Pois é, já dizia minha vó: "Desgraça pouca é bobagem". Quando vêm, vêm tudo de uma vez!
Sim... sábios dizeres da vovó, além da semana "trash metal", Papai-do-céu achou que não era o suficiente e quis contemplar a condenada aqui com uma enfermidade.
Pausa - escrevendo isso me lembrei de que quinta-feira - data em que fiquei doente- pela milésima vez ligaram "enganado" lá em casa. Eu já tô de saco cheio, odeio telefone, e tem gente que acha graça em perguntar se é da cromadora. Pô meu, é o dia inteiro. Daí, á noite, eu me arrumando hiper apressada pra monitoria, um infeliz ligou e quando atendi ele disse: "Alô, Ana Paula?! Onde você tá?" Eu disse: "Oi, pois não, no polo norte e você?!" (precisava usar essa que faz parte da minha "top list" de tiradas ensaiadas que já postei aqui, acho que nunca teria outra oportunidade melhor), o cretino desligou, acho que nunca mais se engana, e eu caí na gargalhada. E você deve estar pensando: "Tá bom, e o que a doença tem a ver com isso?" Calma, eu explico. Mamãe ouviu tudo e começou a fazer aquela lista dos meus últimos episódios de má educação. Entre mil barbaridades, disse que eu ainda teria o troco, que Deus iria me castigar, e eis então mais um daqueles ditados: "Praga de mãe pega"... Pois é, o fato é que na quinta-feira mesmo, quatro horas depois do ocorrido, os sinais cabalísticos começaram a me perseguir. Sim, quase que não consigo terminar minha prova de prática de ensino. Sentia um frio tremendo - agora associei, deve ser porque disse pro moço do trote que estava no polo norte - mas é sério, eu estive tão moribunda, mas tão moribunda, que na madrugada de quinta pra sexta quase me levantei pra preparar o roteiro do meu velório: grupo de bossa-nova, os slides com meus melhores momentos, os convites individuais, o caixão com tampa de acrílico, o epitáfio, as flores brancas, enfim, essas coisas que sempre idealizei e que não serão possíveis no caso de uma morte repentina.
(Quer me assassinar? Entendo, tudo bem, não me oponho, acho até que mereço mas por favor, não deixe faltar nada disso na minha cerimônia fúnebre, lembre-se que cedo ou tarde nos encontraremos nos umbrais e acertaremos as contas, ok?)
Pois é caro leitor, sexta não pude vir trabalhar, visto que me sentia "nas cinzas das horas". Descansei? Não. Estudei o dia todo pra minha última prova. É, acho que pelo menos nessa não fui tão mal, eu sempre quis falar tudo que eu sabia sobre o mal-do-século, o tédio da vida, o spleen, a palidez, a melancolia, enfim, escrevi pra sempre e me senti quase um Álvares de Azevedo, só faltava a taverna e as bebidas, principalmente as bebidas.
Fui para o rancho a fim de ver se pelo menos o sol seria gentil comigo e adivinhem? Ele nem sequer deu o ar da graça.
Assisti filmes, me lembro que eu estava passando mais mal do estômago que aquele cobaia do Laranja mecânica, mas no meu caso, não era por causa da violência e nem da 9ª sinfonia de Beethoven, era praaaaga-puuuura.
O lado bom? Bein, tem que ser muito otimista pra ver lado bom nisso tudo, mas emagreci 2 quilos sem fazer esforço nenhum, apesar de ainda não saber se valeu muito á pena.
Acho que o pior da semana foi ter dois domingos. Sim, porque além do domingo básico que pra mim já é ultrajante, ainda teve o feriado de segunda-feira, que a deixou com uma super cara dominical. É muita felicidade! Pelo menos não repetiram o programa do Faustão, ou o Gugu (pelamor, isso ainda existe?), e mesmo que eu tenha terminado o dia no hospital São Joaquim aos cuidados de uma médica pra lá de estranha, não vou me abalar. Não vou. Não vou. Não vou.

Nada que uma noite de terça-feira e uma reunião maldosa entre amigas no Mc Donald's não resolva! Não há melhor terapia.


- Blá-blá-blá; você só sabe reclamar?
-Sim, por hoje é blá-blá-blá e só.
- Argh!
- :P

P.S. - Levei 4 horas pra compor essa postagem. O representante mais filet do universo e região chegou aqui então tive que fazer um social né, depois fui passear pelo centro com a Bê e atender vários pacientes chatos (só pra esclarecer: não sou médica, sou a secretária). A informação não é importante, mas talvez explique a falta de criatividade. Muita interrupção!

-Desculpa mais esfarrapada.
-Ah, cala a boca!


*Diálogo entre meu senso-crítico e eu.

-Que?? Eu ouvi "louca"??? Ma-gi-na-que-ca-lú-ni-a!

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UPDATE: Parênteses de pensamentos súbitos agora em branco em virtude das sugestões de Biel, o bardo. Sim, preocupo-me com o grande público. hahahaha

- Se mata!
- Oh!

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Expressão musical de sentimentos (?)

Sangue,

Sangue,

Sangue,

Chatterton, suicidou
Kurt Cobain, suicidou
Getúlio Vargas, suicidou
Nietzsche, enloqueceu
E eu, não vou nada bem

Chatterton, suicidou
Cléopatra, suicidou
Isócrates, suicidou
Goya, enloqueceu
E eu, não vou nada nada bem


Chatterton, suicidou
Marc-Antoine, suicidou
Cleópatra, suicidou
Schumann, enloqueceu
E eu, puta que pariu, não vou nada nada bem
.
Puta que pariiiiiiiiiiiiiiiiuuuu!!!



Yeharrrrrrrrrrrrr!




P.S.: Essa música é da Ana Carolina, mas hoje, com certeza poderia ser da Ana Laura. Amanhã, ou o dia que Deus (ou o diabo) permitir eu explico.
E que tudo mais vá pro... esquece, essa já é outra música.

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Update para satisfação quanto a mudança radical na cor do template:

Já ouvi falar que verde é a cor da esperança. Só que não tem nada a ver caros leitores, esse template super limão é porque rosa definitivamente não é a minha cor. Tá, a minha cor é preto mas blog preto eu acho muito clichê hoje em dia. Ah, esquece, já perceberam que não tô satisfeita ainda né!?

Coitado do blog, não tem nada a ver com a minha insatisfação em relação a tudo, e eu fico mudando e mudando a cara dele. Por favor, não dêem créditos, só descontos tá?!

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Update 2:

Mudei outra vez. Agora mais satisfeita, obrigada.

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Update 3 (último por hoje, prometo)

Como não pensei antes?!

Cinza!

P-e-r-f-e-i-t-o!

Expressa estado de alma e é tão blasè... Adoro.

Indo dormir quase satisfeita. =)

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Há tempo.

Todos os contatos que tive com A Bíblia, durante toda a minha vida, foram avassaladores. Posso dizer que já li muito, com freqüência, quase inteirinha. Existiram épocas em que eu lia três vezes ao dia. Mas depois eu parei. E se passaram dias, meses e anos, até que hoje, depois de muito tempo sem lê-la, me deparei com isso. O livro de Eclesiastes sempre foi o meu favorito. O rei Salomão, filho de Davi, no alto de sua sabedoria mas tomado por profunda depressão, se coloca a pensar sobre a vida. E só Deus e eu sabemos o quanto eu precisava me lembrar disso hoje:
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"Todas as coisas tem o seu tempo, e todas elas passam debaixo do céu segundo o tempo que a cada uma foi prescrito. Há tempo de nascer e tempo de morrer. Há tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou. Há tempo de matar e tempo de sarar. Há tempo de destruir e de edificar. Há tempo de chorar e tempo de rir. Há tempo de se afligir e tempo de dançar. Há tempo de espalhar pedras e tempo de as ajuntar. Há tempo de dar abraços e tempo de se afastar deles. Há tempo de adquirir e tempo de perder. Há tempo de guardar e tempo de lançar fora. Há tempo de rasgar e tempo de coser. Há tempo de calar e tempo de falar. Há tempo de amor e tempo de ódio. Há tempo de guerra e tempo de paz."
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Eclesiastes capítulo 3, v. 1-8
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terça-feira, 15 de abril de 2008

Sei lá, entende?

Diálogo entre "mim e mim" (alusão á prova de ontem, quero morrer!):

- Tinha mesmo um montão de coisas pra contar hoje aqui.
- Sério? então por que não conta?
- Ah, eu tava até entusiasmada, mas agora não tô com a mínima vontade de escrever nada. Tem dias que não dá vontade... Sei lá, entende?
- Não, não entendo.
- Ah, também estou muito ocupada e sem tempo, tenho que estudar.
- Então morre Ana Laura!
- Sim, "sinto que terei que pedir licença para morrer um pouco. -Com licença, sim? Não demoro. Obrigada."

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... Pausa para recordar o por quê de ter vindo postar sem vontade alguma...




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P.S.- Ontem falei, ou melhor, Clarice falou tanto em amizade sincera e hoje é dia quinze de abril, aniversário de um amigo desses, de loooooooonga data. Parabéns Filipe!
Como me prometeram, sei que ele será dirigido até o meu blog e lerá minha humilde, porém sincera homenagem (assim espero). Provavelmente eu não telefone e nem o veja, e como não temos mais orkut, ficam aqui os meus votos de felicidade.
É só saudade né... Do tempo de escola, das conversas, apostas (prefiro não comentar), das confidências, das cartas na semana da correspondência, das tardes em que ligávamos na rádio para oferecermos músicas, lembra? Daquela ída ao champagnat para fazer pesquisa com direito á ônibus lotado, digo S-U-P-E-R-L-O-T-A-D-O na volta, pisão no pé da senhora, a gente morrendo de rir. Das tardes lá em casa. Já me acompanhou na academia (com direito a contar o tempo dos exercícios pra mim), já foi comigo até ao cabelereiro e em várias festas de família. Já me viu rir, chorar, cair (literalmente) e levantar também. Enfim, se for contar tudo que já passamos nesse quase dez anos de amizade vou falar pra sempre. A vida nos dá irmãos de sangue, aqueles que nascem do mesmo ventre que a gente, e os irmãos de coração, aqueles que podemos escolher. E você é meu irmão por opção, por parte de Deus, com certeza.
Mesmo não estando mais tão presentes um na vida do outro, quero que saiba que sempre terá um espaço enorme no meu coração!
Own, coisa mais fofa isso gente... hahaha

P.S¹ - E Rosiany, casa logo com ele, senão quando fizermos trinta e cinco anos eu caso einh! (espero que ele tenha te explicado essa brincadeira, hahahaha)
Feliz aniversário irmãozinho!

P.S.² - (não é play station 2) - Zih, tudo bem que você sempre lê meu blog, mas aprende a comentar também orasss...
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Update para nota póstuma:

AINDA RECLAMOU POR EU NÃO LIGAR???
MUITO MELHOR UMA POSTAGEM NO BLOG DO QUE UMA LIGAÇÃO!
(JÁ ME CONTARAM QUE VOCÊ SE EMOCIONOU COM AS MINHAS PALAVRAS, HAHAHA)
E A RECÍPROCA É VERDADEIRA PORQUE SE EU BEM ME LEMBRO, ESSE ANO NO MEU ANIVERSÁRIO, EU SÓ RECEBI UM SCRAP, TUDO BEM QUE ERA UM SCRAP GIGANTE, MAS NADA DE LIGAÇÕES.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Uma amizade sincera.

"Não é que fôssemos amigos de longa data. Conhecemo-nos apenas no último ano da escola. Desde esse momento estávamos juntos a qualquer hora. Há tanto tempo precisávamos de uma amigo que nada havia que não confiássemos um ao outro. Chegamos a um ponto de amizade que não podíamos mais guardar um pensamento: um telefonava logo ao outro, marcando encontro imediato. Depois da conversa, sentíamo-nos tão contentes como se nos tivéssemos presenteado a nós mesmos. Esse estado de comunicação contínua chegou a tal exaltação que, no dia em que nada tínhamos a nos confiar, procurávamos com alguma aflição um assunto. Só que o assunto havia de ser grave, pois em qualquer um não caberia a veemência de uma sinceridade pela primeira vez experimentada.
Já nesse tempo apareceram os primeiros sinais de perturbação entre nós. Às vezes um telefonava, encontrávamo-nos, e nada tínhamos a nos dizer. Éramos muito jovens e não sabíamos ficar calados. De início, quando começou a faltar assunto, tentamos comentar as pessoas. Mas bem sabíamos que já estávamos adulterando o núcleo da amizade. Tentar falar sobre nossas mútuas namoradas também estava fora de cogitação, pois um homem não falava de seu amores. Experimentávamos ficar calados - mas tornávamo-nos inquietos logo depois de nos separarmos.
Minha solidão, na volta de tais encontros, era grande e árida. Cheguei a ler livros apenas para poder falar deles. Mas uma amizade sincera queria a sinceridade mais pura. À procura desta, eu começava a me sentir vazio. Nossos encontros eram cada vez mais decepcionantes. Minha sincera pobreza revelava-se aos poucos. Também ele, eu sabia, chegara ao impasse de si mesmo.
Foi quando, tendo minha família se mudado para São Paulo, e ele morando sozinho, pois sua família era do Piauí, foi quando o convidei a morar em nosso apartamento, que ficara sob a minha guarda. Que rebuliço de alma. Radiantes, arrumávamos nossos livros e discos, preparávamos um ambiente perfeito para a amizade. Depois de tudo pronto - eis-nos dentro de casa, de braços abanando, mudos, cheios apenas de amizade.
Queríamos tanto salvar o outro. Amizade é matéria de salvação.
Mas todos os problemas já tinham sido tocados, todas as possibilidades estudadas. Tínhamos apenas essa coisa que havíamos procurado sedentos até então e enfim encontrado: uma amizade sincera. Único modo, sabíamos, e com que amargor sabíamos, de sair da solidão que um espírito tem no corpo.
Mas como se nos revelava sintética a amizade. Como se quiséssemos espalhar em longo discurso um truísmo que uma palavra esgotaria. Nossa amizade era tão insolúvel como a soma de dois números: inútil querer desenvolver para mais de um momento a certeza de que dois e três são cinco.
Tentamos organizar algumas farras no apartamento, mas não só os vizinhos reclamaram como não adiantou.
Se ao menos pudéssemos prestar favores um ao outro. Mas nem havia oportunidade, nem acreditávamos em provas de uma amizade que delas não precisava. O mais que podíamos fazer era o que fazíamos: saber que éramos amigos. O que não bastava para encher os dias, sobretudo as longas férias.
Data dessas férias o começo da verdadeira aflição.
Ele, a quem eu nada podia dar senão minha sinceridade, ele passou a ser uma acusação de minha pobreza. Além do mais, a solidão de um ao lado do outro, ouvindo música ou lendo, era muito maior do que quando estávamos sozinhos. E, mais que maior, incômoda. Não havia paz. Indo depois cada um para seu quarto, com alívio nem nos olhávamos.
É verdade que houve uma pausa no curso das coisas, uma trégua que nos deu mais esperanças do que em realidade caberia. Foi quando meu amigo teve uma pequena questão com a Prefeitura. Não é que fosse grave, mas nós a tornamos para melhor usá-la. Porque então já tínhamos caído na facilidade de prestar favores. Andei entusiasmado pelos escritórios de conhecidos de minha família, arranjando pistolões para meu amigo. E quando começou a fase de selar papéis, corri por toda a cidade - posso dizer em consciência que não houve firma que se reconhecesse sem ser através de minha mão.
Nessa época encontrávamo-nos de noite em casa, exaustos e animados: contávamos as façanhas do dia, planejávamos os ataques seguintes. Não aprofundávamos muito o que estava sucedendo, bastava que tudo isso tivesse o cunho da amizade. Pensei compreender por que os noivos se presenteiam, por que o marido faz questão de dar conforto à esposa, e esta prepara-lhe afanada o alimento, por que a mãe exagera nos cuidados ao filho. Foi, aliás, nesse período que, com algum sacrifício, dei um pequeno broche de ouro àquela que é hoje minha mulher. Só muito depois eu ia compreender que estar também é dar.
Encerrada a questão com a Prefeitura - seja dito de passagem, com vitória nossa - continuamos um ao lado do outro, sem encontrar aquela palavra que cederia a alma. Cederia a alma? mas afinal de contas quem queria ceder a alma? Ora essa.
Afinal o que queríamos? Nada. Estávamos fatigados, desiludidos.
A pretexto de férias com minha família, separamo-nos. Aliás ele também ia ao Piauí. Um aperto de mão comovido foi o nosso adeus no aeroporto. Sabíamos que não nos veríamos mais, senão por acaso. Mais que isso: que não queríamos nos rever. E sabíamos também que éramos amigos. Amigos sinceros."

Clarice Lispector in Felicidade Clandestina - Ed. Rocco - Rio de Janeiro, 1998

domingo, 13 de abril de 2008

Algo sobre dormir, bebidas alcólicas, revistas de beleza e DESARTICULAÇÃO.

Não sei se agora é ontem ou amanhã. Vou achar que é hoje. Já é tarde e não estou com sono. É também porque dormi a tarde toda. Eu gosto de dormir a tarde mas não gosto de acordar... Eu acordo com sede. Sede e nostalgia.
Eu agora estranhamente sinto um gosto de perfume na boca. Perfume de verdade, como se eu tivesse bebido um gole. E estou precisando beber mesmo. Não perfume, mas qualquer outra coisa que também contenha álcool. Um martini talvez. Um não, acho que cinco.
Tô cansada de estudar. Minha mente tá cansada de aprender. Hoje mesmo eu peguei várias revistas de beleza, me contradizendo, pois critiquei minha mãe por assiná-las, e fui ler. Ler nem foi o caso, eu só queria mesmo ver as figuras. São coloridas e descansam a minha mente. Também sou contra ler revistas de beleza pois elas só nos fazem nos sentir mais feios e mais pobres. Então fico semelhante a um bebê de três meses, olhando as cores e os formatos, sem pensar em nada. É isso, eu preciso exatamente pensar em nada. Quando eu era criança, antes de dormir, às vezes eu ficava tentando não pensar. Mas nunca consegui, pois sempre atrás do pensamento articulado, tem um outro que é incontrolável, impertinente e que nunca se cala. Acho que é a consciência. Minha consicência é perturbada novidade. Eu sempre quis saber se as das outras pessoas são iguais a minha. A minha fala em meias e depois em parafusos e eu nem tô interessada nisso agora.
Confesso que eu também sou um pouco completamente desarticulada e também falo demais. É, a consciência é mesmo minha.

Entre desarticulações e esse monte de assuntos idiotas eu quero parar por aqui. Só vim postar porque não postei sexta e acho que o último post só teve 28 comentários porque eu demorei demais a postar outra coisa. Confesso que demorei mesmo porque acho um desaforo todo mundo comentar um simples "olá, como vai" e não se ligar em assuntos literários.
Tá vendo Clarice, sua carta bombou. Por nada.


E não se forcem a comentar essa merda graçinha de post. Vocês tem a minha simpatia. =)

Ok, já sei, estou insuportável, é que agora chegou o sono, já estou indo. Boa noite pra vocês também!

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Carta

Ontem recebi uma carta de Clarice Lispector. Não, isso não é viagem minha. Não era uma carta dirigida á minha pessoa, claro. Um colega jornalista e blogueiro, que teve a magnífica sorte de entrevistar a "deusa dos mitos e enígmas" por duas vezes, sabendo da minha profunda admiração por ela, me presenteou com um documento que dizem ser exclusivo. Eu, que já li dezenas de cartas escritas por ela, algumas escritas a próprio punho, expostas no Museu da Língua Portuguesa, e outras muitas no livro Correspondências, que reúne as cartas que Clarice escreveu quando morava no exterior e que ganhei de aniversário da minha querida amiga Danila, achei que a carta se assemelha mesmo ao estilo clariceano e não poderia atribuir sua escrita a outra pessoa, a não ser Clarice.
O mais curioso é que ontem eu não me sentia nada bem. Estava envolta a uma melancolia totalmente efusiva, mas quando li aquela carta, da qual não se conhece o remetente, parecia mesmo que Clarice havia escrito para mim.
Não havia nem pensado em postar isso aqui, pois não é novidade eu me identificar com tudo que ela escreve, mas é que vindo de Clarice, para mim, nada nunca é demais.


Berna, 2 de janeiro de 1947

Querida,

Não pense que a pessoa tem tanta força assim a ponto de levar qualquer espécie de vida e continuar a mesma. Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso - nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro. Nem sei como lhe explicar minha alma. Mas o que eu queria dizer é que a gente é muito preciosa, e que é somente até um certo ponto que a gente pode desistir de si própria e se dar aos outros e às circunstâncias. Depois que uma pessoa perde o respeito a si mesma e o respeito às suas próprias necessidades - depois disso fica-se um pouco um trapo.
Eu queria tanto, tanto estar junto de você e conversar e contar experiências minhas e dos outros. Você veria que há certos momentos em que o primeiro dever a realizar é em relação a si mesmo. Eu mesma não queria contar a você como estou agora, porque achei inútil. Pretendia apenas lhe contar o meu novo caráter, um mês antes de irmos para o Brasil, para você estar prevenida. Mas espero de tal forma que no navio ou avião que nos leva de volta eu me transforme instantaneamente na antiga que eu era, que talvez nem fosse necessário contar. Querida, quase quatro anos me transformaram muito. Do momento em que me resignei, perdi toda a vivacidade e todo interesse pelas coisas. Você já viu como um touro castrado se transforma num boi? Assim fiquei eu... em que pese a dura comparação... Para me adaptar ao que era inadaptável, para vencer minhas repulsas e meus sonhos, tive que cortar meus grilhões - cortei em mim a forma que poderia fazer mal aos outros e a mim. E com isso cortei também minha força. Espero que você nunca me veja assim resignada, porque é quase repugnante. Espero que no navio que me leve de volta, só a idéia de ver você e de retomar um pouco minha vida - que não era maravilhosa mas era uma vida - eu me transforme inteiramente.
Uma amiga, um dia, encheu-se de coragem, como ela disse e me perguntou: "Você era muito diferente, não era?". Ela disse que me achava ardente e vibrante, e que quando me encontrou agora se disse: ou esta calma excessiva é uma atitude ou então ela mudou tanto que parece quase irreconhecível. Uma outra pessoa disse que eu me movo com lassidão de mulher de cinqüenta anos. Tudo isso você não vai ver nem sentir, queira Deus. Não haveria necessidade de lhe dizer, então. Mas não pude deixar de querer lhe mostrar o que pode acontecer com uma pessoa que fez pacto com todos, e que se esqueceu de que o nó vital de uma pessoa deve ser respeitado. Ouça: respeite mesmo o que é ruim em você - respeite sobretudo o que você imagina que é ruim em você - pelo amor de Deus, não queira fazer de você mesma uma pessoa perfeita - não copie uma pessoa ideal, copie você mesma - é esse o único meio de viver.
Juro por Deus que se houvesse um céu, uma pessoa que se sacrificou por covardia - será punida e irá para um inferno qualquer. Se é que uma vida morna não será punida por essa mesma mornidão. Pegue para você o que lhe pertence, e o que lhe pertence é tudo aquilo que sua vida exige. Parece uma vida amoral. Mas o que é verdadeiramente imoral é ter desistido de si mesma. Espero em Deus que você acredite em mim. Gostaria mesmo que você me visse e assistisse minha vida sem eu saber. Isso seria uma lição para mim. Ver o que pode suceder quando se pactua com a comodidade de alma.


Tua Clarice.




Obrigada Bill.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Medo

A tarde chegou e ela não se sentia bem. Mas sentia. Sentimentos não faltavam para ela naquele dia. Sentia muito...
O que mais precisa acontecer para que ela entenda que não pode evitar o sofrimento? O pior sentimento que pode assolar um coração é o medo. Sim, ela tem medo. Medo de tudo que possa fazê-la sofrer. Talvez seja também por isso que não é muito receptiva com as pessoas. É medo!
Alguns, como a sua mãe e os amigos que a conhecem bem, sempre dizem que ela tem medo de encarar a realidade, e ela sabe que eles estão certos. Desde criança foi assim.
Nunca pedia nada a ninguém, nem ajuda, por medo da negativa. Sempre com medo de que o que ela espera não venha a acontecer. Não olha no espelho em dias que se sente feia, pois não quer saber a resposta dele. Não sobe na balança por medo de que ela responda que de fato tenha engordado. Na maior parte do tempo, seus amores foram platônicos, pois também tinha medo de se envolver realmente. É verdade, ela tem medo do real.
Mas também tem medo do sonho. Há algum tempo atrás teve um sonho muito, muito estranho, que mexeu com a cabeça dela. E era de uma infeliz realidade... Não era um sonho apenas, era muito real. E não era um sonho bom, nem feliz. Ontem ela se deu conta de que era um aviso, estavam-na avisando do que aconteceria de fato. E aconteceu!
Agora não é sonho o que a preocupa, é uma intuição de que algo muito ruim estaria para acontecer. Ela não quer nem pensar, não quer investigar, não quer descobrir, pois tem medo de encarar a realidade. E ela sabe que não suportaria.
Quem souber da verdade, por favor, não diga, pois ela não suportaria!
Ontem chegou a comentar com uma amiga esse prenúncio trágico que sente. Quer que todos saibam que ela preveu. Mas continua com medo, muito medo, mesmo que saiba que nada do que fizer poderá evitar que o destino defina os fatos. Mas ela não acredita em destino, acredita na soberania de Deus e mesmo sabendo que não merece ajuda divina, suplica sempre "Deus, tomara que seja psicose, neurose ou outras coisas características de uma mente insana". Tomara mesmo! Às vezes ela até sente uma pontinha de esperança... Mas na maior parte do tempo, sente como se estivesse no corredor da morte, sabendo exatamente o que a espera. O tempo da espera é que a corrói. Ela tem que esperar consciente até que o seu prenúncio vire realidade.

"Como será? Deus, como será?"

E a resposta de tudo é um grande silêncio...
Mas ela não quer mesmo resposta alguma, o medo da realidade é muito maior.
Não se compara nem de longe a Jesus Cristo, mas pode imaginar como era para Ele saber que iria morrer e também imagina porque Ele disse: "Pai, se for possível, passa de mim esse cálice". Ele também sentiu medo. Ela não é Jesus Cristo, e não está aqui pedindo clemência a Judas. Não culpa ninguém, nem Cristo culpou. E ele não tinha nenhuma culpa mas ela sabe que é a culpada por tudo o que pode acontecer agora.

E também é por esse medo tão grande da realidade que ela escreve se disfarçando atrás de um narrador que na verdade... é ela mesma.

terça-feira, 8 de abril de 2008

"Primo, plano, pirâmide, perigo"

Ontem saí da faculdade super empolgada pois tinha acabado de assistir uma aula super fofa em que havia tido uma oficina de contação de histórias. Eu cantava alegremente "menina bonita do laço de fita, qual é o teu segredo pra ser tão pretinha?" e entrei no carro, onde meus três primos já me aguardavam impacientes.
Surpreendentemente alguém estava mais empolgado do que eu...

Primo em êxtase: Laurinha, você não sabe. Estou milionário!
Pensei: "lá vem ele com as idéias de publicitário aprendiz do Roberto Justos". (detalhe, toda semana ele tem um "grande e infalível" plano para ficar rico, o sonho dele é se aposentar)
Ele: É verdade, esse papel aqui mudou a minha vida. -disse apontando para uma folha que tinha nas mãos.
Pensei: "Será que agora ele comprou o carnê do baú?"
Ele: Olha, é tão simples, só vou gastar dez reais.
Eu: Mas Guilherme, onde é que você arrumou uma oportunidade tão ímpar? (irônica)
Ele: Estavam panfletando na porta da faculdade.
Eu: Nossa, mas então é um milagre! Campanha da prosperidade? Como pode ter oportunidade para tantas pessoas ficarem milionárias? E eu perdi essa??? (debochando)
Ele: Mas eu vou conseguir, juro. E daqui há seis meses você vai estar voltando da faculdade de carona comigo no MEU carro.
Eu: Então vai lá campeão, diz aí qual é o seu plano infalível de hoje.
Ele: Olha que fácil, tá vendo essas cinco agências bancárias? Então, é só você depositar dois reais em cada uma delas.
Eu: Só?!?
Ele: Sim, e depois é só você arrumar mais duzentas pessoas dispostas a fazer o mesmo.

Todos: hahahahahahahahahahaahahaahahahahhahahahahahahahahaha!!!!

O velho truque da pirâmide! Ai meu saco... Plena segunda-feira, eu tão felizinha, e olha as coisas que sou obrigada a ouvir, "pelamordideus" né?!



Nota: Depois desse episódio deprimente, de súbito pararam o carro, pois minha prima insistia em assumir a direção. Só para constar, a criatura não sabe nem distingüir direita de esquerda, e todas as vezes que esterçava para o lado certo, soltava o volante e aplaudia. As vezes que esterçava para o lado errado, prefiro não comentar. Tá ok, não vou mais reclamar, sobrevivi!

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Lamúrias

Não sei o que fazer da vida, aliás, eu sei o que tenho que fazer sim, só não sei o que faço primeiro. Se eu fosse colocar no papel todas as minhas tarefas e obrigações dessa semana, seria um crime ambiental, pois teriam que derrubar três árvores para fabricar papel suficiente. E como sou uma pessoa com consciência (quase) ecológica venho reclamar aqui no blog mesmo. Aliás, economizar papel é a maior utilidade de um blog. (ou não)

Semana pré-provas (leia purgatório) com mil trabalhos da faculdade para entregar, tenho que requerir as solicitações das 10182 guias de convênios externos (o que não faço há meses, diga-se de passagem), é semana de pagamento, digo, no sentido de pagar as contas, porque pra mim mesma com certeza não vai sobrar nada. Tá, já sei, estou e-x-a-g-e-r-a-d-a-m-e-n-t-e hiperbólica. Ahhh e tenho também que preparar minhas aulas já que me meti na monitoria. Pausa. Eu não tinha contado aqui que já estou dando aulas. Adorei! Está sendo super bacana e bem gratificante.

Enfim, como eu queria passar as tardes assistindo programas de fofoca sobre famosos na TV comendo pipoca e tomando chocolate quente! Saudades da Sônia Abrão. (Deus faz as coisas certas, engordaria horrores).
Morro de saudades do tempo em que eu pintava as unhas três vezes ao dia por pura falta do que fazer...

Acho que tenho mesmo que seguir os conselhos do meu patrão que sempre me diz para resolver hoje os problemas de hoje mesmo e os dos próximos dois dias, e assim sucessivamente. E por falar nele acabo de perceber que pela nonagésima sétima vez, o filho da @#$@ me vetou o acesso ao msn. Legal, mais uma vez me coloco a procurar sites auxiliares! Tô com tempo mesmo para isso...
Alguém avisa ele que em 5 minutos eu acho outro??? Que saco é muita insistência da parte dele, da minha também né, mas como obedecer nunca foi o meu forte mesmo...
E o pior de tudo é que mesmo sem ter tempo nem para piscar direito, eu ainda arranjo um longo espaço para ser neurótica!

Ai que bando de assuntos chatos...

Quase me esqueci, hoje é segunda-feira né, apesar de não ser domingo, esse também nunca é um dia em que aparecem coisas legais mesmo. (juro que ainda vou montar meu clã de idéias óbvias)

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Uma descoberta revolucionária:

Ual, descobri que posso colocar música no meu blog. \o/ (novidade)

Calma, calma. Essa aí é só porque hoje é sexta e estou felicíssima.
Não escuto pop music de domingo á quinta, que fique bem claro. hahaha


Um excelente final de semana á todos!

"A vingança é um prato que se come frio." - by Duda.


Domingo não fomos à igreja porque Duda deu um escândalo por causa de um batom vermelho.
Terça-feira, me atrasei para faculdade porque Duda fez um escândalo porque queria assistir pela nonagésima sétima vez no dia o episódio "Jane calamidade" no dvd do Pica-pau.

Papai se irritou e gritou com ela. Mas papai não tem coragem de bater na menininha com carinha, olhinhos e cabelinhos de anjo... Mas é certo que ela se revoltou, disse a ele para ir morar com a vovó e chorou muito.

Acho que ela tinha um plano...


Quarta-feira vovó levou Duda na escolinha para ver se a garotinha rebelde se adaptava e aprendia a conviver socialmente.

Chegando lá, a professora gentilmente oferece um brinquedo para fazer bolinhas de sabão. A garota responde:

- Não quero, lá em casa já tem dois desses e é muito chato. Molha o chão.

1 x 0 para a guriazinha.

Depois, a professora faz perguntas para a vovó, enquanto Duda presta bastante atenção:

-O que a mãe dela faz? Ela trabalha?

Vovó responde:

-Não, a mãe dela cuida dela e da casa.

E a professora continua:

- E o pai?

Duda rapidamente interrompe:

-Ah, meu pai? Ele é muito ruim, bate muito em mim e na mamãe. Judia muito da gente.
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...... (?)

Vovó não sabia onde enfiar a cara, ou a menina, visto que quase chamaram o conselho tutelar... Se não for pedir muito, chamem também a Super Nany, por favor? Obrigada.
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Se com dois anos de idade a vingança é plena na vida dela, imagine como será no futuro?
Gente, eu cultivando tantos sentimentos nobres... Como essa criatura pode ser minha irmã??? Duda, sou sua fã! hahahaha
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PS.: Imagem retirada do álbum de família publicada no jornal da cidade no dia dos pais do ano passado. Veja que lindo o amor entre papai e Duda...

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Torto e desconexo

Morre a manhã, a tarde corre, o dia é morto.
Não chove e não faz sol, nem calor, nem frio.
E não venta...
Tédio e melancolia.
Não quero conversar, não quero dormir, não posso sentir.
Quero ouvir. Não conversas, ouvir idéias, saber de coisas, e de pessoas, coisa e tal.
Quero ler todos os livros, quero saber de todas as histórias.
Clarice, sinto saudades!
Não vou falar com ninguém, só quero ouvir você.
Leio, releio, treleio. Recortes, livros, o site oficial. Só ela diz o que me interessa saber.
- Clarice, ressucite! Clarice, vêm me ver...
Não sei de quem conheci, nem de quem me conheceu.
Não sei de histórias velhas, de situações passadas.
Não sei de sentimentos antigos. Meu ontem se perdeu.
Não sei da felicidade. Nem da tristeza.
Não sei do amanhã, do minuto que passa, do minuto que vêm.
Não sei de mim, de como eu era; sou nova também.
Não sei do medo que eu tinha, não tenho mais medo de nada.
Posso ser o que quiser, posso amar estranhos, posso gostar de você.
- Clarice, ressucite! Clarice, vêm me ver...


P.S.: Isso não é poesia, texto poético, nem nada parecido. Comecei digitar, saiu isso aí. Por favor, não avaliem.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Questionário idiota de eu mesma para mim própria sobre uma data idiota também:


1) Você sabe que dia é hoje? O que se comemora nesta data?
R: Sim, sei. Hoje é terça-feira, dia 1º de abril de 2008, no qual comemora-se (?)... Tem certeza que isso é comemoração? Hoje é o dia da mentira, mas você acha mesmo isso digno de ser comemorado? Ah "pelamor"...

2) Você costuma mentir muito?
R: Não, quero dizer, às vezes. Eu não posso dizer que não minto nunca porque isso também seria uma mentira. Mas se eu puder, evito mentir, salvo em algumas situações. Exemplo: quando não quero atender o telefone, mando dizer que não estou. Mas isso é normal, porque não dá pra dizer: "Ah, ela está mas não quer atender". Mas quando me chamam pra sair e eu não tô a fim não arrumo desculpas, simplesmente digo: Desculpe, não quero.

3) Em que tipo de situação você acha necessário mentir?
R: A mentira quase não é necessária. Acredito que as pessoas possam ter bons motivos para mentir apenas quando a verdade pode representar algum perigo ou vá magoar muito alguém. Ahhh, ou que vá fazer as crianças dormirem tipo: "dorme logo senão a Cuca te pega" hahahaha (adoro essa)... do contrário não acho certo. (talvez tenha me esquecido de alguma outra situação)

4) Que tipo de mentira tira você do sério?
R: Olha, eu detesto aquele tipo de mentira desnecessária que surge só para alimentar a doença da mente alheia. Tipo, existem pessoas que são psicóticas e acham que mentindo, enganando, estão levando alguma vantagem sobre os demais. Odeio aqueles doentes que mentem para contar vantagem (meu pai é rico), para livrar a própria cara de alguma coisa ou apenas para se sentir satisfeito. Não me incomodo com omissão, porque se a pessoa omite um assunto que não me diz respeito é um problema dela, mas no caso de inventar historinha me irrita demais.

5) Acha mesmo que tem gente que mente para se sentir bem?
R: Ô, se tem. Tem gente que não tem motivo nenhum para mentir e mente. Inventa histórias, subestima o expectador, sabe? Gente que tem necessidade de inventar história. Eu tenho uma opinião formada sobre isso (novidade), e até uma sugestão: isso se chama criatividade mal canalizada e acho que essas pessoas obcecadas por inventar histórias deveriam começar a escrever livros, peças teatrais ou roteiros de filmes. Seria um sucesso! Sem contar que podem não só escrever, como atuar. Excelentes atores. hahahaha

6) Como você costuma agir quando percebe que está sendo enganada?
R: hahahaha... Isso é tão engraçado! Eu? Não queira me deixar suspeitar de alguma mentira... É doença minha, mas funciona assim: se eu estiver na fila do açougue e ouvir alguém na minha frente falar alguma coisa de que eu suspeite ser mentira, capaz de eu ficar amiga da pessoa só para poder investigar e desmascará-la depois. Gente, é mais forte do que eu, quando eu vejo, "puft" já estou lá lutando contra a corrente do mal. Mas é infalível a junção do meu ódio pelo fato de ser enganada com a minha vocação para detetive.

7) E não tem medo de que alguém faça o mesmo com você quando mentir?
R: Tenho sim, na verdade eu tenho muito. Quando minto, seja para dizer para minha mãe que não fui eu quem estragou o liqüidificador, eu fico pensando que alguém vai me desmascarar a qualquer momento, pois não acredito que existam mentiras que permaneçam ilesas para sempre. Tenho medo de mentir, fico sempre encanada e pensando: "nó, que feio vai ser se descobrirem", tenho vergonha.

8) Imagine a seguinte situação: uma pessoa consideravelmente feia está se olhando no espelho e pergunta a você: Acha que sou feia? O que você responde?
R: Complicado... Quer mesmo me esculachar não é? Olha, sinceramente, eu não tenho coragem de dizer que ela é feia, mas também não digo que é a pessoa mais linda do mundo. Geralmente eu digo que não é feia mas logo em seguida ressalto uma qualidade interior da pessoa, exemplo: "não, você não é feia, afinal de contas é tão inteligente...", funciona bem, porque é um modo de a pessoa perceber que realmente você a acha feia, mas que ela tem outras qualidades também. É uma meia mentira que faz a pessoa enxergar a verdade implícita. Não é o máximo? Faz parte das minhas teses de psicologia. hahahaha

9) Já se arrependeu de sua sinceridade?
R: Que eu me lembre só fiquei com remorso. Mas é porque eu sou um pouco seca também e quando preciso falar a verdade eu falo e não tenho nenhum "jeitinho" com a pessoa. Isso às vezes magoa, mas eu prefiro magoar do que ser conivente com a falsidade. Se eu fingir que está tudo bem, além de estar sendo falsa eu ainda estarei concordando com a mentira. (Ah, gente, que gracinha que eu sou. =)...)

10) Se tiver que padecer no inferno, a mentira será um dos motivos?
R: Pode até ser que isso colabore, hahaha... Claro, eu sei que estarei no umbral, se não for por w.o, será por maioria de votos, tenho certeza. Mas isso será por conta de explodir baratas, pela falta de paciência com pessoas idosas, pela minha irritabilidade com as crianças, por sempre ter um inimigo-mór, mas pela mentira acho que não. Talvez minha sinceridade seja mais pecado que minhas mentiras porque eu falo a verdade com prazer, seja ela qual for. "Você é burro. É BURRO MESMOOO" hahahahaha... Olha eu destruindo toda boa impressão que havia causado...


"Update" para uma consideração importante e esquecida: (desculpem, alzheimer precoce)

"Mentira também é uma verdade, só que sonsa e meio nervosa. Minta quem puder, e que minta com paz de espírito. Porque a verdade exige longa escadaria a subir como se eu fosse uma condenada a nunca parar. Estou cansada: é por isso também que falo baixo — é para não me ofender."

- É Clarice??
- Claro que é!