quinta-feira, 28 de agosto de 2008

A incrível blogosfera.

Se tem uma coisa que realmente me fascina, depois de literatura, é internet. Antigamente minha vida cibernética era medíocremente limitada ao orkut e ao messenger. Hoje, sem orkut, e bem menos encanada com o msn, eu me considero ainda mais viciada nesse mundo "high tec".
Há seis meses entrei na blogosfera. Falando assim até parece que é uma coisa superséria e tals. E pra mim, de fato, é.
O prazer que sinto ao ver pessoas lendo e gostando de coisas que eu escrevo é incomensurável mas posso garantir que gosto ainda mais de encontrar pessoas que escrevem coisas que realmente me atraem. Nos últimos dias tenho passado incontáveis horas com uma mão no queixo e a outra no mouse, lendo arquivos desde o ano de 2004 de um blog que me conquistou completamente.

Mas como nem tudo são flores, passeando por diversos blogs já vi de tudo e um pouco mais... Cara, tem coisa que me tira do sério.

Meu, todo mundo tem algum talento na vida, seja ele dançar, cantar, jogar ping-pong, fazer crochê, ponto-cruz, escrever, plantar bananeira, enfim, pra alguma coisa você tem que servir. Talento é talento e não existe nenhuma pessoa totalmente (in)útil. O que me dá raiva, não só aqui, mas em todos os lugares, é ver pessoas insistindo em fazer coisas que NÃO SABEM fazer. Meu, escrever é coisa séria, cada macaco no seu galho, né?
Às vezes, nem as pessoas extremamente ligadas ao mundo da arte escrevem bem, como é o caso (me segura, eu vou falar) da Carolina Dieckman, que, apesar de excelente atriz, não escreve nada! CARA, narrando, ela consegue fazer a incrível vida de pop star global parecer uma merda.
Ser letrado é necessário, mas escrever também não é somente saber formar sentenças gramaticalmente corretas, se a pessoa não tiver talento, pode escrever mais certo que o Pasquale que ninguém vai se interessar por ler.
Ontem, lendo o TDUD? que pra mim era o melhor blog hospedado no blogspot (só não é mais porque agora ganhou domínio uol e virou site), vejo centenas de zoações sobre esse assunto, como (com toda razão) disseram ontem a respeito das sub-celebridades que se põe a escrever:

"Você vê a gente lutando vale-tudo? Esse povo acha que só porque tem computador em casa pode sair escrevendo. Se a gente tivesse um tatame em casa a gente DORMIA nele, que é o que a gente sabe fazer. Não vamos sair LUTANDO, então não venha ESCREVENDO."

Pois é, um ponto é esse. E o mais curioso, é que geralmente esses blogueiros inocentes e desavisados do fato de que não tem talento pra escrever, são sempre os mesmos que fazem comentários inúteis nos blogs alheios, tipos:

"Blog legal, vou te linkar. Visita o meu aí."
"Concordo com você. Voltarei sempre! meu link é tal."
"Mandou bem. Acabei de atualizar meu blog, passa lá."

Meu, tá na cara que essas pessoas não leram nada do que você escreveu e, se leram, não tiveram capacidade nem pra interpretar, quem dirá para formar uma opinião sobre o assunto. Sinceramente já pensei em tirar a opção de comentários do meu blog porque me aparece tanta pataquada que dá até medo, mas tipos, não faço isso porque também tem aqueles comentários que são um verdadeiro presente e que compensam o infortúnio.

A verdade? 70% dos comentadores assíduos são pessoas querendo retribuição em comentários.
Gente, pelamor, quer receber recadinho "Oi, você é legal, beijomeliga"? Crie um perfil no orkut e bora mandar scrap.
Blog é lugar de gente que gosta (e sabe) ler e escrever, e não de pessoas querendo trocar cumprimentos e figurinhas.

Bom, é verdade que tenho sido uma comentadora ausente, quase não comento em blog nenhum porque não é toda hora que você quer expor sua opinião, criar uma argumentação e tudo mais. Eu garanto que leio mais de 20 blogs diariamente e que comento em 2 ou 3. Não é que eu não goste dos demais, eu simplesmente só comento quando percebo que meu comentário será útil. Não acho necessário ser mais uma a dizer: "hahaha, que legal, concordo com você".

Às vezes, eu vou comentar o blog de alguém e vejo que já falaram aquilo que eu tinha em mente, então, fecho a janela e nem comento. Não que eu ache errado comentar algo repetido mas é que eu perco o tesão quando minha idéia já foi exposta, pensamento meu, enfim.

O que tenho percebido é que depois que parei de responder a todos os comentários que recebo, mais da metade dos meus comentadores assíduos sumiram! Oi, vem cá: Você gosta mesmo do que eu escrevo ou comenta só pra retribuir a visita? Porque, sinceramente, se pra você for alguma obrigação ler o que eu escrevo, se achar meus textos muito longos (e, geralmente são)dessa função tá dispensado, amor, vai ler gibi-da-Mônica, Capricho, revistinha de piadas ou os blogs de que você realmente gosta porque eu não tenho problema nenhum em ver um, dois ou zero comentários nos meus posts. Se eu gostasse mesmo de popularidade, sairia divulgando, comentando em todos os blogs e nem estaria sendo tão sincera quanto agora por medo de espantar meus leitores. Inclusive, além desse, eu tenho mais dois outros blogs onde eu escrevo e que nunca mencionei aqui. É o seguinte: se eu gostei do seu blog, independente de você visitar o meu ou não, eu vou voltar e comentarei se eu tiver alguma coisa válida pra dizer. O que me irrita é ver 564854102 comentários e só 2 ou 3 serem realmente relevantes.

Não, esse não é um post dizendo: "Ué, cadê meus comentadores?", muito pelo contrário, eu tô escrevendo justamente para pedir que, se você não achar legal ler o que eu escrevo, simplesmente não se sinta na obrigação de ler e comentar e não ache que porque você comenta meu blog, eu vou, necessariamente, comentar o seu, ou, se você nunca mais aparecer, eu vou parar de te visitar, porque, francamente, comigo as coisas não funcionam por aí.
Pra falar a verdade meus blogs preferidos são aqueles nos quais eu nunca comentei e de que cujo os donos nem sabem que eu existo.
Há vários estilos de blog e eu reconheço o talento das pessoas mesmo se o estilo delas não forem o mesmo que o meu. Exemplo: A Dama de Cinzas e a Mary West são blogueiras que escrevem sobre temas polêmicos de modo excelente. A Narradora, a Mariana e a Janete, escrevem com uma sensibilidade absurda, a Nathália, a Raquel, a Ciça, entre tantas outras, sabem escrever com a naturalidade de quem está conversando, o Gabriel e o Eddie me divertem super. Tudo isso me encanta, mesmo que eu não seja polêmica, sensível, natural ou engraçada como eles.
Eu leio tudo mas comento raramente porque, para mim, o que importa é o prazer de ler e escrever e não os confetes e serpentinas da popularidade medíocre de uma estrela blogger. E por falar nisso, "Momento *money, success, fame, gamour*": ontem fui convidada a dar uma entrevista, juntamente com o Gabriel para uma revista da nossa cidade falando sobre os nossos blogs e tals. Sinceramente, nunca pensei tanto nos "prós e contras" da divulgação desse blog, porque não será nada agradável se meus queridos progenitores resolverem ser também meus leitores. hahahaha! Enfim, a entrevista rolou, que Deus me proteja!

Esse post foi mais um desabafo do que qualquer outra coisa.
Desculpe o tom de revolta. Agora pode rir gente! hahaha.
Beijos a todos.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Oi, meu nome é Ana Laura e eu sou confusa (!?.)

Estou pensando em me tornar uma pessoa diferente. Sério! O único problema é que não sei se quero mudar pra melhor ou pra pior.

Faz uma semana (eu acho) que entrei em recesso de tudoetodos para organizar melhor minhas idéias e pensar sozinha. Fiquei doente, faltei três dias da faculdade, um dia do trabalho, passei sexta-feira em casa, sábado fui à uma festa de família e domingo pensei em ir à igreja.

*Möito bem, campeã, e aí? Já tá sabendo o que quer?*

O fato é que não. Não dá, definitivamente, eu não sei o que quero e nem sei se quero.
Sei que não sirvo pra ser madrecita de Calcutá, virgencita de Guadalupe e nem nenhuma outra porra de personagem plana e do bem. Também não sou filha de Darth Vader e nunca esteve nos meus planos ser satanista e nem participar de rituais antropofágicos; eu NÃO SEI qual é a minha praia! Eu sou perturbada e também não sei porquê as pessoas nunca entendem isso!

Ontem de manhã eu estava superdomal e disposta a morrer contra a Paz Mundial, durante a tarde eu me sentia depressiva e pensava em suicídio, à noite eu pensava em como dar um upground na minha vida sendo mais estudiosa, mais trabalhadora, aproveitando melhor minhas oportunidades, sendo esforçada, parando de comprar compulsivamente. Pensava nisso folheando catálogos de cosméticos enquanto todas as outras pessoas assistiam a incrível aula de lingüística.

(CENSURADO POR MOTIVOS DE DIVULGAÇÕES MAIORES) hahaha...

Pronto, conquistei minha 154874121257ª inimiga. Na volta da faculdade, os sentimentos nobres voltaram a me invadir e eu estava com os olhos cheios de lágrimas, quase chorando, compadecida de uma criança de quatro anos que não consegue ser adotada e pensando em como a humanidade é perversa. Depois, me esqueci de toda essa contradição e fim.

Agora, seligaí nos surtos do negrito e me fala: Isso é ser normal? Porque se for, eu tenho um equilíbrio de causar inveja, amor!

Tá, eu acho muito bonito essa coisa de as pessoas dizerem: "Sou um poço de determinação, sei muito bem o que quero, sou uma pessoa de fibra e blá-blá-blá".

But i say: Oi, meu nome é Ana Laura, tenho 21 anos e a única certeza que tenho na vida é que gosto de ler, escrever, odeio gente burra e sou heterossexual. Only this, babe!

Cara, eu não sou louca, mas tem horas que me dá mór vontade de super entrar pro crime, cantar em barzinho, virar pedinte-de-porta-de-igreja, ser neo-hippie, mudar pro litoral, vender muambas, ser paquita, seguir carreira alá Juan Carlos Abadia, enfim, sair de casa só com uma mochila nas costas e, nãoimportacomo, ter muita história pra contar, sabe?
(note que nenhuma das atividades acima se inter-relacionam)

Mas oi? Meu nome é Ana Laura e eu não tenho psicológico pra acordar e não saber onde vou dormir a próxima noite, não sei viver dia-após-dia, não durmo sem o Pimpão, sou uma cobarde-de-uma-figa, acho que o crime não compensa e só!

Tente entender... Eu não me ligo em dinheiro mas preciso de estabilidade. Não suporto relacionamentos amorosos-fixos mas preciso me sentir "gostada". Não gosto de trabalhar mas preciso me sentir útil. Não tenho paciência pra assistir aulas mas adoro estudar e saber.

Sei lá, será que sou só eu no mundo ou existe mais algum retardado indivíduo assim?

Oi? meu nome é Ana Laura e eu já parei com as anfetaminas. Faz tempo; juro! Tô de dieta e não vou falar que é sério porque, haha, meu-nome-não-é-Johnny e quem vai acreditar em mim?

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Dúvida, dúvida...²

REFLETE:
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Definitivamente preciso parar de ler currículo lattes, de entrar em sites que vendem livros, parar de ler notícias na web, de observar os malditos números, enfim: abaixo à informação digital! Eu sempre vou relacionando uma coisa com a outra e isso super me causa uma revolta de revolucionária, porque tipos:
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INDAGA:

Até quando jogadores de futebol semi-alfabetizados-que-não-sabem-cantar-o-hino-nacional vão faturar em um mês o que uma pessoa com pós-doutorado levaria anos para ganhar?
Até quando a única leitura do brasileiro será a de best sellers? Seria Sidney Sheldon mais cultura que José de Alencar?
Por que brasileiros ficam orgulhosos quando algum estrangeiro diz conhecer o Ronaldo? O ideal não seria conhecerem Machado de Assis? Será que os gringos também sabem qual é a capital do Brasil?
Desde quando Paulo Coelho é literatura? As cadeiras da ABL estão à venda?
Por que o pobre estuda a vida inteira na porra da escola pública pra depois prestar vestibular e perder a vaga para um indivíduo que sempre teve dinheiro pra estudar em escolas particulares e por isso, obviamente, está melhor preparado? Ok, quem tem grana pode estudar de graça, mas e quem não tem? Vai pagar como?
Os negros são intelectualmente menos favorecidos? Então por que existem as cotas? Acaso não existem também pessoas brancas, pobres e sem oportunidade? Oi?
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IRONIZA:
(como ironia não é de Deus, eu risquei)
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Quando é que as pessoas vão escrever artigos baseados em textos meus?
Quando é que eu vou ganhar minha cadeira ao lado da do Machado na Academia?
Quando é que eu vou me aposentar e viver às custas do governo?
Quando é que eu vou ser a porra de livre-docente-fodona-e-bem-remunerada?
Quando é que eu vou ver minha referência na bibliografia do trabalho de alguém? :

RODRIGUES. Ana Laura. Como superei um governante analfabeto, as sub-celebridades, baixa remuneração e me tornei um referencial no mundo acadêmico. 36ª ed. São Paulo: Falidos, 2087.
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APELA:
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E se eu me inscrever no BBB9? Vão me reconhecer mais rápido? É mais fácil ser reconhecido pela capacidade intelectual ou pela vontade de aparecer? Por que um acadêmico ou um literato demoram uma vida inteira pra serem reconhecidos quando uma sub-celebridade o consegue em cinco minutos?

Einh? einh? Dúvida, dúvida!

.... Saco!
CONCLUI:
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Sem querer causar frisson geral, mas é nessas horas que eu perco todo meu patriotismo e penso que seria melhor ter nascido na Europa (ohhhh, jura?). Ou ainda em qualquer outro lugar do mundo que seja lembrado por outro fator além de 11 homens que são milionários por correrem atrás de uma bola ou de um bando de putas e safados pessoas que gastam horrores todos os anos em fantasias e carros alegóricos para aparecem durante quatro dias, superfelizes, pelados e sambando.
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DESAFIA:
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O que que é? Você não concorda? Então vá à livraria mais próxima da sua casa e faça a seguinte pergunta ao atendente:
- Qual livro você vende mais? O revolucionário "Doce veneno do escorpião" da Bruna Surfistinha ou o clássico "Édipo Rei" de Sófocles?
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*Se quiser, pode ainda substituir a segunda opção - caso o atendente não tenha (ou não conheça) Édipo Rei - por qualquer outro clássico literário*.
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DEBOCHA:
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Façam já suas apostas!
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E-mails notificando processo judicial por ofensa e subestimação pública ao orgulho patriota para: analaura0401@yahoo.com.br

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Da série: Histórias de consultório

Tarde de 2ª feira, a secretária aliviando o tédio no msn, quando ouve um som de uma voz débil vindo da rua:

"Índia seus cabelos nos ombros caídos, negros como a noite que não tem luaaar"

Pensa: Jesus me chicoteia, queria estar errada mas tenho CER-TE-ZA, certezinha, que essa pessoa entrará aqui.

(a tal pessoa realmente entra e se dirige a um representante que estava aguardando tranqüilamente o momento de ser atendido)

- Uuuu sssiinnhorrr num teem um trooocado aê nauum moço?

- Não, estou sem nenhum dinheiro!

(A secretária continua digitando, agora frenéticamente, fingindo naturalidade mas convicta de que não escaparia.)

- Ôoo mooçaa, cê pudia me dar um dinhee... *pausa espantosa* ... Moooça duu céééu, olha aquiii pra mim?

**MEDO*** (a secretária olha pro bêbado que tinha um olho aberto e o outro fechado, com cuspe nas mãos e um aspecto asqueroso.)

- Mooçaa du céu, é você!!!! (grita) GEEEENTE, É ELA!!! NÃO ACREDITO, É ELA, É ELA!!! (e se põe a pular e fazer uma dança estranha dentro da recepção).

- Eu?? (começa a sibilar)... eu o quê moço? (enquanto afastava a cadeira lentamente)

- GENTE, MOÇA, CASA COMIGO?

- Que que o sr tá falando? (corre pra perto do representante)

- GENTE, É ELA!!!

O representante se irrita, levanta e grita com o etílico-dependente:

- É ela quem moço? O senhor pode ir embora? Pára de perturbar a menina...

- MOÇO du céu, mas eu não possooo... Cê num tá vendo quem é ela? É ELA!!!

- ELA QUEM? (diz o representante perdendo a paciência)

- Ora moço, o sinhor só num percebe si for cego, É ELA, a Stephanie do Mônaco!!!


(?)

Gente, tá certo que meio que foi um elogio, porque apesar de ela nem ser bonita, é milionária, tem toda finesse do mundo e é da realeza né, mas pelamor, veja o que o álcool faz com as pessoas?

Fiquei me imaginando bêbada vendo um mendigo e dizendo que encontrei o Gianecchine. *MEDO*

Nunca mais quero ficar bêbada. Parei. Juro!

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Vida nova.

Sabe, é uma tremenda filha da putagem. Mudança é uma coisa que não vem de Deus. Ou, caetaneando, não. Uma vez, eu ouvi um pastor dizendo que toda mudança (pra melhor) é gerada pelo (ou gera) desconforto, e quer saber? Ele tava muito é certo. Mas eu cansei, inclusive já falei pro meu pai que não volto mais lá e tudo (na igreja) porque aquilo me cansa absurdamente, é a coisa mais previsível do mundo e eu detesto coisas previsíveis. Só que Deus é bom, e eu gosto dele apesar de todo o medo e da vergonha que eu ainda tenho.
Eu fiquei parada olhando pros cômodos vazios daquela casa nova e toda bonitinha e então pensei que sou mesmo uma frígida insensível. Eu nem olhei pra trás quando saí da casa velha, não tive a mínima consideração e só me dei conta de que nunca mais poria os pés naquele lugar depois que já estava bem longe de lá. Mentira, eu me lembrei disso enquanto descia as escadas pela última vez mas eu não quis olhar pra trás e nem demonstrar nenhum apreço por aquele lugar e nem por aquelas pessoas. Elas também não gostam de mim.
Enquanto eu desencaixotava as minhas coisas fui vendo o quanto mudei. Eu era uma tremenda idiota há exatamente 24 horas, meu Deus!
Eu me deitei em um colchão na sala - porque o sofá ainda não chegou- e olhei através do vidro do jardim de inverno pra aquele céu que era o mais azul que eu já tinha visto na vida. Eu detesto azul, sobretudo o azul celeste mas no céu ele fica lindo, só no céu. Pensava em milhões de coisas e a única coisa que eu sentia era tédio. Eu queria mesmo que tudo aquilo fosse completamente verdade, a coisa da mudança, eu queria que fosse completa. Pela primeira vez na vida eu queria abrir mão de tudo. Do meu passado e das pessoas que eram importantes pra mim na época em que eu era uma tremenda idiota. Não, eu não queria falar com ninguém.
Impressionante como a CTBC anda eficiente. Em menos de meia hora após ser feito o pedido de transferência da linha telefônica e da internet havia um técnico na sala da minha casa instalando o telefone. Eu pedi baixinho a Deus que ele não pudesse instalar a internet ainda. E Ele me ouviu.
Eu queria me desocupar daquilo, eu pensei tanto em jogar todos aqueles escritos no lixo, junto com o meu celular, o ship e tudo, porque já que vou ganhar um novo queria também mudar de número. Mudar é sempre bom... E eu não vou passar meu número pra ninguém. Pra ninguém!
Verde é uma cor tão bonita. Eu quis o sofá verde, verde oliva. Contrastou perfeitamente com as paredes pêssego e com o barrado cor-de-laranja que tem antes do teto. Achei muito feliz.
A mesa da cozinha eu pedi verde-limão. Eu queria coisas felizes, apesar de não ser esse o sentimento total que me ocupava. Olhar pra cozinha e sentir felicidade forçada pelas cores vivas e fluorescentes é sempre bom.
Aquele piso branco me incomodava, dá pra ver qualquer sujeira, por mais mínima que seja. Tanta transparência me era desconfortável naquela hora. E todos brigavam comigo porque enquanto estava tudo uma bagunça eu me preocupava em ajustar os quadros na parede. Acho que os detalhes são importantes, oras.
Mamãe mandou eu comprar um armário pra colocar minhas agendas e papéis avulsos, disse que eu era uma nostálgica-apegada e que devia jogar aquilo fora porque tanto peso estava desalinhando as gavetas do guarda-roupas. Eu comprei o armário.
Ninguém me falou nada, mas eu sentia que estavam todos pensando que eu queria fugir dali. Eu nunca gostei de bagunça, muito menos de arrumá-la, mas estava estranhamente confortável no meio do desconforto daquela mudança. "Preciso mudar", pensava.

"Se esse dia passar logo, amanhã vai ser diferente, porque eu já não sou mais a mesma, nem moro mais no mesmo endereço!".

Eu já decorei o endereço novo. Estranhamente eu decorei depois de lê-lo pela primeira vez. Achava que só tinha facilidade para decorar músicas depois de ouví-las pela primeira vez, mas não, eu decorei o endereço, só não sabia o CEP, mas tanto faz, o importante era a minha sede pela mudança.

"-Vamos brincar de vida? Você cuida da sua e eu cuido da minha! O que fode é a falta de confiança, sabe? Simplesmente me canso, me canso de tudo, e você já sabia desde o início que eu iria ficar entediada, não sabia? Pois é, a hora é agora, o dia é hoje! Fiquei. E sabe por que? Porque simplesmente eu posso mudar, posso conhecer outras pessoas, posso acreditar nelas também, e quando eu me cansar delas, eu mudo outra vez, conheço outras e outras. Porque no final, baby, ninguém é de ninguém e eu não sou e nunca serei absurdamente previsível: pasme!"

No dia anterior, ao chegar óbviamente atrasada na faculdade, fazia, apressada, uma leitura dinâmica da correção do artigo e conversava com uma amiga sobre a orientação do mesmo, enquanto ouvia, perifericamente, a professora dizendo:

"A gente só sabe de uma pessoa até onde ela quer nos mostrar, e só conhecemos alguém completamente depois que esse alguém morre. Todos podem nos surpreeender o tempo todo até o momento da morte. Isso é o que difere uma pessoa de um personagem, porque quando acabamos de ler um livro, conhecemos totalmente a personagem, mas na vida, não conhecemos ninguém completamente. Esse é um grande atrativo da literatura, pois nos dá a ilusão de podermos conhecer alguém por inteiro."

"Cara, eu amo literatura! - pensei sorrindo antes de sair da sala- e sabe? Que me perdoem Joana, Virgínia, Ana, Lóri, GH, Martin, Ângela e afins, eu gosto mesmo é da Macabéa."

Enfim, hoje quando acordei, percebi que estava em casa e que tinha uma família que era incrívelmente a mesma, apesar das mudanças. E apesar de tudo mudar, eles continuavam os mesmos, com os mesmos puta-defeitos de sempre. E que me amavam, apesar dos meus puta-defeitos. E que eu os amo, apesar de terem os puta-defeitos também e de poderem me decepcionar a qualquer hora. E o amor é esse. Finalmente, eu estou feliz.


P.S - Acho que esse é o texto mais sub(jetivo)versivo que eu devo ter escrito na vida.



Espaço reservado para as suas (possíveis) interpretações.


sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Dúvida, dúvida...

Após uma notícia que tive ontem e uma árdua reflexão...
Tentei me calar, mas se tem uma coisa que eu não consigo é ficar engasgada!

Lá vai:

Alguém sabe se eu tenho algum leitor (sexo masculino) h-e-t-e-r-o-s-s-e-x-u-a-l?
Mas...E amigo? Eu tenho algum amigo h-o-m-e-m?
E por obséquio, cadê os m-a-c-h-o-s do mundo?
Por acaso, ainda existem h-é-t-e-r-o-s? Se existem, pra onde foram?

WORLD GAY!

Choquei!


Obrigada pela atenção.


P.S- Esse é um post em que bloquearei os comentários porque tenho muito medo da resposta.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

(?)

Cara, hoje vou virar travesti. Me sinto tão feliz! hahaha. Me vejo até cantando empolgada com minhas amigas-montadas na porta da Victórias Club (vulgo, boate de siglas): "It's Raining Men! Hallelujah!"...
Sabe, é mentira, é que eu vou colocar uns cílios postiços lindos e duráveis. Reza a lenda que duram três meses e tal. Eu duvido, mas vou tentar. Sempre me encantou cílios longos e volumosos, mas pra variar, não fui agraciada pelos céus, acho que cheguei atrasada na distribuição de cílios, deve ser... Eu acho que na distribuição dos céus deveria vigorar uma política socialista porque é tanta desigualdade, sem noção! (momento indignei-me com a administração celeste)
Ontem eu estava super felizinha e saltitante, assim, de graça e tudo. Fiz até uns templates bonitinhos para minhas primas neo-blogueiras, ai, que amor que eu sou!

*Pausa para assunto relâmpago*

Cara, entrou aqui no consultório agora o Fernando, representante de um laboratório fodão e tal. Meu, mór tipinho de go go boy. Tipow, cara de Ken-da-Barbie, sabe? E quando ele fala tem uma voz serena e vibrante que deixa a gente com um sorriso débil e quase imperceptível, pois sempre que chega, faz aquele olhar "me segura, vou te hipnotizar" (marketing-on) e diz: "Olá Aninha, vim te ver". Meu, seria muito mais proveitoso se ele dissesse: "Olá Ana Laura, vim te dar uns pegas ver o doutor" porque nooooossa, não tô podendo com essas coisas é tão mais prático. hahahaha!
É mentira que eu me derreta toda por esses trogloditas-capitalistas porque, na verdade, eu odeio esses tipinhos vendidos com plaquinhas: "meu-sorriso-vale-ouro", "minha-gentileza-tem-preço" ou "bem-pago-por-ser-bonito", sabe? Brochante, quase um michê. E tenho raiva dele também porque certa vez, ele foi me cumprimentar e (eu achando que ia só apertar minha mão) o cara me dá um beijo estalado e tal, e, não é que eu não tenha gostado (quem não conhece que compre) ou faça o tipo "não dei liberdade para tal" (até porque se tem alguém que paga pra ele conquistar as secretárias tenho mais é que aproveitar, oras) até tô acostumada porque 80% dos representantes tem esses hábitos amistosos, alguns quase te beijam na boca, te convidam pra almoçar, perguntam sobre a sua vida pessoal e tudo, mas né? É que ele sempre cumprimentava com apertos-de-mão (uma pena) e então, me pegou de surpresa assim, e eu fiquei com mór cara de débil mental e comecei a sibilar super. Hahahaha, que horror, meu Deus, que horror!
Bem, deixa o Fernando pra lá porque ele me afeta advanced-ever.

Onde é que eu estava mesmo? Ah, então, estava super feliz ontem até que me contaram que vou mudar de residência. O daddy quis uma casa maior, terei meu tão sonhado quarto individual e tudo, mas gente, me deu um pesar... Não pelos vizinhos que me odeiam, mas é que cara, fazem dez anos que moro no mesmo lugar, tem todo um sentimento envolvido, meus amigos que possam ir me visitar, meus antigos affairs que possam resolver aparecer DONADA e tal. Enfim, terei que superar.

Ai, como eu tô aleatória hoje... Vou parar, tenho um super fichamento pra fazer e insisto em ficar aqui escrevendo sobre travestis, representantes de laboratórios e mudança de endereço. O que a preguiça de um texto da gramática descritiva sobre advérbios não faz com a gente einh... Hahahahaha!

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Update: Ai, coloquei os tais cílios ontem. Ó, não é de Deus, não é de Deus!
Cara, nunca senti tanto desconforto na vida! Assim, primeiro pinicava super por causa da cola que tem cheiro de Super Bonder mas é preta, depois sujava o olho inteiro de preto e tinha que limpar com um removedor que parecia ser composto de caldo de pimenta, tíner e enxofre direto do inferno porque ardia e queimava horrores! Chorei super, e não saía a cola preta da parte de baixo dos meus olhos, um filme de terror! Sem contar a hora que grudou as duas pálpebras e a moça tentando abrir meu olho que não abria por nada! Genteeeeee, surtei!
Mas ó, ficou bonito, viu? Bem, bonito é pura modéstia minha... Ficou foi lindo, um arraso, sublime, os cílios perfeitos e tal. Me sinto quase uma "merricana" legítima (ou seria Isabelita dos Patins?), enfim...
Ai, mas ainda tô muito traumatizada pra dizer se vale á pena ou não. Acho que a prova virá com o tempo, ou seja, se valeu, com certeza eu vou por outra vez né? Esperemos para ver...

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Por que tanto amor?


"Clarice


veio de um mistério, partiu para outro.


Ficamos sem saber a essência do mistério.


Ou o mistério não era essencial.


Essencial era Clarice viajando nele.




Era Clarice bulindo no fundo mais fundo, onde a palavra parece encontrar sua razão de ser, e retratar o homem. O que Clarice disse, o que Clarice viveu para nós em forma de história, em forma de sonho de história, em forma de sonho de sonho de história (no meio havia uma barata ou um anjo?) não sabemos repetir nem inventar.
São coisas, são jóias particulares de Clarice, que usamos de empréstimo, ela é dona de tudo.
Clarice não foi um lugar comum. Carteira de identidade, retrato. De Chirico a pintou? Pois sim.
O mais puro retrato de Clarice só se pode encontrá-lo atrás da nuvem que o avião cortou, não se percebe mais. De Clarice guardamos gestos. Gestos, tentativas de Clarice sair de Clarice para ser igual a nós todos em cortesia, cuidados materiais.
Clarice não saiu, mesmo sorrindo. Dentro dela o que havia de salões, de escadarias, de tetos fosforescente e longas estepes e zimbórios e pontes do Recife em brumas envoltas formava um país, o país onde Clarice vivia, só e ardente, construindo fábulas.
Não podíamos reter Clarice em nosso chão salpicado de compromissos.
Os papéis, os cumprimentos falavam agora em edições, possíveis coquetéis à beira do abismo. Levitando acima do abismo Clarice riscavaum sulco rubro e cinza no ar e fascinava-nos.
Fascinava-nos apenas. Deixamos para compreendê-la mais tarde.

Mais tarde, um dia... saberemos amar Clarice."

Carlos Drummond de Andrade
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É claro que nunca vou saber me expressar tão lindamente quanto fez Drummond nesta homenagem à Clarice. Eu só sei que hoje eu acordei com saudades dela...

Como pode alguém sentir saudades de quem nunca esteve por perto? E... Será que não?

Outro dia fui surpreendida por uma pergunta de um amigo que dizia: "Se você pudesse ressucitar alguém, quem seria?", acho que minha resposta foi mais surpreendente do que a pergunta em si, porque sem titubear respondi: "Clarice Lispector". "Mas... E seu avô?"- foi o que me disse por saber o quanto a falta dele é significante para mim- mas mesmo que a resposta coerente fosse outra, eu sabia, no fundo do meu âmago, que se me dessem oportunidade para tal feito, seria Clarice quem eu traria de volta à vida. O motivo talvez seja explicado pelo fato de que meu avô viveu comigo, por mais que me faça falta eu tive a oportunidade de estar com ele, aprendi o que ele tinha a me ensinar e o que restou foi só saudade, saudade boa, mas se tem alguma coisa que acho injusta nesse mundo, é não ter podido estar frente-á-frente com Clarice. Suas palavras ficaram, o que faz dela imortal, mas não me conformo de não ter sido contemporânea a ela.

Sinceramente eu não sei se vou viver para conseguir entender qual é minha ligação com essa mulher. De onde vêm tanta sintonia? O que nela está tão intrínsecamente ligado a mim a ponto que suas palavras possam sondar e perscrutar minha alma? Como a imagem dela pode me causar arrepios e uma simples palavra escrita por ela pode me fazer estremecer de alegria ou me debulhar em lágrimas?
É certo que Clarice foi, é, e sempre será um mistério para todos, mas sobretudo é para mim que nasci dez anos após a sua morte e sinto como se ela vivesse perto de mim, como se suas palavras tivessem sido escritas intencionalmente para cada momento da minha vida. Será muita pretensão da minha parte? Acho que não! É, absolutamente.

Conheço pessoas que não gostam do estilo dela, pra mim soa absurdo, mas como ela mesma disse, seu contato com as pessoas é assim: "ou toca, ou não toca". Mas como é que alguém pode não ser tocado, meu Deus?

É realmente um jogo de extremos, pois os que são tocados se tornam tão fanáticos que chegam a beirar a idolatria. Cazuza foi um dos maiores admiradores de Clarice, leu Água Viva cento e onze vezes. E eu vejo pessoas fascinadas, espalhando a semente clariceana por toda parte, como a Dani, com seu lindo blog, e tantos outros por aí. Para nós, apaixonados, é muito difícil imaginar a resposta da pergunta que me ocupa a mente:

Como não amar Clarice?

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

07/08/08

"Foram os papéis: antigos e cruéis. Aqueles restos de uma história passada e inconclusa; letras de músicas, sorrisos, perfumes e mãos, o coração que batia se enganando de emoção. Pensava que sim, jurava que não, e os olhos brilhavam cheios de compreensão, se voltavam atentos diante do riso e da dor. Nuances daquilo que caracteriza o amor."

De repente, tudo isso passou pela minha cabeça sem nenhuma intenção poética nem estrutural, depois de folhear papéis, papéis antigos que me fizeram sentir um aperto enorme no coração. - Era mentira minha também, é que eu não queria me expor tanto assim...

Se de repente as coisas mudassem, se eu fosse diferente... Mas nada disso faria mais sentido, acho melhor que fique assim.
Tanto sofrimento, eu deveria esquecer os momentos bons. É, agora está tudo bem. Parece que eu ouvi isso ontem, sim.

(...)

Como eu posso dizer? Eu sei que você não se sente bem agora. Juro por Deus, não era isso que eu queria...


Ontem eu encontrei isso escrito em um papel. Meu susto ao ler foi enorme. Não pelo susto que as palavras em si me causavam mas o susto de tudo estar escrito com a minha letra. Eu sempre vivo me assustando com esses escritos que eu sempre deixo jogados no meio de qualquer caderno. Pago caro pela minha compulsão por escrever.
Mas quando foi que eu escrevi essas coisas? Acredito que fazem alguns meses. Três ou quatro, não sei. Mas que causa me motivou a tal ato? Já nem me lembro.
Hoje é dia sete de agosto de dois mil e oito. Oito anos... No dia sete de agosto do ano dois mil algo mudou a minha vida.
Só queria saber como algo que mudou tanto a minha vida há oito anos atrás pode ser tão insignificante hoje. Isso me faz desacreditar de todo o resto.
Sabe? Por mais que eu goste de você hoje, meu bem, não se iluda. Eu sou uma metamorfose ambulante.
Mas... Eu tinha que ser fiel, não era eu que acreditava piamente no que eu sentia? Se eu acreditava tanto e hoje não acredito mais, como posso exigir que as pessoas também acreditem no que eu sinto?
Eu tenho medo de mim e do meu silêncio. Tudo que eu grito hoje, amanhã eu silencio. Tudo que nasce hoje morre depois de algum tempo. Mas ainda bem que morre...

Descobri que não importa mais. Nem quero saber as causas. O que acaba, acaba. Como tudo que nasce, morre. Talvez eu carregue pra sempre a tal síndrome de Clementine: "Não sou um conceito, sou só uma garota ferrada procurando pela minha paz de espírito... Não me encarregue da sua! Não sou perfeita... (...) Eu vou ficar entediada e me sentir presa... Pois é isso que acontece comigo..."

Outro dia encontrei um arquivo do word. Sim, eu escrevo também sem pretensão de audiência:

Por que custa tanto escrever quando a verdade é desconhecida?
Eu conheço tantas verdades...
O medo agora é que através das palavras eu desvende meu mistério de vida ou descubra que não há mistério algum? Protesto! Sempre há mistérios. O problema é fazer com que eu viva sempre motivada a desvendar o que nem sempre é tão interessante.
E por que dar tantas voltas quando se sabe exatamente onde almeja chegar? Eu quero desvendar um mistério, e não desvendo a você que me lê, desvendo a mim mesma que não suporto mais não saber de tudo.
É, a verdade é uma só: não existia nenhum modo de não acontecer.
Eu, que sempre admirei tudo o que não entendo, tudo que não tenho coragem de fazer. Ah, o que dizer daquele ser? Olhei para ele pela primeira vez e sabia que havia sintonia, é verdade que o modo de sintonia existente era desconhecido, mas eu sabia. Tanto que não me permitia olhar tanto naqueles olhos porque aquele olhar era explícito demais, eu tinha medo de que eles me revelassem aquilo que eu queria que fosse mentira. Desde sempre, mesmo inconsciente aquilo me desconsertava. E eu não podia ver dentro daqueles olhos, não podia enxergar o mistério que havia por detrás deles e que eu, posteriormente descobriria, mas eu sempre soube que aqueles eram olhos de quem guardava em si uma verdade secreta. É verdade que não se tratava apenas de uma verdade.. eram várias... verdades que eu não deveria saber, mas eu queria.
E como não se aproximar de quem é do tamanho do seu ideal? (...)



Dispenso comentários, acredito que ninguém vai entender tanta coisa misturada. É que eu precisava juntar tudo pra dissolver em nada! E quer saber mesmo? Vou parar. Isso tudo não faz mais o menor sentido pra mim.

"A gente não percebe o amor
Que se perde aos poucos
Sem virar carinho
Guardar lá dentro
Amor não impede
Que ele empedre
Mesmo crendo-se infinito
Tornar um amor real
É expulsá-lo de você
Prá que ele possa ser
De alguém...
Somos se pudermos ser
Ainda!
Fomos donos do que hoje
Não há mais
Houve o que houve
E o que escondem em vão
Os pensamentos
Que preferem calar
Se não!
Irá nos ferir
Não!
Mas que não quer dizer
Tchau!
Não quer dizer
Tchau!
Não, não, não, não!"
.
Nando Reis - "Quem vai dizer tchau?"

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Continuação...

Como prometi, relatarei algumas passagens do meu explendoroso-e-cômico fim de semana.

Sábado fui acordada pela minha alegre parenta que gosta de absinto e que se sentia indignada por não ter achado uma garrafa do tal líquido para comprar. Talvez, caro leitor, seja porque ela não sabe que absinto é verde (como comentaram alguns etílicos-especialistas no post anterior) e não azul, por isso não encontrou. Bem, o importante é que o Martini ela achou. Hahaha!
O fato é que fomos viajar e quase não coubemos dentro do carro porque minha tia quis carregar Porto Ferreira (vulgo, cidade com quinquilharias e objetos para decoração) dentro de uma blazer. Sim, além de cozinheiras-mor, teríamos que ajudar na decoração. Bem, até que foi fácil, montar uns cata-ventos, distribuir umas tartaruguinhas, uns cogumelos, umas garças, uns sapinhos pelas moitas de plantas dos jardins, pendurar uns quadros de peixe, uns enfeites de peixe, uns tapetes de peixes, peixes, peixes (falta de criatividade com tema decorativo) enfim...

Depois de beber uma (s) cerveja, aguentar um "chororô" repetitivo e ser chamada de Judas 124157478 vezes, resolvi assistir um dos quatro filmes que levei, e me obrigaram covardemente a ver dublado. Ainda bem que minha companhia (a mesma que me ofendeu) dormiu no começo do filme com dificuldade de interpretar os fatos e eu consegui assistir com audio original e tudo... Quando o filme terminou eu me esbaldava em lágrimas e acabei ficando com tédio da vida e indo dormir também. Fui acordada novamente. Mas pasmem: agora por três alegres parentas. Sim! Frase clichê number one: "Um é pouco, dois é bom, mas três é demais". Na verdade, não estavam tão alegres assim porque todas sofriam de problemas amorosos (menos eu! Rá).

Tomei banho (francanos morram de inveja) e fui fazer meu peculiar molho para saladas que minha tia apelidou de "molho mágico" do qual fazia taanta questão. Gente, apareceu um rato assim, do nada, lá no quiosque. Teve até aquela cena do Chaves em que todos sobem nas cadeiras e tal. Um horror! De onde esses bichos vêm, meu Deus? Eu nunca tinha visto um rato selvagem ao vivo, foi chocante!
Logo depois do jantar o Criança Esperança me causava indigestão. Tá bom que a causa é nobre mas gente, aquilo causa mais depressão que Valentine's day alone.
*e-mails comentando a minha falta de sensibilidade com as causas sociais para analaura0401@yahoo.com.br*
Minhas primas foram contagiadas com a depressão global e resolveram reagir (tenham medo). Quando percebi, estavam elas cantando no karaokê sucessos de S&J (é, Sandy e Júnior mesmo) referentes a década de 90. Sim pessoas, só faltou mesmo Maria Chiquinha e Aniversário do Tatu, porque de resto elas cantaram todas! De repente, fui surpreendida com algo pior: RDB em português! Não, não vou negar que em espanhol eu me simpatizo e tudo ( não espalhem) só que em português pra mim é quase tortura chinesa.

Frase clichê number two: "Não pode com elas? Junte-se a elas". Sim, incrívelmente foi o que fiz. Combinamos que cantaríamos todas as músicas que, de certa forma, nos eram traumáticas para superarmos. Rolou de tudo. De sertanejo a funk, o ritual mais cabalístico e amedrontador que já presenciei. Foi hilário superarmos o trauma da prima Paris Hilton cantando "Sessenta dias apaixonado". Hahahahaha!

Depois, me deparei com uma cena ímpar: lá estávamos nós, as quatro, sentadas na escadaria de frente para o rio, fumando e tomando martini, todas rindo da história de uma que fez uma cena de desmaio ao ver o namorado com outra, do ficante big-brother, e de várias histórias tragi-cômicas dignas de Shakespeare e tudo.

Acabamos a noite assistindo o mesmo filme que eu tinha assistido sozinha durante o dia e odiando o amor, o romance e todos aqueles sentimentos cor-de-rosa. Hahahaha!

O bom é que essa ranchada já rendeu. Estamos com duas viagens marcadas e mais alguns planos pro-mis-so-res.

Viva ao S.S.A (lê-se double S/A - pronúncia toda in english - mas me re-cu-so a descrever as siglas) hahahahaha!

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Convite de grego:

- Laurinha, vamos pro rancho?
- Sorry darling, tenho uns trabalhos pra fazer e também tem meu artigo, vai dar não...
- Não, você tem que ir. A titia fez plástica e a gente tem que ir pra ajudar ela.

*Vovó intromete*: Sim, acho muita desfeita não irem, afinal ela é muito boa pra vocês. (a tia em questão é a filhinha preferida da vovó)

*Percebe-se aqui que a negativa implicaria numa discórdia familiar.*

- Ah, vou ver se dou um jeito então.
- Sim, honey, vamos?
- Putz, ela é tão boazinha né? Vamos sim!
- O que a gente vai levar?
- Levar? Além de ajudar eu ainda tenho que levar alguma coisa? Hahahaha...
- Não, digo, pra beber.
- No sentido de bebidas alcólicas?
- Claro, além do seu Martini, o que mais levaremos?
- Só sei que não quero cerveja nem vinho.
- Hum... Já sei! Como chama aquele negócio azul?
- Groselha? hahaha! Você tem super cara de quem enche a cara de groselha azul!
- Não sua besta, é... é.... Absinto!
- Ai, que louca! Se eu não voltar viva minha mãe vai me matar. Hahaha.
- Vamos beber até cair no chão e depois a gente pula na piscina. (?)
- *DANGER*! Ó, na boa, não tô querendo morrer agora, minha vidinha anda até que boa, não tô tendo do que reclamar... Melhor beber meu habitual líquido sagrado (vulgo, martini) porque já tô acostumada e poderei te ajudar no seu coma-alcólico depois que você encher a cara, tá bom?
- Ah, combinado! (entusiasmo-on)
- *MEDO*

Pois é gente, vou pro rancho amanhã de cozinheira-e-ajudante da minha tia que fez cirurgia plástica. Explico: não é que eu seja uma boa alma nem nada, mas é que minha tia é uma pessoa tão prestativa e bondosa que seria impossível dizer não a ela.
Não, não é nenhum sacrifício ir pro rancho, muito pelo contrário, lá é muito legal e tudo, mas né? Eu tinha coisas a fazer e claro que essa louca da minha prima poderia ir e fazer a tarefa sozinha, mas seria muito desumano da minha parte deixar minha tia comer miojo todos os dias (porque é só isso que ela sabe fazer) e pior: ajudar ela se locomover e trocar de roupa, bêbada de absinto. É gente, não parece mas eu ainda tenho coração.

Desejem-me boa sorte porque pagarei todos os meus pecados nos próximos dois dias cuidando da minha prima Winehouse (só no sentido da bebida), da minha tia Madonna (no sentido de coroa enxuta) e cozinhando.

O bom é que a água da cidade vai acabar! Digo, claro que não tô achando bom isso acontecer, é que pelo menos é uma vantagem em ir para o rancho; lá tem água de sobra. Queridos, vocês sabem o que é uma cidade de trezentos mil habitantes sem água? Calamidade pública, Jesus! Explico²: Não moro no nordeste nem sofro com a seca, estou no estado de São Paulo, gente! É que, não sei como, os canos que trazem água pra cidade estouraram e vão ter que trocar. Dá pra acreditar? Um horror!


Bem, por enquanto é só. Por enquanto, pois pressinto que voltarei com com vários relatos. Bom, tomara que eu volte né. hahaha!


Ótimo fim-de-semana e um beijo estalado na bochecha esquerda de todos vocês! =)