segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Esfinge: D. ou D-te.

Por mais incrível que pareça ela não sabe o que fazer. Incrível mesmo porque ela é daquelas pessoas que sempre tem uma idéia a cada cinco segundos. Um dos sentimentos que mais a apavoram na vida é o cansaço e, absolutamente, ela está cansada. Talvez agora fosse a hora de não fazer nada. Mas é isso que vem fazendo já há alguns dias e, mesmo assim, a inércia a perturba. Precisa se livrar desse sentimento enorme que a aperta até quase sufocar, porque ela sabe que é tudo iventado. É mera invenção dela. Ela inventa a realidade problemática da própria existência perturbada. É como se abafasse a realidade natural com os próprios devaneios. Ela escolheu sofrer por isso. E mente.
Sempre diz que gosta de coisas de que não gosta nada. Mas acredita gostar.
Sabe do que ela gosta mesmo? de estourar bolhas. Isso é verdade, não foi ela que inventou.
Às vezes ela precisa mesmo deixar de lado o nexo, nem que seja pra desabafar. A própria vida não tem nexo!
E esse tom grave não é meu tom de escrita, mas é o tom de vida dela. Não tenho que parecer sempre uma perturbada-hiperativa-super-engraçada como ela parece ao escrever. E não tenho que usar sempre sinais gráficos pra me expressar. Ela não está se sentindo bem.
No meio de tantos pensamentos banais, ao invés de pensar na vida, na realidade empírica, nas coisas que realmente acontecem, ela fica pensando nos olhos e nas atitudes das pessoas. Ou de uma pessoa - ela não quer ver você nunca mais até que possa te dizer que você foi a causa principal dos seus novos problemas desde quando ela se lembra de ter novos problemas. (sic)
Por que custa tanto escrever quando a verdade é desconhecida?
Eu conheço tantas verdades...
O medo agora é que através das palavras você desvende meu mistério de vida ou descubra que não há mistério algum? Protesto! Sempre há mistérios. O problema é fazer com que você viva sempre motivado a desvendar o que nem sempre é tão interessante.
E por que dar tantas voltas quando se sabe exatamente onde almeja chegar? Eu quero desvendar um mistério, e não desvendo a você que me lê, desvendo a mim mesma que não suporto mais não saber de tudo. (sic) E por desvendar somente a mim é que cubro o texto com as linhas e a verdade fica só nas entrelinhas. E esse jogo de narrador-personagem-interlocutor é apenas uma forma de te confundir e dizer que não sei/não entendo quem realmente sou ou onde quero chegar. Quando sabe-se demais de si precisa-se falar dos outros, ou pelo menos fingir que se é outra pessoa. Então eu sou ela. Ela que diz a você o que eu nunca conseguiria dizer. (sic)
E a verdade é uma só: não existia nenhum modo de ser diferente.
Ela, que sempre admirou tudo o que não entende, tudo que não tem coragem de fazer...
Ah, o que dizer daquele ser? Olhou para ele pela primeira vez e sabia que havia sintonia, é verdade que o modo de sintonia existente era desconhecido, mas ela sabia. Tanto que não se permitia olhar dentro daqueles olhos por muito tempo porque aquele olhar era explícito demais, e ela tinha medo de que eles revelassem aquilo que ela queria que fosse mentira. Desde sempre, mesmo inconsciente, aquilo a desconsertava. Ela não podia ver dentro daqueles olhos, não podia enxergar o mistério que havia por detrás deles (e que posteriormente descobriria), mas ela sempre soube que aqueles eram olhos de quem guardava em si uma verdade secreta. É verdade que não se tratava apenas de uma verdade.. eram várias... verdades que ela não deveria saber, mas queria.
E como não se aproximar de quem é do tamanho do seu ideal? (sic)
Quando ela morrer pra isso entenderá que a verdade nunca passou de um devaneio de sua cabeça. A verdade vai virar mentira em um incrível dia, e ela vai se lembrar de tudo rindo desesperadamente. Porque viveu e morreu por algo totalmente inexistente.


Narrador diz: Esse texto são recortes de outros textos, com diferentes (ou mesmos) assuntos transportados pra 3ª pessoa e (intencionalmente) fundidos para confundir e fazer juz ao título.
Ela diz: Quem me chamar de louca será banido deste blog.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Noite de terror!

Eu tinha planejado que meu próximo post seria uma coisa mais séria, talvez publicasse uma das minhas crônicas românticas (?), hahaha, mas as circunstâncias insistem em fazer com que eu seja obrigada a contar minhas desgraças para o divertimento alheio. (missão? sina?)
Entonces, há uns dois meses eu ouvi uma colega de trabalho dizendo que foi convocada para trabalhar nas eleições. Eu, que já fui agraciada com esse ilustre cargo logo na primeira eleição em que votei, fiquei feliz e pensei: bom, se eu não recebi intimação nenhuma, é porque não vão me convocar.
Mas o fato é que eu nunca pegava minhas correspondências, porque morava em apartamento, a caixa de correio era lá no pátio, eu não tinha saco pra descer as escadas e procurar minhas cartas no meio das de 80 moradores e no final só encontrar cobranças de cartão, faculdade, marketing de escolas técnicas etc, etc...
Quando meu pai resolveu pegar pra mim, adivinhem? Lá estava a agradável intimação para que eu comparecesse ao cartório eleitoral naquele mesmo dia. Bom, além de receber uma notícia boa dessas, eu ainda teria que ir correndo porque estava em cima da hora.
Pois bem, fui, e pra minha surpresa tinha sido promovida! Uhulll! De suplente de mesária a membro da mesa de justificativas! E detalhe: como o cargo é diferente, teria que participar de uma reunião, que por sinal, foi ontem.
Meu, ontem eu não tinha aula, poderia ler tranqüilamente mais um bom fragmento do meu novo livro, ou ir a manicure, enfim, eu queria a noite pra mim, e tive que ir naquela droga de reunião que por coincidência foi realizada lá na faculdade, ou seja, não variava nem o ambiente!

Gente, fui com minha prima achando que voltaria com ela, "reunião eleitoral, deve ser coisa rápida, só pra dizer como preenche a ficha e tals", a primeira coisa que perguntei pra monitora: vai demorar? E ela sorrindo aquela sínica desgraçada respondeu: Não, coisa rápida, duas horas no máximo!
Meu, duas horas? Pra quê? A urna não é eletrônica? Vou ter que contar os votos um-a-um? Treinamento pra fazer boca-de-urna? Pra persuadir o eleitor? Ah, pelamor!

Com raiva me sentei. Depois de quarenta minutos da hora marcada começaram! Eu já estava furiosa quando a monitora do cartório mandou que todos ficassem em pé para fazer uma dinâmica. O pensamento que me ocupava era: "ahhh, seu eu tivesse uma bazuca!"

"Olha, é o seguinte: vou ler um texto e toda vez que eu disser a palavra 'amor' vocês dão um aperto de mão na pessoa ao lado (pessoa do lado: não, não era um bofe filet, era uma mulher-macho aparentemente lésbica), toda vez que eu disser a palavra 'garra', batam palmas, toda vez que eu disser a palavra 'numseique', batam os pés, e, por fim, toda vez que eu disser 'bem-vindos', abraçem a pessoa ao lado (que já citei quem era). Agora olhem bem pra minha cara e respondam se eu tenho tipo de quem gosta de dinâmica interativa?
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Meu rosto já ardia em brasas e eu continuava a pensar não só na bazuca, mas em bomba atômica ou qualquer outro artifício altamente destrutível. Foi aí que, pra piorar, um funcionário do cartório começou com um discurso de motivação: "você é especial, sem você a eleição não aconteceria, entre milhões de cidadãos escolheram você, obrigada por comparecer" ... Minha mente hiperativa deturpava tudo traduzindo assim: "merda de azar, como você é fodido, mais de duzentos mil eleitores nessa cidade e resolveram te chamar, e se você não viesse seria processado e multado! Rá, imbecil, vai trabalhar o dia todo e ganhar 10 reais". Depois ele disse que nessas eleições teríamos uma novidade: Provavelmente a nossa cidade terá segundo turno, visto que alcançamos o ilustre número de duzentos mil setecentos e sessenta e dois eleitores. Ótima notícia! Talvez o trabalho seja em dobro.

Depois de muita embromação e boas notícias começaram a dar as informações relevantes: "esses dados são preenchidos com caneta azul, esses com caneta vermelha, digite assim, imprima assim" faltou só ensinarem o alfabeto. Depois começaram a ensinar a conectar os cabos da urna eletrônica. Gente, só tinham dois cabos e a explicação durou uns trinta minutos. Surgiam dúvidas inacreditáveis, exus perguntando toda sorte de idiotices até que eu não aguentei e fugi pra biblioteca!

Entrei tão desorientada que esqueci de deixar a bolsa no armário e o bibliotecário teve que ir me avisar que não podia entrar de bolsa no recinto. Beleza, agora também vou roubar livros!

Eu comecei ler Ana Cristina César mas parei porque o tom depressivo e a idéia de que ela se jogou de um prédio me sugeria idéias defenestrativas tipo: me atirar da janela, atirar os funcionários do cartório pela janela, ou empurrar os eleitores de uma escada (defenestração é só o ato de atirar alguém pela janela, não pela escada, mas vocês entenderam, eu tava afim de empurrar pessoas) enfim, essas coisas.
Depois me acalmei com a mitologia grega. A sensação era de refrigério da alma. (mentira, tragédia grega é sempre cheia de sangue, vingança e violência, adoro!)

Todas as vezes que me lembro que trabalharei domingo, 5 de outubro, das 7 às 17, pela quantia de 10 reais, com a possibilidade de um 2º turno, respiro fundo e tento pensar que daqui alguns anos serei funcionária pública e poderei gozar dos dois dias de dispensa do trabalho em recompensa pelo martírio.

Enfim, essa é a parte em que todos riem e me dedicam pêsames.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Chegou!

Sabe quando você quer muito-muito-muito uma coisa? Ai, eu queria muito-muito-muito mesmo!
Era até um item da minha lista de pretensão que já esteve ali ao lado, lembram? Talvez não, era importante, mas era importante pra mim. Porém parecia impossível conseguir, já que não o encontrava em lugar nenhum. Não gente, não era o item: beijar o Gianecchine, não! hahahaha! Mas por incrível que pareça, eu o queria muito mais que isso!

Achei em um sebo on-line o livro "Clarice: uma vida que se conta" da professora Nádia B. Gotlib que é a biógrafa de Clarice mais respeitada no Brasil. Mas após o lançamento na Argentina o livro estava esgotado, daí surpreendentemente eu o achei depois de meses de procura, mas foi quase um parto normal.
Primeiro eu sou pobre falida e tinha que esperar liberarem o crédito do meu cartão, isso demoraria uma semana e eu correria o risco de alguém comprar antes de mim. Depois eu não sabia se o site era de confiança e não achava nada, nem críticas nem elogios sobre ele na internet (portanto eu farei o elogio de utilidade pública: podem comprar na "traça on-line" tranquilamente) e pra terminar, ele estava muito mais caro do que seria um exemplar novo. Mas eu queria tanto, estava tão alucinada que comprei.
E chegou! Agorinha. Aqui em casa. Uma semana antes do previsto! Justo hoje que eu não estou trabalhando e estava aqui pra receber pessoalmente! Ai, super de Deus eu ter comprado! Gente, meus olhos estão brilhando e eu nem sei quantas vezes eu já abracei e beijei o livro! hahahaha.

Tudo bem, posso ser louca, mas se me internarem, me deixem levá-lo comigo por favooorrr!

Eu tenho a biografia da deusa enigmática!
Eu tenho!
Eu tenho!
Eu tenho!

Eu não consigo descrever a sensação, deixarei que ela mesma o faça:

"Como contar o que se seguiu? Eu estava estonteada, e assim recebi o livro na mão. Acho que eu não disse nada. Peguei o livro. Não, não saí pulando como sempre. Saí andando bem devagar. Sei que segurava o livro grosso com as duas mãos, comprimindo-o contra o peito. Quanto tempo levei até chegar em casa, também pouco importa. Meu peito estava quente, meu coração pensativo.
Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para depois ter o susto de o ter. Horas depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de novo, fui passear pela casa, adiei ainda mais indo comer pão com manteiga, fingi que não sabia onde guardara o livro, achava-o, abria-o por alguns instantes. Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era a felicidade. A felicidade sempre ia ser clandestina para mim. Parece que eu já pressentia. Como devorei! Eu vivia no ar... Havia orgulho e pudor em mim. Eu era uma rainha delicada.

Às vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase puríssimo.
Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante."


Clarice Lispector in Felicidade Clandestina.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

*type a title here*

Não, eu não morri. Se é que alguém se importa. E não é porque eu voltei oficialmente pro orkut que eu deixei de postar aqui. Acontece que é semana de provação/provas e eu não estou conseguindo escrever nada além dos 1564840234976239 scraps fichamentos que tenho que entregar.
Droga, existe algo pior do que se sentir culpada por algo que sabe que não fez? Então, é mais ou menos isso. Me sinto culpada por abandonar meu blog, o que não é totalmente verdade. Enfim, não interessa, ninguém "véve meu pobrema" mesmo.

A vida é engraçada. Há uma semana eu me sentia assustada com minha experiência de quase-morte. Ah, não contei aqui? Pois é: morfina na veia, sentimento inquietação constante, irritação, mandar a vó calar a boca, pular sem parar debaixo do chuveiro, pedir pra morrer, xingar o caminhão do lixo, atirar objetos, pânico súbito de telefone celular, chorar compulsivamente, prometer mundos e fundos a Deus para que aquela sensação passasse.
Enquanto eu surtava e desorientava a minha família toda, minha mãe, que é muito mais louca do que eu, tinha alucinações (sem ter tomado medicação nenhuma) e ju-ra-va ter visto um rato que saiu voando (???) da cozinha pra varanda. Minha irmã de três anos, diante daquela situação delicada, veja bem: uma irmã agressiva e uma mãe alucinada; resolveu apelar para uma intervenção divina e interceder por todos simultâneamente. Se ajoelhou ali mesmo, na cozinha, e num ato de fé orou a Deus:

- Oh meu Deus, ajuda a Laurinha, por favor, arruma a cabeça dela... Maaaata! Maaaaaata!

Mamãe assustada perguntou:

- Maria Eduarda, você tá pedindo pra Deus matar sua irmã?

E ela ainda com os olhos fechados continuava:

- Nãooo, mataaa o ratooo, o ratoooo, a Laurinhaaa. Nãoo! Faz ela obedecer minha mãe. (?)

Hahahaha. Enfim, no final das contas o rato era uma borboleta preta. É isso, além de não ter uma família normal a minha dor de cabeça ainda não passou de todo e eu ainda não sei qual o fator causador disso. Suspeita-se que seja algo relacionado ao meu grau de insanidade astigmatismo que aumentou consideravelmente. Espero que essa resposta seja confirmada depois que meu novo óculos de professora séria ficar pronto, porque gastar fazendo óculos pra continuar com a cabeça doendo é algo que eu não mereço. Ok, posso até merecer mas não acho certo! E não, esse não será o meu fim.

Mas veja como Deus é bom: depois disso eu tive um final de semana super legal!

Ó, já viram que eu não tenho mais assunto. Então vamos às notícias:

* A Rafaella me ofereceu dois selos que já estão ali ao lado nos slides. Obrigada, querida!
* Meu blog agora é lido em celulares porque um fã alucinado assinou o meu RSS. (?) (rss=risos?)
* Peguei mais 5 mil trabalhos acadêmicos para fazer com a finalidade de descolar uma grana e ir pra SP no fim do mês e gastar, além do dinheiro, um pouco da minha dignidade na buathy. Então se eu sumir dessa vez nem é porque morri (espero), é muita ocupação de verdade. Que que é? Eu podia estar matando, roubando, me prostituindo! (ando tão engraçada por esses dias, precisa ver)

Ai, tchau.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Precisa-se de outra cabeça. (completa)

O problema é que, desde segunda-feira passada, eu comecei tomar um novo super remédio para emagrecer que minha mãe me indicou garantindo muita eficiência e eficácia, porém advertindo que poderia causar dores de cabeça. Ôpa, emagrece? Tomo até soda.

Terça-feira passada eu fui vacinada na faculdade por enfermeiros-psicóticos-apaixonados-por-agulhas. Nem doeu. E também eu sempre gostei de tomar injeção e tudo, nada de mais! A moça me falou que não teria efeito colateral nenhum. Que se eu estivesse grávida meu filho, na melhor hipótese, nasceria cego, surdo e mudo, mas que se não tivesse não aconteceria nada. Eu não tô, então foda-se. Vou tomar, quero morrer de tuberculose, não de rubéola. Ela falou de relance sobre uma vizinha dela que tomou a vacina e disse sentir dores de cabeça, mas ela nunca tinha visto mais ninguém sentir essas coisas, então era super improvável acontecer.

Fato: quarta-feira eu estava com enxaqueca.

Quinta-feira faltei da faculdade por causa da tal dor de cabeça.

Sexta-feira parei com o remédio de emagrecer por causa da maldita dor de cabeça.

Sábado tomei 58 analgésicos e enchi a cara, por causa da dor de cabeça (?). Mentira, eu que queria encher a cara mesmo.

Domingo passei o dia bancando a anti-social enquanto acontecia um belíssimo almoço de família na minha nova residência. Por causa de quê? Da ressaca e da dor de cabeça. Desde então, para a minha santa mãezinha já não existia histórico nenhum da minha dor. Ela só lembrava que bebi e cheguei tarde, então era por isso que estava com dor de cabeça.

Segunda-feira, após tomar sem sucesso o remédio mais forte que conheço, passei 4 horas no hospital tomando soro e fazendo exames para no final o médico me dizer que eu estava com stress e que deveria descansar. Logo em seguida me deu uma receita com o nome de "Luciana S. Cintra" e me mandou para casa.

(?)

Meu, vem cá: Descansar? O senhor sabe o que significa véspera de semana de provas? O senhor sabe quantos trabalhos tenho pra fazer? Quantos livros tenho pra ler? O quanto minha vida emocional é conturbada? O quanto minha família é louca? O senhor não sabe nem meu nome, então shut up, doutor!

Terça-feira (hoje) eu ainda sinto dor de cabeça e marquei com um neurologista que só tem vagas pra outubro. Isso porque eu tenho convênio com a Unimerda que é o plano de saúde mais caro da cidade.

Cara, além de tudo isso, a dor de cabeça me deixou retardada, bebi cerveja (difícilmente eu encho a cara com cachaça não-destilada), comecei a ligar desesperadamente pra todas as pessoas do mundo, torrei meu cartão de créditos, coloquei um piercing no nariz, chorei (literalmente) as pitangas pra desconhecidos, não fiz nenhum trabalho da faculdade e oficializei um perfil no orkut. Agora preciso de uma cabeça e de um cérebro novo, porque não sei o que me incomoda mais: a dor ou o retardamento.

Ó, se eu não voltar é porque morri.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Era tudo mentira!

Eu falei aqui, jurei, prometi que ia ser uma aluna melhor nesse semestre mas tá foda. Faltei mais que aluno mudo em dia de chamada oral, conversei mais que o homem-da-cobra, nem tirei xerox de todas as apostilas ainda, comprei lingerie, tudo que me interessou nos catálogos (nota: agora no mercadão da minha sala vendem de balinha-de-goma a produtos eróticos, um escândalo! hahaha), continuo reparando as roupas dos professores e colegas, rindo das perguntas idiotas, escrevendo cartinhas suicidas e bilhetinhos maldosos, tomando suquinhos e mais suquinhos, pintando os desenhos das minhas folhas da moranguinho (pessoa meiga), planejando maldades contra o próximo, saindo da sala pra falar ao telefone, tentando dormir enquanto apagam as luzes para mostrarem algo no data show ou projetor, organizando motins contra as professoras injustas, enfim, vou pro inferno. Mas outro dia, numa filosofia entre colegas de classe descobri que tá tudo certo porque né? O quê que eu vou fazer no céu? Meus amigos nem estarão lá!

Ontem eu resolvi fazer a linha caxias e sentar na primeira carteira perto da professora pra ver se eu conseguia pegar alguma coisa. Resultado? Percebi que o máximo que pegaria seria um resfriado porque não entendia nada do que ela falava. Genthy, tudo muito confuso! Ela escrevia as sentenças e puxava umas flechinhas seguidas dos símbolos OD-OI-CN-AA-VT-VI-VTDI-NS-NOI e esqueminhas ad infinitum. Meu, eu pensei: Bem, o AA eu sei que é alcoólicos anônimos mas se o restante não forem novos vírus de DST's eu realmente não sei do que se trata! hahahaha.
Mentira, eu até sei, mas tipos, não acompanho com a velocidade em que ela fala. Até eu me lembrar que AA é adjunto adnominal e me lembrar o que é um adjunto adnominal, ela já tá falando em VTDI, que eu demoro mais uns bons instantes pra identificar como verbo transitivo direto e indireto. Mas sabe? eu acredito no poder da fé. No fim da aula eu até tava sabendo resolver os exercícios de conjunções subordinativas adverbiais mas cara, enquanto eu não peguei o fio-da-meada passei duas horas ensaiando como eu ia dizer pros meus pais que quero trancar a matrícula. hahahaha

É mentira também, eu AMO o curso que eu faço e pra mim é a coisa mais importante do mundo! (coisa mais importante, ok?)
Mas é que eu não gosto mesmo da parte gramatical da língua cheia de nhénhénhéns, coisa e tal. Sei lá, eu acho que eu, como estudiosa da Língua Portuguesa, sendo ela o meu objeto de trabalho, tenho mesmo que saber dessas coisas mas não tem sentido ensinar um aluno de ensino fundamental e médio o que é uma oração subordinada comparativa adverbial se no futuro ele quer ser um engenheiro agrônomo. Ok, meu ídolo é a Gramática de Usos e a Moura Neves!

Cada dia que passa eu amo mais literatura. Esse desespero todo não existiu na aula anterior quando meu sangue fervia e meus olhos brilhavam ao ouvir "Dante Alighieri", Beatrice, Divina Comédia, etc, etc.

Isso sim é que é apaixonante e indispensável. Não sei como uma pessoa pode passar pela vida e morrer sem ter lido Aristóteles, juro!

Bem, se eu sumir já sabem: estou perdida entre os códigos de vírus DST's, a gramática normativa, os diagramas arbóreos e afins porque o purgatório a semana-de-provas está chegando.

É como dizem por aí: "CORRÃO"!

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Prós e contras:

Tinha tudo pra ser ruim.

1º porque era pagode e só esse fato por si só já valeria pra eu não querer ir.
2º porque eu não poderia beber e isso já completa.
3º porque eu detesto aquela gente chata pseudo-socialite que foi convidada.
4º porque eu queria ficar na cidade e ir no aniversário da minha amiga.
5º porque era no rancho, longe e eu iria ter que dormir lá.
6º porque eu teria que usar uma camiseta (abadá?) ridjjjícula que parecia uniforme de varejão.
7º porque a camiseta verde-bandeira (e cara, eu ODEIO camiseta) não combinava com nada.
8º porque eu teria que acordar cedo pra ir.
9º porque não estava com a mínima vontade.
10º porque não tinha outra alternativa.

E pasmem! Tudo mudou porque:

1º Apesar de ser pagode a banda era boazinha (ou bom eram os integrantes?).
2º Porque eu acabei bebendo horrores mesmo sem poder.
3º Porque fiz alguns achados entre as pessoas chatas pseudo-socialites.
4º Porque minha amiga perdoou minha ausência.
5º Porque dormir no rancho foi tudo de bom: tequila, narguilé com halls preto, Nando Reis pra purificar os tímpanos, L.A de cereja, boas risadas, brincar de passar-fumaça, enfim, impagável.
6º Porque o fato de TODAS as pessoas estarem de abadá verde-bandeira destacou exatamente uma que não estava.
7º Porque verde é cor da esperança e vai ver isso ajudou um pouco. hahaha!
8º Porque não tive que acordar cedo, fomos após 12pm.
9º Porque mesmo que isso vá contra os meus conceitos, minha vontade estava errada.
10º Porque não tinha outra alternativa, era lá que eu deveria estar.

"É no pagode, é no pagode lelelelele".

E se no ano que vêm for baile-funk com camiseta amarela, mesmo assim eu vou. Juro! hahahaha!