quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Fênix

Sei nem pra que eu tô voltando a escrever aqui. Acredito que não tenha mais nenhum leitor vivo mesmo... Hahaha, brinks, cês tão tudo aí vivão, né?
Sim, Brasil, depois dessa VIDA longe do mundo blogger, eu retomo no maior estilo Serena de ser, e não sei se vou ter saco nem memória pra atualizá-los a respeito desses longos meses de desaparecimento. Acontece que um impulso misterioso tomou conta do meu ser nessa véspera de natal me trazendo até o meu abandonado blog e me fazendo ler meu último post no qual eu citava vários motivos pelos quais eu teria que parar de postar, e daí eu entrei em choque profundo e pensei: "PORRA, EU TINHA UMA VIDA". Hahahaha.
Explico...
No mês de maio era mês das noivas e então eu me casei com um senhor rico e sozinho, ele morreu, abandonei os estudos e estou felizona na minha vida de madame inoperante.

Haha, ok, pegadinha não é o meu forte...

No mês de maio eu saí da clínica onde eu navegava trabalhava e passei a viver do ócio desde então. Apesar de ainda estar firmona no meu vício pela internet, passando adoráveis 8 horas diárias na frente do computador, eu me dediquei ao monólogo solitário da moda (twitter) e acabei me esquecendo que havia sites com perspectiva de escrita com mais de 140 caracteres.
Quanto aos trabalhos da faculdade, estágios e TCC, cabô, né gente? Tô formada e pronta pra revolucionar a educação no Brasil. (todos acreditam)
Bom, sensação de estar formada é ótima mas minha maior satisfação mesmo é saber que se eu for presa vou ficar em cela especial. Quê foi? Cada um com suas prioridades...

Quanto ao mais, continuo aí nessa de beber pra amenizar a REALIDADE, palavra mais triste que já inventaram. Hahahaha.

Olha, sou uma pessoa feliz, tenho uma vida ótima e sei que vou pro céu quando isso for decidido.

A gente se vê por aqui =)

Merry christmas and tell to Jesus that the bitch is back.

CORRÃO!

(um doce pro primeiro que vier falar que fiz letras e não sei empregar verbo)

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Tchau, i have to go now

Athualiza, athualizaaa, athualizaaaaaaaaaaa!

Ok, gente, agradeço imensamente a atenção e fico lisongeada pelas pessoas que me pedem pra atualizar o blog, que me lêem e que se AINDA se interessam de alguma forma pelas aleatoriedades que escrevo. Nos corredores da faculdade, nas reuniões familiares, nos encontros com os amigos, no orkut, msn, tem sempre alguém me questionando sobre minha inércia aqui na blogosfera.
Apareci só mesmo para dar uma satisfação a essas pessoas que vem até o blog e sempre se deparam com o mesmo post, mas a verdade é que estou sem condições de atualizar. Sem condições e sem criatividade, pra ser mais honesta.
Último ano de faculdade, um tcc pra escrever, estágios a fazer, trabalhos acadêmicos sem fim, mil cobranças e tudo isso conciliado a um trabalho em período integral, não está ajudando muito no meu desempenho por aqui.

Não tenho coragem de deletar, digo apenas que vou entrar em recesso por tempo indeterminado, o que não impede que eu venha aqui amanhã, ou daqui cinco minutos, e escreva um post novo. [/bipolaridademodeon]

Pessoas com deficiências mentais que REALMENTE se interessem pelo que ando fazendo, ou sintam falta dos meus resmungos e reclamações ad infinitum, sigam-me aqui. ( twitter também desmotiva blogueiros, pronto, falei)

"eu queria ficar, mas só que hoje não dá, eu tenho que ir embora, tenho que trabalhar"...

Beijosmepsicografem!



P.S.: Entediado? Na coluna ao lado tem uma mega listagem de blogs legais. Fica a dica.

segunda-feira, 9 de março de 2009

C&A - "Cheila Estará Atendendo"

Domingo, tédio, estava sozinha em casa quando minha tia apareceu me convidando pra almoçar no shopping. Aí eu pensei: eu, uma pessoa anti-social como sou, ir ao shopping lotado nesse calor procurar por uma mesa naquela praça de alimentação e ainda gastar meu suado dinheiro com aquelas porcarias engordativas e caras?

Mas sim, não tava fazendo nada, fui.

Não sou do tipo de mulher consumista, não planejo ir às compras tipos "vou sair e comprar tal coisa", mas é passar na porta de uma loja e... pronto, vejo, entro e compro sem nenhuma resistência.
Então, passando pela porta da C&A, me encantei com um vestido, com outro, e logo plin-plin, estava eu comprando. O problema é que lá eles não dividem muito no cartão de crédito justamente pra te obrigar a ter o cartão da loja e a atendente começou a insistir tanto pra eu fazer o cartão, falando das milhares de vantagens, 5X sem juros, alegando que ia demorar apenas 10 minutos que decidi fazer.
Chego no cadastro, sento para aguardar ser atendida quando uma moça loira de aproximadamente 20 anos se aproxima e diz:

- A senhora poderia me acompanhar?
- (senhora? oi?) Sim.
- Pode estar sentando, que eu vou estar fazendo seu cartãozinho.
- (e você? pode estar parando de falar no gerúndio e no diminutivo? Porque logo, logo vou estar quebrando sua carinha) Okey.
- Você tem RG, CPF, um comprovante de renda ou um cartão de crédito?
- (não, não tenho, sou indigente) Sim, aqui está!
- Como é o seu nominho?
- (é esse que tá escrito aí no RG, CPF e no cartão de crédito que te entreguei, mula) Ana Laura Rodrigues.
- Em que dia você nasceu?
- (no dia em que sua mãe te tirou do mobral) 04/01/87.
- Hum, você é novinha einh? Tem cara mesmo.
- (?) Ah, obrigada.
- Naturalidade?
- (leia o RG, mula) Francana.
- Ah, aqui de Franca mesmo?
- Sim.
- Nacionalidade? É brasileira?
- (NÃO, NASCI EM FRANCA MAS NA ÉPOCA A CIDADE ESTAVA PASSEANDO PELA EUROPA) ... Quê?
- Ah, sim, brasileira né? Claro. (risos)
- Pode me dar seu endereço?
- Rua Voluntário Otávio...
- Otávio com "h" ou sem "h"?
- Oi? (gente, essa ANTA tá me zoando, só pode)
- SEM "h"?
- SIM, sem.
- Quer fazer o seguro e o convênio farmá...
- Não, eu NÃO QUERO.
- Mas tem várias vantag..
- Não, muito obrigada, quero SÓ O CARTÃO e estou com pressa.
- Ah, sim, tudo bem, um momento, só estar aguardando que estarei providenciando...

(...)

Nisso eu já estava possessa, não conseguia nem rir da burrice dela, sério, porque se tem um adjetivo que me qualifica é a intolerância, me irrito até com o rítmo da fala alheia, imagina com um energúmeno surreal gerundiando e ultrapassando todos os limites da minha capacidade de fingir paciência... Eu queria mesmo era dar um ataque de Amy Winehouse e quebrar o balcão da loja. E enquanto eu tremia de raiva, ela, sem saber do risco que corria, acenava e sorria pra todas as pessoas que passavam, opinava sobre a conversa dos atententes ao lado e arrumava vagarosamente a documentação pra fazer meu cartão.
Acredito que demorou uma meia hora. Tempo esse que eu entrei em transe profundo pensando no que se passava dentro da cabeça de uma criatura daquelas. Por fim, pensei: ela merece um post no blog, preciso saber o nome dessa criatura. Então, quando ela voltou ao posto de atendimento e eu olhei pro crachá que ela tinha preso à blusa e consegui entender tudo:

CHeila.

segunda-feira, 2 de março de 2009

"Marco se ne è andato e non ritorna più"

Entender essa vida é meu desafio mor. E deveria ser o seu também... Porque você pode até achar que é dono do seu próprio nariz, que decide tudo e tals mas é porraninhuma, baby. E é tão revoltante pensar em como as coisas acontecem de uma forma totalmente desconexa e sem lógica na minha vida. Só na minha?

De repente o ex-funcionário simpático do xerox da faculdade, que também dança com a sua prima e é amigo dos seus amigos aparece na sua casa, na sua festa de desaniversário, bebe, dança, senta com você na sargeta, escuta seus dramas, te conta os dramas dele, te convida pra ir pro inferno na parte suja da Augusta, apropria-se das suas psicoses, compartilha com você as dele, desperta em você os sentimentos mais ternos do universo, toma um espaço no seu cotidiano, na sua vida e em pouco mais de um mês te obrigam a despedir-se dele sabendo que isso é definitivo.

Rio de Janeiro é mesmo um lugar muito bonito. Sempre quis ter amigos lá. Poder visitá-los, hospedar-me for free, essas coisas, mas... tinha mesmo que ser ele? Tinha que ser no domingo? Tinha que anteceder essa segunda-feira infernal? Nem sei se gosto mais dessa cidade.

Mas eu acho mesmo que esse lugar ainda é pequeno demais pra ele. Inglaterra? Talvez...

Então, como prometido, te dedico:

Marcolino, você tem o par de olhos mais meigos, verdes e brilhantes do mundo inteiro, o sorriso mais fácil e as tiradas mais espontâneas, pertinentes e rápidas que eu já vi. E isso tudo casa tão bem com o humor blasé, sagaz e pré-idealizado daquele nosso amado amigo índie... Estar com vocês pra mim é mágico.
E eu precisava de mais tempo, de mais risadas, de mais noites no Fish, de mais canelinhas no balção do Sr Zé, de mais chá verde, de mais bolos de chocolate branco, de mais festas dançantes, de mais fotos temáticas, de mais tardes e noites pirando ON FIRE no msn, de mais surtos psicóticos, de mais abraços sinceros, de mais promessas de prosperarmos juntos, de morarmos os três em um triplex à beira da lagoa Rodrigo de Freitas onde o saudoso João Gostoso do Bandeira se atirou e morreu afogado... Queria mesmo é estar aí, comendo melancia e correndo na orla com você.


Posso até ir (e irei) te visitar, mas meu desconsolo é saber que você não vai voltar. É mesmo um adeus e não um "até logo". Mas isso é egoísmo meu. O justo é que você vá... pra onde possa brilhar mais e melhor.

Conquiste essa cidade que é wonderful like you.

Aqui fica a saudade e a certeza de que durou o suficiente para que esse espaço seja pra sempre seu.

Te amo!

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Satisfações (no sentido de se explicar, não de se estar satisfeito)

Como indagou sabiamente a Raquelzinha: "como você sente NECESSIDADE de escrever e não escreve, amigues?", simples, eu simplesmente não arranjo tempo.
Tudo bem que meu patrão passou a semana passada inteira internado com "crise vertiginosa" [insira aqui, caro leitor, sua piada sobre a crise vertiginosa dele] e era pra eu ter ficado aqui contando as moscas mas acontece que andaram solicitando alucinadamente meus serviços de blogger stylist e na última semana eu fiquei muito ocupada na construção de três layouts (o do Eddie valeu por mil porque ele muda de idéia assim como eu mudo de humor).

Bem, meio que menti na declaração acima porque considerando que eu sou uma pessoa totalmente viciada em internet e que passo, no mínimo, 12 horas/dia (sim, DOZE) na frente do pc, é bem curioso que eu não arranje tempo para escrever um mísero post. Tá bom, na verdade é pura preguiça e um profundo vazio mental mesmo. Pronto, falei.
Também ocorre que eu escrevo o dia todo no twitter. Cada acontecimento é uma twittada então meio que me desmotivo a criar um post para repetir o que já falei por lá. E o fato de ter três (em breve quatro) blogs também não ajuda...

Em suma, aconteceram algumas coisas interessantes nos últimos dias mas que, não se anime, não vão mudar a sua vida.

- Fui a 4 médicos e descobri que minha coluna se definhará antes do meu fígado. (juro)
- Enchi a cara, causei horrores e passei mal. (nah, isso já é rotina)
- Voltaram as aulas, os trabalhos, os livros, as apostilas, as fofocas, enfim.
- Estou sendo perseguida pela versão masculina (?) da Madonna.
- Aprendi a jogar truco. (seis miiiii, ladrão)
- Me embriaguei com whisky ESCOCÊS. (desculpa, aí)
- Fui a um carnaval de rua. (taí uma coisa inédita)
- Pela PRIMEIRA VEZ na vida eu cuidei de um bêbado. (acreditem, eu, SÃ)

E... e... e... vegetei.

Depois de amanhã esse blog completa um ano. Pra mim isso é muito importante e motivador visto que esse foi o meu primeiro blog e tals mas não, não volto aqui pra postar sobre isso.

Beijosdesliga. Câmbio.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Hiperatividade mental.

Hoje eu tô sentindo NECESSIDADE de escrever, apesar de estar um pouco desmotivada de fazê-lo aqui no blog. Isso sempre acontece quando percebo que não vou dizer nada que faça algum sentido para alguém além de mim. Só. Apesar de que eu, veja bem, eu NUNCA escrevo nada em vão. Sempre jogo palavras soltas, não tão explícitas, mas que de alguma forma resumem o que realmente quero dizer.
Engraçado porque essa coisa do hermetismo me é peculiar desde a infância. Me lembro de que quando eu tinha uns cinco anos eu fiz um desenho. Quando se tem cinco anos é muito legal desenhar. E eu me lembro perfeitamente do desenho naquele caderno quadriculado da pré-escola encapado com papel azul e plastificado também. Pausa para recordação: me lembro que naquele mesmo caderno, a tia Carminha, minha primeira professora, escreveu uma dedicatória pra mim antes de abandonar minha sala por estar doente. A tia Carminha usava calças de cotton e camisetas compridas que ela prendia só de um lado no cós das calças. Um horror, Jesus! E eu achava aquilo bonito, elegante e queria copiar. Tia Carminha foi a primeira pessoa de quem senti falta e por quem chorei na vida, e ela escreveu:

"Querida Ana Laura, espero que você continue sempre sendo essa garota esperta, atenta e inteligente que gosta de ouvir e de contar histórias. Com carinho, tia Carmem".

Óunnn... Tia Carminha, te dedico!

Voltando ao desenho. Então eu desenhei uma cabine de vidro alta e com duas escadas bi-laterais de acesso. Ela era cheia de detalhes e, por alguns instantes, me remeteu a um dragão. Dentro dela estava minha família toda: mamãe, papai e irmãozinho (que era um recém-nascido). Intitulei o desenho de "robô-dragão feminino de observação". E eu não faço a menor idéia do que eu queria dizer com isso. Mas naquela época fazia o maior sentido pra mim. Como essas palavras fazem hoje. E depois eu aprendi a fazer sentido usando as palavras, ao invés dos desenhos, e dizer coisas bobas propositalmente para te atingir, paixão. Mas se veio só pra tentar me decifrar recomendo que você pare por aqui.

Acontece que é muito anormal essa minha mania de despejar meus monólogos interiores em qualquer lugar em branco. Lugares brancos e passíveis de serem escritos sempre me pareceram um convite. E também penso que fluxos de consciência deveriam ficar dentro da... da... consciência? Mas é tão bonito... tão bonitinho. Eu só escrevo desse jeito torpe e aparentemente embaraçado quando fico altruísta e hipersensível (apesar de hoje estar com o saco cheio de tudo e sem nenhuma vontade de chorar). Mas ontem eu tava assim e hoje, quando cheguei no trabalho, encontrei uns escritos na minha mesa. Se não fosse pela letra eu poderia ju-rar que não fui eu. Mas pela grafia, que nem é cali, e é inconstante e meio desengonçada, eu sabia que fui eu mesma. Sim, fui eu! Transcrevo então um trecho?


Sinto como se o mundo inteiro fosse uma lenta camada de... de... magma vulcânico, sabe? Não? Então, é assim: sinto como se eu tivesse aqui, dentro desse cômodo branco e estático e é como se tudo ao meu redor fosse uma espessa camada quente e vermelha de magma escorrendo e vindo lentamente na minha direção. E eu não quero correr. Quero me queimar, pra valer, porque queimar é sensação, baby, e o contrário é ócio, é tédio, e fogo? Além de quente é tão bonito, atraente, sexy... ui!


(?)


Avisei pra não continuar lendo. Agora taí: decífra-me ou te devoro!

Beijinhos enigmáticos.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Pronto, falei!

Não é questão de rebeldia nem de resistência ao sistema, mas a verdade é que não sou a favor de mudanças não-democráticas. Sim, estou falando sobre a Reforma Ortográfica da Língua Portuguesa que, infelizmente, vigorou em nosso país.
Confesso que adiei o máximo que pude manifestar minha opinião, inclusive consultei o guia da reforma ortográfica somente na semana passada, mas como eu curso Letras, as pessoas sempre me perguntam qual a minha posição diante disso eu não tenho como ficar alheia ao que está acontecendo com o meu objeto de trabalho, vulgo minha minha adorada língua materna.
Quando entrei na faculdade, tinha em mente que aprenderia todas as regras gramaticais e que seria uma ditadora das mesmas, o que para minha grande surpresa foi completamente abolido logo na minha primeira aula de linguística. Todas as minhas professoras são adeptas de uma postura sociolinguista, então aprendi que a língua não é um sistema autônomo, não pode ser prescrita e descobri que a ela é viva, se modifica e que está diretamente ligada à sociedade.
No começo foi um grande impacto, muito complicado me livrar do "encosto de Pasquale" e me desfazer de toda aquela bagagem normativa que me foi imposta durante toda minha formação escolar. Só quando me aprofundei lendo "A língua de Eulália" para preparar um seminário, fui convencida de que a gramática normativa não é uma lei passível de ser seguida na oralidade, e que não é eficaz em todas as variações existentes na língua, muitas vezes, sendo incoerente e contrariando as próprias regras que impõe.
Talvez fossem necessários exemplos do que estou falando para que pessoas não-interadas no assunto pudessem ter uma noção mais clara, mas só estou me utilizando desses conceitos para estabeçecer a seguinte relação:

Sabemos que o objetivo da reforma ortográfica é a unificação da língua portuguesa, o que para mim é de uma incoerência quase cômica. Basta irmos a dois bairros de uma mesma cidade para percebermos as variações de entonação, rítmo e pronúncia da língua. De estado para estado a diferença se torna gritante. O que dizer do "tu" que só é usado em algumas regiões do norte e do sul do país? Deverá também ser abolido para a unificação da língua? Ou deverá ser adotado por todos nós, em substituição do "você" já que a segunda pessoa do singular é mesmo o "tu"? Difícil, não?
A dificuldade é explícita: se a variação de dialetos é claramente percebida entre dois BAIRROS de uma mesma cidade, como poderá ser eliminada entre PAÍSES com um oceano inteiro de diferenças como Brasil e Portugal? Isso pra nem falar na África...

Quem foi que disse que o português de Portugal é mais puro e mais correto? Ninguém é dono da língua, não podemos regulá-la sob tratado! As variações africanas, brasileiras e portuguesas são dígnas e válidas e possuem a mesma liberdade para crescer e desenvolver-se dentro de cada cultura e das possibilidades de cada país. Tem a ver com a política? Vamos ser mais respeitados com uma linguagem uniforme? Mas a língua inglesa não é a grande referência de idioma respeitado universalmente? Por que então nela mesmo podemos encontrar diferenças? Não existe inglês britânico? E o espanhol? Não está sendo tão respeitado e estudado no mundo todo? Mesmo assim temos tantos dialetos oriundos dentro da língua espanhola (Gallego, Basco, Madrileño, Andalúz, e Catalãn) que alguns destes, são extremamente diferentes uns dos outros, a ponto de os falantes não se entenderem entre si!
E por que no Brasil tinha que ser diferente? Isso só faz confirmar a piada universal de que português é burro e que brasileiro é mesquinho...
Eu acho de extrema ignorância que os gramáticos tradicionais pensem ser possível eliminar as diferenças dialetais.
Deixo claro que sou a favor de reformas e de mudanças, principalmente no âmbito gramatical, mas essas mudanças que ocorreram na nossa língua materna considero totalmente sem noção, assim como o nosso excelentíssimo presidente da república semi-analfabeto. Por que então não fazem reformas considerando as variantes linguísticas que são usadas na oralidade como a redução das proparoxítonas em paroxítonas, o ieísmo, o rotacismo e outras variações que já são tão naturais e espontâneas do falante?

Talvez você, leitor, já esteja indignado em ter que se enquadrar ao novo padrão, imagine eu que terei de ensiná-lo a jovens e crianças que já se consideram alfabetizados no padrão antigo.
Gostaria muito que alguém me explicasse o que eu vou dizer, caso um aluno me pergunte por que na palavra guitarra não se pronuncia a letra "u" e na palavra linguiça ele deve pronunciar, mesmo sem o trema e sem nenhuma acentuação que distingua a diferença? Qual é o seguimento lógico? Quais os parâmetros?

Sugiro que mudem o nome da gramática do português para "PORQUE SIM", pois essa será a única resposta que os professores poderão dar aos possíveis questionamentos.


P.S.: Não usei o trema porque, querendo ou não, terei que me adaptar.


"Esta é uma confissão de amor: amo a língua portuguesa. Ela não é fácil. Não é maleável. E, como não foi profundamente trabalhada pelo pensamento, a sua tendência é a de não ter sutilezas e de reagir às vezes com um verdadeiro pontapé contra os que temerariamente ousam transformá-la numa linguagem de sentimento e de alerteza. E de amor. A língua portuguesa é um verdadeiro desafio para quem escreve. Sobretudo para quem escreve tirando das coisas e das pessoas a primeira capa de superficialismo. Às vezes ela reage diante de um pensamento mais complicado. Às vezes se assusta com o imprevisível de uma frase. Eu gosto de manejá-la – como gostava de estar montada num cavalo e guiá-lo pelas rédeas, às vezes lentamente, às vezes a galope.
Eu queria que a língua portuguesa chegasse ao máximo nas minhas mãos. E este desejo todos os que escrevem têm. Um Camões e outros iguais não bastaram para nos dar para sempre uma herança da língua já feita. Todos nós que escrevemos estamos fazendo do túmulo do pensamento alguma coisa que lhe dê vida. Essas dificuldades, nós as temos. Mas não falei do encantamento de lidar com uma língua que não foi aprofundada. O que recebi de herança não me chega.
Se eu fosse muda, e também não pudesse escrever, e me perguntassem a que língua eu queria pertencer, eu diria: inglês, que é preciso e belo. Mas como não nasci muda e pude escrever, tornou-se absolutamente claro para mim que eu queria mesmo era escrever em português. Eu até queria não ter aprendido outras línguas: só para que a minha abordagem do português fosse virgem e límpida."

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Clarice Lispector.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Me dei o direito de entrar em recesso. Só do blog, claro! Impressionante como eu adoro escrever quando não há fatos a relatar, e quando tudo começa a ficar absurdamente incrível, eu perco o tesão de contar. Concluo: me acostumei a ter uma vidinha fodida e tediosa.

Poderia fazer um resumo, sem detalhar (moral a zelar, ok?), dizendo que bebi whisky e causei (causamos) na festa do João, que bebi tequila e causei (causamos) na festa do meu irmão, que bebi Piagentini e causei (causamos) na casa da Vê, que bebi Martini e causei na minha própria festa (causei paixões imediatistas, com direito a declarações e coraçõezinhos desenhados no ar), que bebi ASKOV (5,00) e causei (causamos) na festa do meu amigo Rafa (vulgo noite de terror no Play Center). Dezembro-Janeiro sempre são putas meses de acontecimentos extraordinários na minha vida. Fora o dia 24, 25 e o dia 31/12 que sempre são deprimentes. Eu poderia até dar aquela romanceada nisso, encontrando uma explicação mítica e espiritual pra essa "coincidência" intrigante - magia do natal, energia do ano-novo, meu mês de nascimento - mas prefiro ser mais realista e encarar a realidade bruta: férias -> festas -> bebidas -> acontecimentos. Fato!

Engraçado como a gente passa a maior parte do tempo esperando por certas coisas que, quando acontecem, perdem totalmente a graça. Semana passada foi assim. E eu me lembro muito bem: nove de dezembro de 2006 eu, bêbada, engasgando de tanto chorar, disse a ele que o amaria pelos séculos dos séculos, amém. Último beijo, desejos suicidas, etc. Rá! A vida me consola tanto com essas coisas...
Tava ele lá, cantando as mesmas músiquinhas ridículas, com os mesmos assuntos previsíveis, o mesmo sorriso débil e aquele ar de medíocridade que durante sete anos eu chamei de "mistério". IDIOTA! O melhor é pensar que dois anos depois ele resolveu aparecer na minha casa nova, que ele nem sabia onde era e se deu o trabalho de procurar. Sério, de tão desprezível que eu achei a cena, fiquei deprimida.

Fico pensando se todos os meus anseios de hoje serão ridicularizados por mim no futuro e super desanimo de querer coisas/pessoas. Prefiro que elas me queiram.

Enfim, fora meu grande problema com meus pais que querem me colocar numa prisão domiciliar alegando que sou a Maysa do século XXI (?), nunca me senti tão feliz e satisfeita com a minha vida. Sério. Acho que sou e estou exatamente como queria ser e estar.


Bem, esse post será suspenso, visto que, pelo que me consta, não estamos nem na metade do mês ainda. Agüeeenta coração! (sim, faço QUESTÃO do trema)


P.S.: A única coisa que me preocupa, é que comecei bebendo whisky, passando pelo meu adorado Martini, indo pra inconfundível tequila (josé cuervo), chegando ao Piagentini e, baixando ao extremo com ASKOV. Quero nem pensar na próxima cachaça que vai me embriagar. Hahahaha!