A maldição continua I

Parecia tudo ótimo...

Viagem linda, super rápida, sem problemas. Hospedagem ótima, vista ma-ra-vi-lho-sa, muito conforto e tal. Tá certo que nos perdemos algumas vezes, tivemos que jantar com um economista mega chato e falante (lê-se sujeito insuportável que decora dados da revista Veja pra almoçar com o prefeito, que fala baixo e pausadamente sobre assuntos inúteis enquanto brinca girando o rolex no pulso) e meus pés se encheram de bolhas por rodar o parque do Ibirapuera 15645478 vezes com a minha titia pseudo-fitness. Até aí tudo bem... Nada que as compras superprodutivas, gastos exacerbados (isso só tem um lado bom), passeios superagradáveis, Av. Paulista, gente fervida, boate chique, dry martini, serviço de quarto, colchão king-size, vida de madame, etc, etc não me fizessem superar. Parecia que a maldição das férias tinha sido só uma casualidade do ano passado, doce ilusão...

Eu, com meu espírito de pobre e boa-samaritana, resolvi voltar pra minha terrinha ('inha' mesmo, se comparada á capital), não quis ficar trancada sozinha no hotel até terça (idiota-on?), visto que meus primos voltaram ontem, minha tia iria trabalhar e eu não teria com quem sair pra aproveitar a vida metropolitana, vim embora toda satisfeita porque ontem também era aniversário do meu papi e era justo que eu quisesse dar um abraço pessoalmente, né?
Pois bem, cheguei muito cansadinha, exibi minhas comprinhas pra mamãe, brinquei um pouco com minha irmãzinha e me deitei bem contentinha para descansar da viagem, agradecendo á Deus pelo doce início de férias.

Se você gosta de finais felizes pare por aqui... (sic)

Já diz o ditado "desgraça pouca é bobagem". Mas, oi? No meu caso é tanto que chega a ser sacanagem... Acordei 8h30 da madrugada (rs) achando que estava no meio daqueles globos da morte de algum circo-de-horrores e custei entender que a minha casa tinha sido invadida por um bando de pedreiros com serras-elétricas que mais pareciam motores de fusca 1965. Um pesadêlo, cara!! Aquele barulho infernal, en-sur-de-ce-dor e eu com cinco travesseiros sobre a cabeça tentando amenizar o barulho sem sucesso. Resultado? "Mããããe, que merda é essa?"
Levantei xingando e continuo xingando até agora, preparando meu espírito e coração pras próximas (des)aventuras que minhas férias me reservam e pensando na mala enorme que tinha pra desfazer, no meu quarto revirado que tinha pra arrumar (cadê o serviço de quarto?) nas minhas leituras obrigatórias e no artigo que tenho que começar escrever. E o detalhe é que a minha irmã de três anos insiste em ouvir e dançar a mesma música da Madonna all the time. Já conseguem pressentir o futuro? MEDO!

Bem, é isso pessoal, rogai por mim².


P.S.: Acho que tiveram pessoas que não ficaram só na inveja-branca, não é, "trem-do-mal"?