quarta-feira, 28 de maio de 2008

Intolerância cretina II

Não é segredo pra ninguém que eu tenho problemas de "suportamento". Calma, antes de consultarem o titio aurélio, ou o google, que é mais fácil e provável, eu explico: esse é um neologismo meu (?), que faz mensão a minha intolerância com as pessoas, que é a coisa mais cretina do meu caráter que que já postei sobre aqui. *Medo*
Tudo bem, sou chata mesmo e portadora da carteira Gold do Intolerant's Club, mas sei muito bem distingüir o que é chatisse minha e o que é insuportável a todos, e como não tenho vocação pra fazer a linha alienada-muda-catatônica, vim resmungar minha indignação. *Medo*²
Cara, impressionante como de uns tempos pra cá, Deus resolveu me castigar colocando pessoas-karma no meu caminho. P-u-t-z-g-r-i-l-a! Tá certo que eu tô merecendo mesmo uns castiguinhos extras, mas me fazer pagar com o meu pior pesadêlo é muito "trash metal".
Sabe o que é? Eu, às vezes, fico me indagando sobre o que se passa (se é que se passa) na mente de certas pessoas e como elas vivem em função de coisas tão medíocres e fúteis. Cara, é muito pra minha cabeçinha! (depois dizem que todo ser humano tem o tal telencéfalo altamente desenvolvido e blah, DU-VI-DO)
Tá bom, sei que não estou sendo nada prática, vou ilustrar (pra não dizer desenhar).
Sabe quando você vai conversar com alguma mula alguém e não consegue se interessar por absolutamente nada do que o indivíduo fala? Ou então quando encontra aquela pessoa que SEMPRE fala sobre o mesmo assunto, tipo "vinil riscado", ou pra ser mais moderna, "assunto remix"? Péssimo.
Tenho isso com uma de minhas primas, e toda vez que a vejo corro feito o demônio da cruz. A criatura fala sobre homem all the time. Sempre as mesmas historinhas adolescente: paqueras, ficadas, foras, cantadas e afins. Nunca tive outro assunto com ela, juro! É só encontrar com a peste garota, que antes do tradicional "oi, tudo bem?", ela já diz: "Ah, você não sabe, lembra do fulano? Então, me ligou ontem". Fico até curiosa pensando que assunto ela tem com esses idiotas garotos que ligam pra ela.
Outra peste, digo, exemplo, é uma criatura que trabalha comigo e que todo-santo-dia repete a mesma ladainha. Qualquer dia útil, de qualquer semana, de qualquer mês, às 13h vou fazer café e ouço:
Opção 1: "Ai, nem almocei hoje (tipo, a pessoa nunca deve ter almoçado na vida), você não sabe o que a minha mãe fez comigo..." (penso: claro que eu sei, quer que eu te conte?)
Opção 2: "Não imagina quem eu vi agora? (penso: Sou árabe-macumbeira-guru-mística e essa borra-de-café está me dizendo que é o pai da sua filha) ... o pai da minha filha"
Opção 3: "Tô super cansada, não dormi á noite" (penso: vai pro Guiness Book, minha filha: "A pessoa que não almoça e nunca dorme")
E isso se reveza todos os dias desde que trabalho com ela (dois anos e três meses). Tomei uma birra que não consigo mais nem olhar pra cara dela, já até falei sobre a tal em outra postagem porque além de me alugar com os assuntos repetidos, ainda sei que é TUDO mentira. Aaah, os bonzinhos-pacientes-educados que me perdoem mas não ganhei meus ouvidos na rifa. Aliás nunca ganhei em nada rifa nenhuma... (pausa dramática)

Ei, alguém aqui já viu algum sorteio de rifa? Caraca, acho que é tudo balela... ('caráleo' que sacanagem)...

Enfim, voltando ao assunto, tenho vontade dizer: Escuta, meu bem, responde rápido pra titia:

A) Você não tem capacidade mental para desenvolver outro assunto além desses que você anotou no seu caderninho?
B) Você sofre de lapsos memoriais e se esquece de que está falando a mesma merda desde o dia em que me conheceu?
C) Me acha com cara de palhaça e fez uma aposta com alguém sobre como me atormentaria a vida?
D) Algum filho da puta te contratou e te paga muito bem para me perturbar?
E) Eu sou uma pessoa tão interessante que você faz questão de não perder nenhuma oportunidade de estabelecer diálogos comigo mesmo que não tenha nenhum assunto em pauta?

Lá venho eu destruir a postura "madre Teresa" que eu estava cultivando desde ontém... Mas gente, é muito chato você ficar ouvindo sobre as mesmas coisas todos os dias.
Peço perdão aos meus amigos que já me agüentaram nas minhas fases de paixonite-intensa-e-aguda porque eu também fico repetitiva e enfática, mas tenho consciência de que amigo apaixonado irrita e é por isso que tenho aversão a sentimentos amorosos (traduzindo: patéticos). Mas dá pra perceber quando você tá agradando, ou interessando o interlocutor, ou quando ele não está suportando mais a sua conversa.
Também acho que quando a gente tem um amigo, daqueles do peito, mesmo que ele esteja chato por alguns dias, a gente agüenta porque sabe que aquilo é uma fase, ou ele está com problemas, ou está sofrendo, ou está apaixonado, mas você sabe que uma hora passará, porque se ele se tornou seu amigo creio que não seja chato desde sempre. (ao contrário me desculpe, mas você é um débil mental por ser amigo dele)
Tá, já sei que vão querer me apedrejar, me achando insuportável e tal, não serão os primeiros nem os últimos. A exclusividade nesse ponto comigo é impossível (aliás é super difícil ser exclusivo em minha vida queridinhos). Mas eu garanto que eu queria muito mais do que todos vocês, ser uma pessoa tolerante. Sofreria 50% menos em todas as áreas da minha vida. E se não entenderam não tô nem um pouco disposta a explicar.

Ok, quero apanhar na cara. Pode bater...(sadismo?) *Medo³*

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Maré de boa conduta.

Primeiramente quero explicar que não foi culpa minha essa ausência de postagens... O demônio invadiu meu computador em casa e eu não tive mesmo condições de escrever. Queria dizer que, apesar de ter ficado apenas alguns dias sem postar, sinto como se fosse um milênio inteiro.
Ah, vou dizer que tô contente porque tô mesmo cara, e se eu tô, vou dizer (?). É que eu tô achando meu blog 100% fofolete, e apesar de isso não ser bem a minha carinha, tô amando... Tão menininha, deve ser influência da minha inocente franjinha "Chiquititas". Ai não, que horror! hahahaha.

Nesse feriado fiquei sozinha em casa. Caraa, vocês sabem o que é isso??? Não, não sabem não queridinhos... É, eu fiquei três dias, ou seja quarenta e oito (48) horas sem pai, mãe e nem irmãos pra encher a minha linda cabecinha com inutilidades familiares. Não, nem vem achando que sou uma esquisita-monstra-insensível que não gosta da instituição familiar e essas coisas que ficam tão bonitinhas em porta-retratos e em propaganda de margarina. Eu amo a minha família, mas cara, ficar longe deles por um tempo é tipo um sonho de consumo. (não melhorei em nada a má impressão anterior né?)
Pois é isso mesmo! Eu fiquei felizinha e contentinha, olha, tô até usando diminutivos que deixam a linguagem mais cute-cute, outra coisa que não é a minha carinha mas que enfim, demonstram que meu estado de espírito está "up".

É que eu tenho mesmo sentimentos bons. (e ai de quem ousar discordar)...

Se eu aproveitei o tempo livre pra colocar minha vida em ordem? Que isso! A única coisa que arrumei foi meu blog, não li livro nenhum, não arrumei o armário e nem fiz essas coisas clichês que aproveita-se para fazer quando não tem ninguém em casa.
Sexta-feira eu percebi o quanto é bom ter pessoas em quem você confia e que te façam bem a sua volta... Sabe quando você sai despreocupado com o horário, com o mundo, com o dinheiro, e tudo mais que possa interromper seu riso? Pois é, foi assim... Essa vida é tão filha da puta, digo, ingrata, que quase nunca nos permite ter momentos assim. É tão raro você andar de ônibus, comprar bananas (falei que ia contar) , tomar lanche falando sobre a infância e rir de fotografias aleatórias com alguém de quem você tanto gosta e que nunca está perto por um tempo que seja suficiente nem pra conversar direito.
Raro também é sentar numa mesa de bar sem se preocupar se lá está cheio ou vazio, se o resto da cidade está envolvido em festas bregas de exposição de gado e essas coisas cretinas, ao lado de uma amiga super querida e muito engraçada que me deu uma lição de vida e driblou uma ironia do destino com toda graça, esbanjando beleza e bom humor... Risadas e mais risadas, existe melhor terapia?
Melhor que isso é só receber seus melhores amigos em sua casa num sábado á noite...

Pois é, foi assim o meu feriado prolongado, cheio de risadas e pequenos prazeres que nada e nem ninguém no mundo me proporcionaria a não ser essas pessoas escolhidas a dedo por Deus para estarem sempre perto de mim.

Pronto, acabou a epifania! Olha que gracinha, fiz um blog super cute, falei da importância das amizades, agora só falta dizer que vou começar a visitar asilos e etc (que ria quem me entender). Acho que estou me tornando uma pessoa melhor. (Rá)

É isso pessoas, e nem pensem que estou tentando garantir um galardão no céu, nada disso, é que eu acho muito bonito essa coisa de gostar das pessoas e sentir que elas gostam de você também... Ih gente, vou dormir porque tô muito sentimentalóide hoje.

Beijinhos anjinhos lindos do Senhor. Blééh, digo: fiquem com Deus meus queridos.
Melhor: tchau meus amores! ... Ah, quer saber? Eu AMO mesmo! Amo escrever, amo o meu blog, minha família, meus amigos, as pessoas da rua, amo todos vocês também!! s2 (momento emo)

"Meu anjinho da guarda, meu bom amiguinho me guie sempre pelo bom caminho" \*o*/

Hahahahahaha... (Socorrooooo, alguém devolve meu espírito irônico-blasé?)

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Reformas...

Olá pessoas. Vim só para dizer que como se pode perceber, óbvio, o blog está em reforma.
Hoje fiquei muito empolgada pois aprendi a mexer no html sozinha. É...
Isso que dá trabalhar depois do feriado, ou seja, ficar trancada numa sala sozinha com um computador o dia inteiro sem nada pra fazer.
Já de antemão digo que perdi minha lista de links e agora vou ter que linkar todo mundo outra vez (medo), mas creio que conseguirei.
Sei que o banner está paupérrimo, mas esse aí fiz no paint provisoriamente porque não aguentava mais aquele visual antigo.
Meu pc lá em casa foi tomado por uma infecção generalizada, está nas cinzas das horas e não se permite abrir links, um horror! Mas verei o que consigo fazer...

Ahhhh e claro, venho postar alguma coisa que preste (?).

Beijos a todos vocês!

Até mais.


P.S.: Meu MUITO OBRIGADA á Nathália que me ajudou nas edições finais, no banner e etc, com uma paciência de Madre Teresa (hahaha). Nath, muito obrigada viu?

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Artes em geral (incluindo a Barroca)

Sexta-feira, eu no sofá, malas prontas, esperando aproximar a hora marcada da excursão para Ouro Preto e, como não estava fazendo nada, resolvi agir. Peguei uma tesoura e... (calma, vocês acham que eu faria o quê?) cortei o cabelo. Sim, tava um tédio ficar esperando sem fazer nada, aí cortei. Fiz franja. Own gente, pessoas de franja ficam com carinha de crianças boazinhas. Um amor...
Mamãe achou tão cute-cute... Pela primeira vez na vida eu faria a linha menina-boazinha-comportada-e-de-franja.
Fui para a faculdade esperando encontrar muitos garotos interessantes do curso de economia, digo, muita gente legal de outros cursos para fazer amizade.
Tô super chateada. Cara, me falaram que Ouro Preto e São Paulo eram a mesma distância daqui da minha cidade, ou seja, 4 horas de viagem. Eu não gosto de ser iludida ou enganada... E não foi uma mentirinha, cara, foi muita maldade. Foram nove intermináveis horas...
Mas daí que fui bem contente ouvindo Mallu Magalhães e cantando baixinho enquanto os meninos faziam um bolão. Como estávamos em dois cursos, Letras e Economia, existiria uma disputa: o curso que conseguisse promover mais contato físico (?) entre as pessoas, ganharia. Tinha uma escala de valores, tipo, ficar com pessoa do mesmo curso valia cinco pontos, ficar com pessoa do outro curso dez pontos e ficar com pessoas de Ouro Preto (incluindo os gringos turistas) valiam quinze pontos. Achei interessante até, mas na minha opinião, os gringos turistas teriam que valer vinte pontos. Poxa, mór dificuldade de comunicação e tal, tinha que valer mais. Mas como eu era uma menina-boazinha-comportada-e-de-franja não tinha nenhuma pretensão de participar da brincadeira. (Rá)
Ouro Preto é uma cidade muito bonitinha. Tudo muito antigo, relíquias por todos os lados, aquelas casinhas de três andares, muito fofas... E as igrejas então, um luxo. Todas muito cheias de ouro e glamour. Mentira, nem é glamour, é que a arte Barroca é dessas carregadas que enche os olhos da gente, adoro.
Eu já estava gostando de tudo e quando soube que em baixo das igrejas haviam cemitérios, nossa, eu amei. Sentia que por trás daquelas enormes portas de madeira existiam os maiores mistérios de todos os tempos. Confesso que fiquei com um pouco de medo de uma estátua de uma freira, sei-lá-qual, com cabelos doados por-não-sei-quem, em mil setecentos e Aleijadinho. Sinistrona...
O triste eram as rampas, cidade de morros, tipo uma favela cultural, sabe? Minhas panturrilhas que o digam...
Daí que, sábado á tarde, fomos despencando por uma ladeira sem rumo, até que encontramos uma fábrica de chocolate com um café-bar muito simpático na frente e entramos. Pedimos capuccino á moda da casa, petit gateau e nos sentamos em frente a janela para admirar a paisagem, mas creio que ninguém olhou para fora daquele estabelecimento. O petit gateau chegou mas só tinhamos olhos para o "gateau" da mesa ao lado (ênfase no "gatô"). Eu nunca que vi um ser tão lindo em toda a minha vida nem pela televisão. Um sucesso. E não é que aconteceu igual nesses filmes de casualidades idiotas e esqueceram uma sacola em cima da mesa?
*Pensa rápido Ana Laura, o que fazer?
-Vai gente, pega uma caneta... Rápido, rápido... Agora escreve aí um bilhete... Anda, vai que ele deve estar voltando... Bê, pega o bilhete, vai lá e coloca dentro da sacola... Corre...
Foi a continha do bilhete ser posto dentro da sacola e alguém aparecer para buscá-la. Detalhe: a sacola era de outra pessoa, um outro moço, que também estava na mesa e que também era "gateau" mas não tão extraordináriamente quanto o primeiro.
Eu, lá ainda satisfeita imaginando a repercursão, pergunto:
- E aí, o qual telefone colocaram no bilhete?
- Telefone? Não, nenhum.
- Nenhum??? Mas colocaram o endereço da pousada, não?
- Não.

Lá se foi nossa chance de fazermos 15 pontos com louvor. Faz mal não, a night nos espera.
Quem vê pensa que eu estava querendo fazer pontos, eu nem queria, mas é que o menino do café-bar era uma coisa ímpar no universo inteiro.

A night lá é super divertida, muitos universitários, turistas, estudantes, gente chique, mas também tem uma parte "fubá", que prefiro não comentar. Claaaaro que lá também tem Martini e eu agradeço a Deus por essa bebida ser facilmente encontrada em todos os lugares. (fã incondicional)
Foi tudo muito bom, e na madrugada, eu já na pousada, escutava uma briga interminável entre as meninas de Letras para ver que iria fazer 10 pontos com um moço lento, daqueles bem mongas, do curso de Economia. Daí aprendi que falar com voz de Mikey pode ser muito sexie também...

Ah, sem contar que fiz várias melhores-amigas-de-infância. Eu, logo eu, a anti-social... Fiquei bem contentinha até, comprei umas coisas legais, entre elas uma boina roxa que, juntamente com minha franja nova, me deu um ar mais infantil ainda.
"Tá na hora, tá na hora, tá na hora de brincar..." hahahaha. Essa foi só pra descontrair!

Bem pessoas, o fato é que o curso de Economia ganhou a disputa e o curso de Letras, fez alguns míseros pontos. Mas se ganhamos ou não, o importante é competir. Quem, eu? Eu competi? Quem foi que fez os pontos? Ah, que bando de gente curiosa... hahahaha


Sorrisos e beijos com ar barroco a todos vocês. (?)

sexta-feira, 16 de maio de 2008

The Phantom Of The Theater


Segunda-feira na faculdade...
- Lalinha, assina essa lista aí.
- Outra lista? Vocês não se cansam? Pra que é essa agora?
- É pra ir ao teatro na quinta-feira.
- Ah é? Até que enfim uma solicitação interessante. E é pra ver o quê?
- Memórias de um sargento de milícias.
- Ah, legal, assim depois fica mais fácil ler o livro, já que vai cair na prova.

Quinta-feira á tarde ao telefone... (essa parte é só pra ele largar de ser chato)
- Vamos Eddie, vai ser legal, e ainda por cima te incluiremos no bolo e você vai pagar preço de estudante.
- Ah, mas eu te chamei tantas vezes pra ir ao teatro e você nunca foi.
- Vai fazer pirraça agora, é?
- Não, só tô jogando na cara!
- Ah, todas as vezes tive bons motivos, você sabe. Mas vamos... por favor?
- Tá bom, animei, vamos!

Mais tarde já na porta do teatro.
- Ih Lalinha, encontrei com o Eddie agora na estação e ele disse que tava desanimado, ia chegar tarde e tal.
- Ah, eu sabia que ele iria fazer pirraça!
- Gente, façam fila, preciso saber em quantos vocês estão. (pede a professora)
- Ainda bem que ele não veio, né?
- hahahahaha... Pois é!
- Então, deixa eu ver sua bota?
- Ah, sim, tô usando mas é da mamã... (cala-se de súbito)
- Lalinha, que cara é essa???
- Gente, o que é aquilo? (cara de pânico com olhar fixo)
- Aquilo o quê?
- Não (risada sem graça), não é nada... (puxando a amiga pelo braço) Bethânia, conversa comigo, pelo amor de Deus, vamos nos sentar pra lá.
- O que houve?
- Sorria naturalmente e não olhe pra trás, depois eu te explico.
(...)
- Cara, era ele!
- Mas ele quem?
- Ele ué, o fantasma.
- Da ópera?
- Não, do teatro.

Fazia já algum tempo que não tinha a impressão de ver um fantasma. Acho que desde a infância quando eu me perturbava com sons e sombras, imaginando aparições e assombrações.
Simplesmente cada época da nossa vida tem um fantasma, e esse é o fantasma da minha adolescência, o fantasma do primeiro amor.
E é tão estranho porque, mesmo que eu já não sinta mais nada, toda aquela nostalgia proveniente do passado me envolve completamente toda vez que o vejo.
Já fazia mais de um ano que não o via e, de repente, no lugar mais inimaginável, ele aparece.
Parecia que estava acompanhado, mas isso não me interessa em absoluto. Aliás, a própria pessoa dele não me interessa. Não conseguiria sustentar um diálogo cordial de 10 minutos com ele. Somos tão diferentes que chegamos a parecer dois alienígenas, cada qual com sua galáxia. O mais curioso é que ele não me atrai em nada. Nem fisicamente, nem sentimentalmente mas, sobretudo, não me interessa intelectualmente. Porque apesar de sempre ter sido um intelectualóide, nossas linhas de raciocínio sempre divergiram. Só que mesmo assim a presença dele me perturba.
Pensei em enfrentá-lo, em encará-lo de frente e de cabeça erguida pela primeira vez na vida, mas não sei se fui eu mesma ou o destino que não colaborou comigo. Não o encontrei, mas a verdade é que nem esperei. Saí pensando: "se tiver que ser, será. Se encontrar não vou fugir, mas procurar também já é demais."
É assim, o destino, Deus, ou sei lá o quê, não quiseram dessa vez, como também não quiseram no passado. Machado dizia que "o primeiro amor nasce apenas pela necessidade de amar", talvez seja isso.

Eu poderia até cantar: "The Phantom of the Opera is there", mas graças á Deus, a parte do "Inside my mind" não tem mais nada a ver!

terça-feira, 13 de maio de 2008

"Eu não confio, eu sofro, eu passo mal"

Bem dizia Cazuza nesta frase célebre que utilizo já há algum tempo como lema.
Fico me indagando sempre: Por que eu sou tão neurótica e desconfiada? ... Tá certo que sempre tive tendências psicóticas e distúrbios mentais-comportamentais (mais ou menos exagero), mas não é mesmo normal que uma pessoa desconfie de todos a todo tempo.
Desde criança tenho esses surtos de neurose e, às vezes (always?), acho que todo mundo está me enganando e mentindo pra mim.
O pior é que, infelizmente, eu tenho um senso investigativo do caralhomba e acabo descobrindo coisas que me fazem, cada vez mais, continuar desconfiando de tudo e de todos.
Isso me faz sofrer porque sou daquele tipo de louca pessoa que procura câmeras escondidas no próprio quarto, que toma atitudes propositais só pra confirmar suspeitas, que acredita que as pessoas falam tudo intencionalmente, que desconfia de uma simples expressão facial dos outros, que quando fala mal de alguém andando na rua, depois fica preocupada pensando se as pessoas que estavam passando ao redor conheciam a vítima, que relembra as falas alheias ruminando tudo e pensando em todos os significados implícitos e tal. Se recebo algum telefonema sem ID já surto e acho que serei a próxima vítima de algum Serial Killer (mentira).
Eu sou do tipo de pessoa que não admite o acaso, para mim, tudo é proposital.
O fato é que, pra piorar tudo, eu quase sempre confirmo minhas suspeitas, claro que tem aquelas absurdas como a câmera escondida e o Serial Killer, mas quando se trata de mentiras e falsidade, sou especialista. Só pela maneira com que a pessoa se expressa, o rítmo da fala, a voz firme ou fraca, baixa ou alta, como ela gesticula, os pontos em que ela olha enquanto fala, ou até as palavras que ela usa, me dão certeza absoluta de que ela está mentindo.
Coitado de quem convive comigo... Isso acontece com uma colega de trabalho. Cara, ela mente o tempo todo. Eu fico p* com ela e não consigo ser receptiva e nem consigo olhar pra cara dela enquanto ela está falando alguma coisa. É horrível! E tenho plena consciência de que, mesmo que ela mude algum dia, sempre será vítima da minha desconfiança e, mesmo que se mostrar convincente, eu não vou me interessar nunca por absolutamente nada do que ela disser.
Claro que eu não apenas desconfio e acuso. Uma vez desconfiado, todas as vezes investigado. É o meu lema.
O meu maior problema é quando descubro esse tipo de coisa de pessoas muito próximas, como tem acontecido com a minha mãe. Eu a conheço muito bem pra saber quando ela não está agindo naturalmente. Ela muda de voz, os gestos ficam diferentes e até a postura dela se altera, mas o que mais me impressiona é que ninguém percebe nada! Ninguém!!!
Eu não sei se isso é um dom de Deus ou do capeta, mas eu capto as intenções das pessoas no ar. Se eu quisesse, citaria uma lista interminável de vezes que descobri coisas que pros outros seriam inimagináveis. Dan e David que o digam né gente! hahaha
Tem gente que me chama de louca (o que não é 100% mentira), outros dizem que sou esperta, mas isso nem sempre é vantajoso. Tem horas em que eu desejo ser a pessoa mais inocente e despercebida do universo, mas eu tenho a infeliz mania de desconfiar.
Acho que funciona assim: Eu desconfio de tudo, fato. Em função disso, vivo observando e analisando as pessoas e, como todo mundo tem naturalmente seus mistérios, eu acabo sempre percebendo alguma coisa. Acho que minha curiosidade é o 7º encosto que carrego e ela me dá um entusiasmo enorme, me fazendo ter grande empenho na investigação. Uma vez investigado, sempre algo é encontrado. Mesmo que não seja aquilo de que primeiramente se suspeita, sempre acaba-se descobrindo outras coisas, iguais ou mais interessantes.
Mas ainda tem o fato de que isso não é só coisa da minha personalidade. O universo inteiro conspira pra que eu seja assim, porque as informações sempre chegam até mim de bandeja. Domingo, por exemplo, eu jantando tranqüilamente com meus primos e meu irmão num estabelecimento onde não havia quase ninguém quando ***plaft***, encontro o namorado de uma prima (que detesto por sinal) a traindo. Meu, tem tanta gente na família e justo eu, que destesto ela, tenho que ver o namorado a traindo? Impressionante! hahaha.... (tá bom, dessa eu gostei)
E essa não é a primeira, segunda nem terceira vez que acontece uma coisa dessas comigo. Eu posso estar deitada no sofá da sala lixando as unhas e esquecida do mundo, que sempre fico sabendo das coisas. E isso é tão corriqueiro que todos que convivem comigo admiram tal ocorrência.

Sinceramente acho que morrerei assim, sendo vítima das minhas descobertas, porque se tem uma pessoa que sofre com tudo isso, essa pessoa sou eu.
Ultimamente tenho tido vários problemas de relacionamento, inclusive com a minha própria mãe, o que me tem feito sofrer muito. Além de eu ser desse jeito, tenho uma dificuldade enorme pra perdoar, sem contar que recuperar a minha confiança é uma tarefa árdua. Às vezes, concordo com aquela teoria: "o que os olhos não vêem, o coração não sente", apesar de que eu faria uma adaptação assim: "do que a mente não desconfia, o coração não sofre"... bem mais adequado!

"Você vai me enganar sempre
Que eu me descuidar
Você vai me enganar sempre
Com inocência no olhar
Jeito de ovelha mansa
Pra não me preocupar
Fetiches dando ataques de ciúmes, perfumes
Pra levantar moral
Eu não confio, eu sofro, eu passo mal
É o teu jeito de amar"
.
Na verdade, é o meu jeito!

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Ah, o amor...

Amor: Substantivo simples, de gênero masculino e abstrato.

Essa é a única definição que consigo dar, acho complicada essa classificação. Sinto que hoje em dia as pessoas tem confundido muito amor e paixão. Eu mesma já confundi, várias vezes. A paixão é que nos move, é ela que nos impulsiona, até mesmo a dizer que amamos, o que nem sempre é verdade. Temos tendência a dizer que amamos, uns com mais facilidade, outros com menas, mas a verdade é que essa banalização do amor não passa de pura carência.
Quem tem medo de ficar sozinho?
Eu, particularmente, vejo o amor como um sentimento muito fraterno, como um dom supremo, como uma entrega, sem espera de reciprocidade. O resto, a obsessão, o ciúme, a vontade excessiva de ter ou possuir outra pessoa a qualquer preço, isso tudo é o que chamamos de paixão. E confesso que sou muito mais passional do que qualquer outra coisa, sou intensa demais, capaz de gostar de alguém e oscilar entre a idéia de matar a pessoa ou morrer pela mesma. Isso acontece com tudo, com meus pais, amigos, amores. Sou assim, óh! (sem pânico einh pessoal)
Acho o amor muito gratúito e, sinceramente, não sei se gosto de amar.
Uma ilustração pra tudo isso? Ah, deixemos que Clarice fale:


"Ah, meu amor, não tenhas medo da carência: ela é o nosso destino maior. O amor é tão mais fatal do que eu havia pensado, o amor é tão inerente quanto a própria carência, e nós somos garantidos por uma necessidade que se renovará continuamente. O amor já está, está sempre, falta apenas o golpe da graça, que se chama paixão."

Clarice Lispector in A paixão segundo GH

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Primeiro a bronca, depois os presentes:

Faz pouco mais de dois meses que criei meu blog. Juro que tô super envolvida e completamente apaixonada por essa tal blogosfera. Conheci pessoas muito legais, criativas e etc.
Mas sabe? Eu, com a minha chatisse acentuada, já sei muito bem do que eu gosto e do que eu não gosto por aqui.
Minha intenção nunca foi atrair público, estourar em comentários e etc; acho legal quando uma postagem é apreciada, mas isso, sinceramente, não é só o que me motiva a escrever.
A razão pela qual estou falando isso tudo? Calma, já chego lá.
Sabe o que acontece? Fico um pouco entediada quando vejo certo tipo de atitude. Tudo bem, cada um faz do modo que achar melhor, mas enfim, as minhas regras dito eu.
Pô, se tá com preguiça de ler o post, não comenta! É tão visível quando alguém não leu o que você escreveu e comentou apenas a fim de que você retribua o comentário, francamente, é deplorável.
Não há nada mais desanimador do que abrir os seus comentários e ler: "Blog legal, passa lá no meu também". Cara, é brochante, eu sinceramente prefiro que não comentem.
Sou da seguinte opinião: Se não quer opinar sobre o assunto, se não tem nada a dizer, não tem opinião formada, se tá com preguiça, seja lá pelo que for, não comenta e pronto!
Quando eu chego em um blog que não me agrada, eu simplesmente não comento. Se não eu não gostar, nem critico também, porque acho que tudo que existe é pra ser respeitado, apenas não comento e não volto lá.
É verdade que visito alguns blogs dos quais não aprecio o estilo, mas é porque a pessoa leu minha postagem e fez um comentário relevante, então, por educação, eu visito o blog, leio as postagens e comento, mas isso nem é regra pra mim.
Existem alguns estilos que não me agradam, tipo blog de patricinha: querido diário, só de poesia ou aqueles sempre sérios e dramáticos mas enfim, toda regra tem excessões. Eu também tenho preferência por blogs com um ar mais cômico, gosto daqueles com traços literários e, como sou mulher, me identifico mais com os femininos.
Outra coisa que me deixa p* é a pessoa dizer: "te linkei, linka aí também". Traduzindo: "Estou pagando para que você divulgue meu blog", nada a ver cara, nada a ver.
Eu linko blogs só se eu realmente gostar, e em geral eu só aviso a pessoa, às vezes nem isso. Eu linko pra não perder de vista e poder voltar porque me interessei, não pra elas me linkarem também. Existem vários blogs que linkei e que a pessoa nem sabe que leio, tipo, eu sou fanática pelo que a pessoa escreve mas nem comento. É um direito meu, não tô aqui pra aparecer.
Assumo que sou chata mesmo, não me ligo em popularidade, essas coisas, aliás existem blogs ótimos que nem são tão populares. Conheço vários.
Tem gente que tem a capacidade de dizer: "Ufa que tamanho de texto", "Nossa, nem consegui ler tudo" ou "Exagerou einh". Não entendo isso, se você leu foi porque quis, eu nunca botei arma na cabeça de ninguém pra mandar lerem meu blog e muito menos fui lá na sua página te falar que atualizei ou pedir pra você aparecer ou dar uma passadinha por aqui. Se veio, foi por vontade própria e se não gostou, fecha a página. É tão simples!
Eu entendo perfeitamente se a pessoa não gosta do que eu escrevo, respeito as críticas mas não gosto de falsidade nem de cobranças. Aqui eu só faço o que me der vontade, é o mínimo que se pode esperar do próprio espaço.

Recado dado, aliás já fazia tempo que eu tava engasgada, vamos á parte boa:
Já que é pra falar sobre a blogosfera, eu já vou agradecer pelos selos que ganhei, fazer meu momento Papai Noel e distribuí-los também:



O primeiro selo, eu ganhei da Nathália, e foi muito especial porque o Cólica Mental é um dos blogs que se encontram na minha "top list", e um dos primeiros que conheci. Logo quando comentei no blog dela, ela já se mostrou super atenciosa, fez um banner pra mim e, às vezes, trocamos figurinhas no msn. Obrigada, viu?! Ele (acima) vai pra Dama de cinzas com suas Confissões Ácidas, pra Mary West com seu Muito muito coquete e pra Dani, do Apenas Clarice Lispector e nem preciso explicar por quê. Hahaha
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O segundo selo que ganhei, foi da Janete, que é um amor de pessoa e que tem um blog muito 'cute' e poético, onde ela cita trechos lindos e escreve de uma forma super poética e encantadora, cheia de Planos e promessas. Obrigada! Esse eu repasso á Nathália (acho que é o único que ela não tem, rs), á Amanda, e á Rafaella.


Esses dois eu ganhei da Mariana, uma psicóloga cuja a terapeuta está de férias e indico aos meus amigos (aqui no mundo real também), Eddie, Biel e Verônica. Por que eles ganham logo dois? Ah, gente, porque além de serem meus amigos, ainda tem blogs ótimos!
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Esse selo fofo, eu ganhei de uma blogueira super fofa também que vive fazendo comentários super agradáveis aqui no meu blog. Obrigada viu Rafa?
Vou indicá-lo á Nathália outra vez, porque percebi que esse ela não tem também e poxa, ela merece! Vai também outra vez pra Amanda porque ela agüenta meus desabafos e desaforos (rá), e pra Janete, que já citei aqui.

Esse último (Ufaa!), eu ganhei também da Janete e ofereço com todo meu carinho á Mariana, que me ofereceu aqueles 2 selos acima, á super querida Narradora, cujo blog eu acho de uma sensibilidade ímpar e á Raquel, que não vai colocar lá no blog dela, mas eu ofereceria todos os outros a ela também porque o blog dela é 'tudibão'.
Falar nisso, eu tô indicando, mas é ÓBVIO que cada um coloca no blog se quiser, não me sentirei nem um pouco ofendida e blábláblá caso não gostem de colocar selos em seus blogs.
Um super beijo a todos e meu muito obrigada pelos presentes. O Aleluias e agonias não sabe se realmente merece, mas agradece! =)
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P.S - O Eddie, ou senhor estilo, pode violar as regras se quiser. Escolhe os que combinarem com seu blog, amor.
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Nota póstuma: Só pra ilustrar o meu desinteresse por "moment of glorious", ontem teve o lançamento da Revista de Letras 2008 lá na faculdade na qual meu artigo sobre Clarice Lispector foi publicado. E adivinhem? Eu nem fui! NEM FUI cara! Blasé demais... hahahahaha.

terça-feira, 6 de maio de 2008

"Felicidade clandestina"

Diálogo 'supersério' ás 17h20 da tarde:

- Mas Lalinha, você se sente feliz?
- Sim, me sinto. (pausa)... Às vezes.
- Pois então, essa sua felicidade é como miojo.
- Como miojo?
- Sim, estantânea. De apenas 3 minutos.

Tu tu tu tu tu tu tu...........

A ligação caiu, mas a lição ficou... Fiquei pensando no valor dessa minha tal felicidade que criativamente o Eddie exemplificou.
E sabe da maior? Quando cheguei em casa mamãe disse:

-Olha acabei de chegar, não tem comida pronta, se quiser faço um miojo.

E eu, mais do que depressa respondi:

- Ah mãe, valeu mesmo, mas não tô afim.

Hahahahahaha. É isso! Não tô afim.

Abro um parênteses para dizer que tive uma noite de sonhos. Sim, participei de uma mesa de debate sobre "A poética na obra de Clarice Lispector". Gente, essa mulher é linda. Cara, muito mesmo. Se eu tivesse tido oportunidade cortaria ela em cubinhos e comeria os pedaços. (?)
Sim, só pra ver se incorporo algo dela. Não, isso não tem nada a ver com antropofagia, mas eu queria muito, muito um pedaço dela...
Mas sabe de uma coisa? Para terminar o meu raciocínio sobre felicidade, deixo um pedaço dela pra vocês. Não, não é um pedaço de felicidade, é um pedaço de Clarice, que em partes também é uma felicidade. Pelo menos para mim...

"Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa
clandestina que era a felicidade.
A felicidade sempre ia ser clandestina para mim."

Clarice Lispector in Felicidade Clandestina.


segunda-feira, 5 de maio de 2008

Oi, você me entende?

Não, eu não assisti a palestra da profa. Ms. (quando lembro que ela é mestra, acredito piamente que ainda serei livre docente) Regina. Cara, todo mundo sabe que ela dá aulas na faculdade só por W.O, mór sem noção. Só fico curiosa pensando se o chichete dela é regenerativo ou não (?). E alguém avisa ela também que degradê não tá com nada - a pessoa leva a sério, completamente a sério os tons pastéis - o negócio é contrastar bein. Também acho que batom claro cintilante só fica bonito na Vera Fisher e etc...
Ooops, que blog é esse mesmo? Ahhh, "Aleluias e agonias"? Desculpa gente, por um momento acabei me confundindo. Hahahaha. Poxa, piada mais sem graça, afinal só três pessoas vão entender, desculpa aí "again".

Pois é, ninguém conta, conto eu: ontem eu aqui nessa mesma hora e nesse mesmo lugar, in-con-for-ma-da com a loucura da minha amiga gêmea, quando recebo o irrecusável convite para tomar lanche no Habbib's e estreiar o carro novo do meu pseudo-primo. Tá, eu, como sou uma pessoa muito sociável, aceitei. Mentira, não sou uma pessoa sociável, mas aceitei. Chegando lá, ele só dizia: "Tô com fome pra caralho!" (leia remix) e fez questão absoluta de pedir o cardápio inteiro. E não é exagero. Tá bom, ele só não pediu o creme de papaia, o resto todo ele pediu. Comi aquilo querendo morrer porque já tinha jurado que não comeria mais nada até nascer o sol do dia seguinte. Ultimamente ando jurando muito em vão; perdão Senhor, perdão!
Comemos, bebemos, e fomos pagar a conta da qual, por obséquio, eu não paguei nenhum centavo porque ainda tinha créditos em a ver pelo dia em que fecharam o vidro do carro na minha mão, e eu tô começando a gostar disso... Hahahaha

Quando estou saindo, muito pesarosa pelo exagero gastronômico, sinto meu celular vibrando. Confesso que nunca atendo o celular mesmo, mas não sei por quê resolvi ver quem era. Li "Biel", e pensei: Gente, será meu primo? Mas ele nunca me ligou...
Mas como eu sabia que meu celular não me permitia escutar em público, eu guardei ele na bolsa sem atender mesmo (curiosidade zero), quando fui surpreendida por gritos em alto e bom som:

- O que é que é?? não vai atender não????

Quando olho, sim gente, eram eles: Biel (o interlocutor da chamada), Eddie, Rafa e o elemento X, que por obséquio era o aniversariante do qual não me recordo o nome (alzheimer precoce). Fiquei até bem contentinha pela tal coincidência, tanto que não encontrava a entrada daquela área ao ar livre (leia área de fumantes). Fui lá com toda boa vontade cumprimentá-los mas logo criticaram a minha falta de maquiagem. Pô meu, era domingo á noite, eu tava no meu direito de usar jeans, moleton, tênis e cabelo preso. As pessoas não tem piedade, eu lá toda cheia de remorso pela comilança e recebendo críticas severas pela minha falta de maquiagem? Ah, pelamor né?



Fui embora um pouco - mentira - muito contrariada, porque não consegui colococar todo meu assunto em dia, e quando chegamos, pasmem: estávamos trancados para fora de casa. (Rá!)



Depois de muito aguardar até que nos deixaram entrar, eu trocava de roupa - colocava um lindo pijama de inverno que acabara de ganhar da vovó - enquanto por pura falta de opção via aquela entrevista deplorável do Ronaldo fenômeno (nem tão fenômeno assim) pro Fantástico sobre o seu envolvimento com travestis na última semana. Meu, a pergunta que não quer calar: O que leva uma pessoa com uma fortuna estimada em 200 milhões de dólares (leia multi-milionário) a se submeter a dar explicações sobre a sua vida pessoal em rede nacional (dizem até mundial)??? Nossa, fiquei com dó, de verdade, porque o cara é um coitado, é rico mas tem mente de pobre, dizendo que se sentia envergonhado e que teve uma atitude estúpida. Puta, que humilhação, essa criatura não tem família? Ninguém o orienta no sentido de que isso é ridículo? Fico besta como a mídia é medíocre! Ah, gente, leiam todas as minhas postagens anteriores, nunca falei sobre nenhum assunto polêmico, mas essa não deu pra segurar... Tô pensando em postar também sobre o caso Isabella e sobre o efeito estufa. MENTIRA (humor negro e senso crítico do caralhomba: mal gosto, mal gosto).

- Alôô, você mora no Brasil e seu presidente é o Lula! (só pra constar)

- Ah, valeu mesmo por lembrar, já desisti de manifestos.


Nossa cara, essa não sou eu, não me reconheço. Primeiro fiz um relato "querido diário", depois lancei uma polêmica sobre travestis e jogadores de futebol... Acho que estou um pouco fora de mim. **MEDO**!

Tá, vamos falar sobre futebol então. CALMA, eu só queria fazer uma observação relevante sobre uma reflexão importante que escrevi hoje não sei onde. (Não sei onde?), putz, mais uma vez menti e fiz a tal piada para as mesmas três pessoas. Sorry.

(tapas na cara pra recuperar o raciocínio)

Ah, sim, eu dizia que quando tinha 11 anos fiz uma descoberta extraordinária: Tipo, eu não precisava torcer pro mesmo time que meu pai! Daí que escolhi um time com uma cor mais fashion e um status mais elevado. Na época eu gostava do Palmeiras porque estava ganhando a Copa Libertadores, porque verde era uma cor simpática (leia tendência), porque ia com a cara do Felipão e acabo de me lembrar, era o time do meu paquera daquela época. Fiquei até satisfeitinha...

Depois, aos 15 anos eu me dei conta de que não precisava torcer pra time nenhum. Cara, foi um alívio. Hahahaha.

Nunca vi sentido algum em ver mais de 20 homens (é isso mesmo né?) correndo atrás de um pedaço esférico de cobertão (ou sei lá de qual material) recheado de ar. Por que não correm atrás de mim?

Telefone pra contato: 0XX16. MENTIRA, é brincadeira. (ou não)

Acho que já deu pra observar a variedade de assuntos e a ecleticidade que me assola por esses dias. Vou parar porque ninguém é obrigado a acompanhar todos esses raciocínios isolados e destituídos de sentidos e amarrações intertextuais. (?)

Pra quem ler tudo até o final obrigada. Valeu einh. Poxa, valeu mesmo. Nossa, fico muito feliz. =)(...) Cara, te amo! Muitão ó! É, desse tanto mesmo <---->. PRONTO, párajácomapalhaçada!

PAREI, beijinhos.

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P.S. - Os nomes em negrito não são destaques, são links que coloquei a fim de que também visitem os blogs desses meus amigos que são muito legais, sem demagogia. Inclusive são só eles, os três, que entenderão as minhas mezzo-tentativas de criar um sentido cômico. (rá)

P.S.²- Bebi café expresso e comi chocolate meio-amargo agora á pouco. Tô gripada e com muita falta de ar (e de sono também), o que me impossibilita de ir dormir. Sinto que esse texto ainda passará por severas edições, quem sabe modificações significativas, e quem sabe eu até consiga encontrar um sentido lógico até o amanhecer? Rogai por ele.

domingo, 4 de maio de 2008

Sobre frio, idosos que choram, conversar sozinho, cartas sem remetente e arrumar o cabelo.

Cara, tô com muito frio, mas tipo, eu gosto de frio. Quase sempre... Gosto também das roupas de inverno e de sentir aquele friozinho na ponta do nariz quando saio na rua. Me dá uma sensação de liberdade, não sei.
Uma vez li uma reportagem que dizia que no inverno as clínicas de psicologia ganham mais clientes porque o clima é propenso a depressão. E sabe que não é viagem não? Já reparou o quanto o fim de tarde no inverno é triste? Meu, é muito triste, quase tanto quanto ver velhinhos chorarem. Porque ver velhinhos chorarem é triste demais, ainda mais quando é um velhinho homem, é desumano, cara, não gosto, não mesmo!
Ah, me lembrei de uma coisa, tava olhando ontem de manhã pela janela e de repente vi uma velhinha muito da simpática que vinha caminhando rápido com uma blusa vermelha e conversando sozinha; ela dizia alguma coisa do tipo: "se ele falar que vêm, venha, eu não vou falar mais nada". Fiquei pensando quem seria o "ele". Um amigo? sei lá, nunca vi uma senhora daquela idade ter amigos homens. O marido? não, era improvável, naquela idade já deveria ser viúva. Poderia ser o filho, ou o neto. É, acho que sim. Não sei se ela era caduca ou se estava pensando em voz alta. Sim, eu gosto de pensar em todas possibilidades e também penso em voz alta quase sempre, mas acho que não sou caduca. É, ainda não, juro por Deus. Às vezes eu fico argumentando comigo mesma, discordando das minhas próprias atitudes mas daí a pouco eu imagino que estou discutindo com alguém e argumento, argumento, enfim, vou brigando até ficar cansada, muito cansada mesmo e pensar: "meu, o que eu tô fazendo?". Mas sempre é interessante, sempre mesmo.
Hoje me deu muita saudade de escrever uma carta, mas eu não sabia a quem escrever, daí comecei falando que estava sentada na cama com meu edredom xadrez e que sentia muito, mas não queria sair dali nunca mais (?). Ah, era tudo mentira, é que deu vontade de dizer "nunca mais", essa coisa de causar impacto, gosto dos extremos das antíteses: nunca/sempre, eu acho bacana.
Vou parar de escrever porque hoje é domingo e eu tô sendo tomada por um tédio pavoroso. A voz do Faustão ecoa em meu cérebro dizendo: "suicide-seeee, suicide-seee", mas calma, eu já me acostumei a resistir a esses ímpetos do mal.
Agora vou tomar banho, minha mãe mandou eu lavar a cabeça com um shampoo novo, ela disse que era anti-resíduo, e falou que depois era bom eu passar uma tal máscara hidratante e esperar 15 minutos, enxaguando e em seguida passando um óleo que eu não sei ainda pra que serve. Ela falou sério, acho que ela achou que meu cabelo tá meio estranho. Será? Certeza! É, acho que vou lá mesmo.

Um sorriso bem grande a todos vocês! =)

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Avulsos e avessos.

Hoje eu vim falar sobre a chuva fina que cai sobre os funerais, sabe? Aquele vento gelado que dá um ar melancólico ao dia, como se ele estivesse de luto também? Eu queria tanto que no dia da minha morte fosse assim, acho perfeito.

Vim também falar sobre o desespero de uma mãe que perdeu seu primeiro filho por falta de humanidade das pessoas, porque o "deus" do mundo é o dinheiro, mas enfim, nada vai trazer o menino de volta.

Pensei em falar sobre a dor que dá em se lembrar de uma pessoa que te fez feliz durante anos da sua infância e adolescência e que de repente partiu deixando saudades e revoltas. E em o que você sente quando olha pela primeira vez pro sepulcro que há cinco anos atrás engoliu tudo que era mais importante no mundo pra você.

Todas essas coisas me ocorreram ontem. Mas eu não acho que seja válido pensar sobre isso agora.

Aliás há várias coisas no mundo sobre as quais eu não tenho querido pensar. Em Deus por exemplo. Faz muito tempo que não consigo pensar n'Ele... A minha cabeça fica tonta, eu perco todos os sentidos e sei que não tenho razão. Eu O amo, mas há tanta coisa que não se explica... "Bem-aventurados aqueles que não viram e creram", nem preciso dizer, eu já sei disso também, aliás é justamente o meu saber que me derrota, saber muito e não saber o que fazer com isso. Prefiro a linha Clarice: "Não vou falar no Deus, Ele é segredo meu."
Eu não sei o que tem acontecido, eu penso em tanta coisa em tão pouco tempo, mas nunca faço nada, o tempo que levo pra pensar ultrapassa o que eu preciso pra agir e vivo pensando, pensando sempre, mas não ajo nunca, não resolvo nada.

Nem sei mais sobre o que escrever, me atrapalho em pensamentos que fluem descompassadamente como se em mim houvesse um fluxo contínuo mas desarticulado, sem nenhum nexo lógico.


Vou parar, meu estado de espírito não está combinando com nada por aqui, preciso trocar tudo: a trilha sonora, trocar de roupa, de cara, de casa, de vida.

Vocês entenderam, volto depois.