quinta-feira, 7 de agosto de 2008

07/08/08

"Foram os papéis: antigos e cruéis. Aqueles restos de uma história passada e inconclusa; letras de músicas, sorrisos, perfumes e mãos, o coração que batia se enganando de emoção. Pensava que sim, jurava que não, e os olhos brilhavam cheios de compreensão, se voltavam atentos diante do riso e da dor. Nuances daquilo que caracteriza o amor."

De repente, tudo isso passou pela minha cabeça sem nenhuma intenção poética nem estrutural, depois de folhear papéis, papéis antigos que me fizeram sentir um aperto enorme no coração. - Era mentira minha também, é que eu não queria me expor tanto assim...

Se de repente as coisas mudassem, se eu fosse diferente... Mas nada disso faria mais sentido, acho melhor que fique assim.
Tanto sofrimento, eu deveria esquecer os momentos bons. É, agora está tudo bem. Parece que eu ouvi isso ontem, sim.

(...)

Como eu posso dizer? Eu sei que você não se sente bem agora. Juro por Deus, não era isso que eu queria...


Ontem eu encontrei isso escrito em um papel. Meu susto ao ler foi enorme. Não pelo susto que as palavras em si me causavam mas o susto de tudo estar escrito com a minha letra. Eu sempre vivo me assustando com esses escritos que eu sempre deixo jogados no meio de qualquer caderno. Pago caro pela minha compulsão por escrever.
Mas quando foi que eu escrevi essas coisas? Acredito que fazem alguns meses. Três ou quatro, não sei. Mas que causa me motivou a tal ato? Já nem me lembro.
Hoje é dia sete de agosto de dois mil e oito. Oito anos... No dia sete de agosto do ano dois mil algo mudou a minha vida.
Só queria saber como algo que mudou tanto a minha vida há oito anos atrás pode ser tão insignificante hoje. Isso me faz desacreditar de todo o resto.
Sabe? Por mais que eu goste de você hoje, meu bem, não se iluda. Eu sou uma metamorfose ambulante.
Mas... Eu tinha que ser fiel, não era eu que acreditava piamente no que eu sentia? Se eu acreditava tanto e hoje não acredito mais, como posso exigir que as pessoas também acreditem no que eu sinto?
Eu tenho medo de mim e do meu silêncio. Tudo que eu grito hoje, amanhã eu silencio. Tudo que nasce hoje morre depois de algum tempo. Mas ainda bem que morre...

Descobri que não importa mais. Nem quero saber as causas. O que acaba, acaba. Como tudo que nasce, morre. Talvez eu carregue pra sempre a tal síndrome de Clementine: "Não sou um conceito, sou só uma garota ferrada procurando pela minha paz de espírito... Não me encarregue da sua! Não sou perfeita... (...) Eu vou ficar entediada e me sentir presa... Pois é isso que acontece comigo..."

Outro dia encontrei um arquivo do word. Sim, eu escrevo também sem pretensão de audiência:

Por que custa tanto escrever quando a verdade é desconhecida?
Eu conheço tantas verdades...
O medo agora é que através das palavras eu desvende meu mistério de vida ou descubra que não há mistério algum? Protesto! Sempre há mistérios. O problema é fazer com que eu viva sempre motivada a desvendar o que nem sempre é tão interessante.
E por que dar tantas voltas quando se sabe exatamente onde almeja chegar? Eu quero desvendar um mistério, e não desvendo a você que me lê, desvendo a mim mesma que não suporto mais não saber de tudo.
É, a verdade é uma só: não existia nenhum modo de não acontecer.
Eu, que sempre admirei tudo o que não entendo, tudo que não tenho coragem de fazer. Ah, o que dizer daquele ser? Olhei para ele pela primeira vez e sabia que havia sintonia, é verdade que o modo de sintonia existente era desconhecido, mas eu sabia. Tanto que não me permitia olhar tanto naqueles olhos porque aquele olhar era explícito demais, eu tinha medo de que eles me revelassem aquilo que eu queria que fosse mentira. Desde sempre, mesmo inconsciente aquilo me desconsertava. E eu não podia ver dentro daqueles olhos, não podia enxergar o mistério que havia por detrás deles e que eu, posteriormente descobriria, mas eu sempre soube que aqueles eram olhos de quem guardava em si uma verdade secreta. É verdade que não se tratava apenas de uma verdade.. eram várias... verdades que eu não deveria saber, mas eu queria.
E como não se aproximar de quem é do tamanho do seu ideal? (...)



Dispenso comentários, acredito que ninguém vai entender tanta coisa misturada. É que eu precisava juntar tudo pra dissolver em nada! E quer saber mesmo? Vou parar. Isso tudo não faz mais o menor sentido pra mim.

"A gente não percebe o amor
Que se perde aos poucos
Sem virar carinho
Guardar lá dentro
Amor não impede
Que ele empedre
Mesmo crendo-se infinito
Tornar um amor real
É expulsá-lo de você
Prá que ele possa ser
De alguém...
Somos se pudermos ser
Ainda!
Fomos donos do que hoje
Não há mais
Houve o que houve
E o que escondem em vão
Os pensamentos
Que preferem calar
Se não!
Irá nos ferir
Não!
Mas que não quer dizer
Tchau!
Não quer dizer
Tchau!
Não, não, não, não!"
.
Nando Reis - "Quem vai dizer tchau?"

7 comentários:

.a nega do neguinho. disse...

Todo mundo tem deveras direito de pensar e nós não mandamos nos nossos instintos, muito menos no que pensamos.
ainda bem que vc tem o dom de desabafar pelo menos com sua escrita piores aqueles que prendem pra si mesmo e ficam doentes!

* Tem presente pra ti!
Beijus

Monique Frebell disse...

Percebi que esse post foi um desabafo pra você mesma de uma vez por todas entender que tudo acaba, que tudo passa, mas também que novas coisas surgem e pessoas especiais aparecem pra fazer a diferença na nossa vida, nos tornar mais feliz e dar sentido à nossa existência.

Bjoo!

Biel, o Bardo disse...

há algo de melancólico no reino das aleluias...

querida!! como eu entendo isso... estou evitando ao máximo escrever fora deste blog com medo justamente disso que possa surgir - revelações! e tem hora que eu não quero ficar me encarando assim... sei que serei muito implacável.
mas é assim... nao guarde seus escritos por muito tempo!!! faça um ritual e queime tudo!!

outro...

@eddiepomini disse...

Eu também, de vez em quando encontro alguns pergaminhos!
Sim, sou eu.
E como seu post há algumas coisas misturadas na minha vida profissional, automobilistica, pessoal e imaginária.
Depois te conto tudo.
Pode ficar tranquila não me cansei (de ser sexy).
E eu te liguei essa semana, só não me lembro que dia, o celular tocou, tocou e nada.

Beijo.

@eddiepomini disse...

Ahhhhh e coincidência ou não essa música do Nando tá no meu orkut desde o começo da semana.
Depois te conto o porque também.

Outro.

Biel, o Bardo disse...

viu como eu sou o tipo de pessoa que gosta de uma cena né... rs!
ah bem! vamos fazer disso uma polêmica pra gerar mais ibope! hehehehe...
logo vamos preparar uma noite das garrafadas - martini, absinto, chandon e aí sim, colocaremos as mágoas em dia!!

outro pra vc tb.

Tanmires Morais disse...

escreve e deixa largado?! pois não deveria :X

que bom que postou, pq é liindo :D

e mesmo que vc não lembre o motivo pelo qual escreveu, serviu como desabafo, ajudou de alguma forma, enfim... adorei!

; beeijo:*