segunda-feira, 17 de março de 2008

Encontro marcado




Fazia um tempo que idealizava uma postagem sobre meu fascínio e paixão por Clarice Lispector. Desde que me decidi a criar um blog, sabia que essa história seria impossível de se omitir, é parte de mim. Meus amigos, minha família, todos que me conhecem sabem da minha sincera admiração e quando ouvem ou vêem algo sobre ela, imediatamente associam a mim. Deus, como queria ter podido estar de frente a essa mulher que exprime tudo o que eu quero dizer e não consigo, nem que fosse por um minuto! Mas eu sei que de alguma forma, me encontrei com Clarice.


Desde que voltei daquela exposição no Museu da Língua Portuguesa, há quase um ano, o meu universo foi tomado por uma visão clariceana. Quando as portas daquele elevador se abriram e eu me deparei com aquele painel que retratava um dos olhos de Clarice, velado por um tule negro que já dizia dos mistérios da autora, percebi que aquele era um encontro marcado. Aquelas telas gigantescas, lindas, cravadas de frases que me deixaram maravilhada, tudo colaborava para que eu me despertasse. O modo com que Clarice usava as palavras me deixa pasma. Como pode abarcar todos os sentimentos da alma em uma só frase?


Haia Lispector, como se chamava ao chegar da Ucrânia com pouco mais de um ano de idade, não era apenas uma mulher com o dom da escrita. Ela conhecia os mistérios do subconsciente, por isso escrevia em forma de pensamentos, solilóquios, fluxos de consciência ininterruptos.


Parecia inevitável o nosso encontro. Desde então me dediquei a conhecê-la, leio incansavelmente tudo que Clarice escreveu, e cada vez me toca de forma diferente. As coincidências entre nós são inúmeras. Vão da paixão pela literatura, língua portuguesa e fotografia, até o ódio pelo domingo.


Hermética? Só para quem não tem coragem de se aprofundar. Só para aqueles que não querem saber aquilo que se esconde "por detrás do pensamento", para aqueles que tem medo do "it", ou do "é" da coisa. Se você tem alma e sentimentos, pode muito bem não só entender como sentir Clarice. Como ela mesma categoricamente disse naquela célebre entrevista á TV Cultura: "Suponho que me entender não é questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato. Ou toca, ou não toca."


Pois é, a mim tocou, e toca, todas as vezes que me defronto com essa leitura tão enigmática e instigante. Por vezes me sinto necessitada da literatura clariceana pois quando nem eu mesma sei distinguir meus sentimentos ela vem e fala... Pois venha e fale sempre "fada-bruxa", ouviremos contritos!
"Clarice,
Veio de um mistério,
Partiu para outro.
Ficamos sem saber a essência do mistério,
Ou o mistério não era essencial.
Esencial era Clarice,
Vagando nele..."
Carlos Drummond de Andrade

2 comentários:

...VERONICA disse...

clarice é super....

Maysa é mais...kkkkkkkkkkk

..agora to assitindo Hebe! (minha avó famosa..kk)

.ouvindo...TANIA MARA ( + fofa que o habitual..rs)

...foi pensando só em mim...q pensei só em vcccccc..
foi negando o meu amor...

mto over né!!??

Unknown disse...

Não gostoo dessa vidaa..Alias vou virar feministaa.Vou trocar lampadas,pneus..e matar barataa..